O Grito de Horror
Era uma viagem longa. São mais de quatrocentos quilômetros entre Curitiba e São Paulo. Ônibus que pega a passageira na cidade de Registro, antes de chegar à capital paulista.
Na cidade de Registro entra uma jovem senhora, que, ao verificar o local do seu assento, grita histericamente. Ao lado dela está sentada a tia.
A jovem cumprimenta a tia, surpresa. A tia responde e começa o estranho diálogo:
_Pensei que o seu marido tivesse com amante. Não sabia que você tinha voltado a pintar os cabelos de castanho. Eu o vi enquanto ele te beijava te desejando boa viagem.
A moça tentou mudar de assunto, mas a senhora disse:
_Estou pronta para uma fofoca. O seu marido não tem amante ainda, mas agora que você mudou a cor dos seus cabelos, não demora muito.
A moça ligou para o marido. Ele disse para ela ligar para a sua irmã ou a sua mãe.
Do outro lado da linha as recomendações da mãe e da irmã.
A jovem não dirigiu mais a palavra à tia. O marido, a mãe e a irmã, aguardavam ansiosos que ela chegasse a São Paulo. A irmã dela a esperaria na rodoviária.
Fosse lá como fosse ninguém acreditou na coincidência. Era uma situação constrangedora para toda a família. Ninguém sabia dessa viagem da tia entre os parentes dela.
_Cuidado! Essa atitude não é costume nosso.
A viagem prosseguiu com tia e sobrinha, lado a lado, sem trocar olhares, com alguns telefonemas da família à jovem, apoiando-a.
Prova de que nem sempre os mais velhos estão certos.
4 comentários:
Yayá,
Quatrocentos quilómetros com "esta" tia ao lado, é obra de tal forma que o grito de horror, continua fazendo eco.
Abraço.
Era uma viagem longa
Talvez, sofredora
Devido à angústia tanta
Gritou aquela senhora!
Quatrocentos quilómetros
Quando ao destino iria chegar
Neste mundo de tantos imbróglios
Todos os dias nos andam a enganar!
Boa terça-feira e um abraço
para você amiga Yayá.
Eduardo.
Uma situação constrangedora.
Beijos.
Nem gosto de pensar numa viagem de ônibus de 400 quilômetros ao lado de uma fofoqueira, parente ou não!!!
Adorei o conto.
Bjs Eloah
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