Discutindo o Carnaval/ Crônica Anual
Não sou hipócrita. Nem eu nem a missionária com quem conversei. Nenhuma de nós é contra os costumes da nação brasileira.
Dentro do espírito de brincadeira é possível brincar carnaval com espírito e alegria. Sem eufemismos, cantando o samba.
Hoje estou sofrendo de “musicite-neologismo para o fanatismo musical agudo”, e, em não encontrando maldade onde não cabe, o carnaval é brasileiro, é uma festa típica nacional, e vale a pena ser visto.
Sou contra a pornografia, mas totalmente a favor das nossas músicas.
As festas carnavalescas em Curitiba na minha infância eram boas e as frequentei desde os três anos de idade.
Vamos viajar pelo tempo e pela cultura a que supervivi.
A primeira festa noturna de carnaval que fui teve como orquestra convidada Os Demônios da Garoa e dancei ao som do Trem das Onze e Tiro ao Álvaro, ao vivo e a cores. Privilégio!
Depois, houve o baile com o ziriguidum do Sargentelli, do Rio de Janeiro. Prefiro não comentar como foi.
Aí veio o carnaval do Sambódromo de São Paulo, capital. Passamos ao lado e o motorista de táxi parou para darmos uma espiada na escola de samba preferida dele, que estava orgulhoso do desfile.
Hora de festejar, festejar. Hora de sofrer, sofrer.
Parece que alguém lá em cima percebeu que eu fiquei alguns anos sem carnaval. Esse alguém lá em cima me levou até o sambódromo do Rio de Janeiro no ano passado e me fez conhecer as fantasias das escolas de samba. Eu descobri que algumas fantasias são quentes e pesadas. Quem as usa, usa por amor. Não mais olharei nenhuma passista como exagerada naquelas fantasias que têm mais de um quilo sobre as suas cabeças.
O samba de São Paulo é diferente do tocado no Rio de Janeiro, sei por que o mesmo anjo que me levou ao Rio, fez com que eu visse uma amostra grátis de ensaio da Mangueira, Portela e alguns bambas combinando a entrada na passarela do samba. Fiquei distante por orientação da própria gente em volta da festa, mas ouvi a batucada e a afinação.
_Não é para você se juntar, é para se maravilhar de longe.
Eu não nego que acredito em anjos arteiros. São anjos que pegam o coração da gente, amassado e poluído e o deixam novo. Não nego quem sou, disse dos anjos para uma amiga da igreja.
Todo esse histórico não contém pornografia, porque é a gente que se nega a esse tipo de situação.
Não acho justo misturar essa festa típica brasileira com qualquer outro assunto, seja político, econômico ou religioso.
Sou contra os excessos: que geração é essa que não quer se divertir sem álcool? A alegria não combina com a bebida e nem com a pornografia. Esses excessos tornam a festa deprimente.
Também não sou saudosista para dizer que no meu tempo é que era bom porque é mentira. O tempo me dado para viver bem é o dia de hoje, duríssimo aprendizado da doença. Tristezas empatam problemas, não faz parte de esse aprendizado vivenciá-las mais do que uma vez.
Também não acho o carnaval uma ilusão de que os problemas não existem. Os problemas existem, mas de onde vem essa culpa de uma diversão saudável? A diversão é saudável para quem deseja que assim seja. Ou, peça ajuda para as autoridades, mas não beba. Ui!
No que tange a mim, passarei o carnaval ao estudo. e ficarei bem.
Piano, piano, si vá lontano. Se estivesse na Itália, haveria tarantelas e se estivesse em Portugal, haveria cirandas, mas estou no Brasil e aqui dá samba.
Toma juízo Manoel!
Bateu saudade!
2 comentários:
Linda crônica carnavalesca. Eu não gosto de samba, nem de carnaval,rs Estou na contra,ão?rs bjs,chica
Mandou de pau na sua crônica! Também não sou saudosista, mas, o nosso genuíno carnaval está pra lá de Marranche, e por isso tudo contado aqui em crônica, prefiro o refugio, longe da folia momesca.
Abraço
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