Gênesis
Dia da saudade
E da oração,
É a eternidade
Nessa saudade,
Ou vocação
Da humanidade
Nessa verdade
Desde a criação.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
Gênesis
Dia da saudade
E da oração,
É a eternidade
Nessa saudade,
Ou vocação
Da humanidade
Nessa verdade
Desde a criação.
Círculo, Compasso e Estrela
Encontrado o formato,
O desenho, com tato
Segue desestressado
Naquela aula, de fato
Nessa aula d'um contato,
"Meu dez" vai relembrado
Da estrela até o estrelato,
O compasso vem girado.
Forma
Ter algo que fazer
Nesse tempo e estudar
E no estudo escolher
O formato de ser,
E querer melhorar,
Sem ao tempo se ver,
Porque o tempo a fazer
Não fica, é o caminhar.
Compensação
Compensação
É uma maquiagem
No coração,
Move a tensão
A outra paisagem
Com boa intenção,
Gira a emoção
E traz bagagem.
Ideal Compartilhado
O ser possível,
Essa criação
Verossímil
Tornar se á crível
Quando a ideação
Pensa o factível
Sobre o impossível,
E faz menção.
Num Canto Qualquer
Estruturar a agenda
E obter uma merenda,
Espírito e vontade
Que consegue uma tenda,
E que nele se entenda
Porque nele há deidade,
Sua infinita lenda,
Por vezes, realidade.
Realização
Poderia estar,
E a alegria é ser
E realizar,
E a se anotar
Em cada obter,
Recomeçar
A acreditar
E ao bem, querer.
Humano e Pasteurizado
Desconectado
E natural,
Modificado
E conceitual,
Tudo está ao lado,
Mas com manual,
Que num folheado
Sabe-se o usual,
Não o caminhado
Ou o dito dual
Do humano, igual,
Pasteurizado.
Enfeites
A surpresa,
Luz acesa
Que se enfeita
Na beleza
Da certeza,
Desta feita
Singeleza
Celta e enfeita.
Deu Problema no Cinema / Crônica
Falta de problemas é pensar no cinema.
O enredo e o filme são problemas de quem fez o filme.
Crônica de outro tempo e até tema de jornal foi a sessão de um filme, daqueles que fazem fila na bilheteria, e filas de bilheteria até hoje existem.
Aconteceu que num desses filme com grande público, no meio da exibição, arrebentou o rolo do filme.
Passaram-se cinco minutos e as pessoas, sentadas na poltrona, comentavam sobre a fila na bilheteria para a devolução do ingresso, pois algumas pessoas já se levantavam para sair da sala de exibição.
As luzes são acendidas. Lá de trás, da sala de onde o filme era projetado, houve o anúncio que o rolo havia se rompido e necessitaria de uma emenda, a qual, se bem feita, não tiraria mais do que uns dez segundos de filme.
O homem ainda aconselhou ao público a comprar pipoca enquanto aguardassem o remendo e o reinício do filme.
As luzes ficariam acesas conforme era a norma do cinema fora do horário de exibição.
O público, ou seja, as pessoas, tiveram reações diversas: uns foram embora, outros foram comprar pipoca, outros comentavam sobre o filme e que não o perderiam, pois os críticos haviam dito que era bonito de se ver.
No nosso caso, viramo-nos na cadeira, e observamos a correria na sala de exibição com fita adesiva e cola. Vimos as duas bobinas de filme, uma que ficaria enrolada na bobina e a outra que retrocedeu ao início do filme. Além do ruído das bobinas, vimos aquele pedaço do filme voltar até ao início rapidamente na tela branca e grande com as luzes acesas.
Depois da colagem feita, eles precisaram rebobinar aquela parte do filme num único rolo, pois o filme era composto de alguns rolos, que vinham na sequência certa, e sairiam de bobina chei para a bobina vazia.
Meia hora depois o filme recomeçou, o qual assistimos para não ter que voltar na próxima sessão.
Até hoje, ver omo eram as bobinas de um filme, a máquina de projeção, e a equipe que proporcionava a diversão de uma sala de cinema cheia valeu o ingresso, mas o filme ficou em dois capítulos: antes do problema com a bobina e depois da bobina, correndo livremente pela máquina de projeção.
Tais acontecimentos eram de outra época. Hoje, a única observação a fazer, e que presenciei, é a de que o filme não começa antes de um mínimo de ingressos ser vendido.
A moça do shopping já aconselhou a fazer um pequeno lanche enquanto aguardaria que os bilhetes fossem vendidos.
Acreditei que os ingressos seriam vendidos, e foram. Assisti o filme com um mínimo de ingressos vendidos.
O tempo é um contexto, e até mesmo os problemas do cinema são outros.
No entanto, pela televisão, aprendi a procurar as reprises e assistir filmes no horário que me sobra. Aquele filme Multiverso, ganhador do Óscar, passou no dia seguinte da premiação num canal de televisão. Nem sei se chegou a entrar em cartaz nas salas de exibição. Assisti na tv.
O problema do cinema hoje é a televisão, mas também a solução, pois quando não há público, a propaganda televisiva cobre o prejuízo.
Penso que linearidade cinematográfica passa por acompanhar toda a evolução, independente do filme ao qual se queira assistir.
Assistir um filme é uma boa ideia para um fim de semana.
Grata pela leitura.
Recanto
Um espaço,
Este canto
Que refaço
Passo a passo,
Um recanto
E o compasso
Que ultrapasso
Por encanto.
Edição Rara
A edição da partitura
Com detalhes na figura
Transformaram a noção
Musical numa pintura,
Como se fosse a doçura
De ler a composição,
E no entanto se afigura
Na alma essa transformação.
Contatos Diversos / Crônica do Cotidiano
Questão de personalidade, pessoas boas melhoram o ânimo e a vontade de ser melhor.
O fato é que muita gente faz a diferença na vida da gente.
De fato, Deus está na alma de muita gente, que aconselha, ou simplesmente é sincera e não desperdiça o momento de ser quem é.
O que uns fazem pelos outros causa admiração.
Resta agradecer a toda essa gente cujo espírito é autêntico e fala conforme pensa.
Responder a toda essa gente, não somente com palavras, mas com a autenticidade do espírito que nos move é fator de realização.
São frases que ecoam e nos obrigam a atitudes, e algumas delas impedem que o coração da gente endureça.
"Eu devo favor para aquela família, quando eu fiquei sem serviço, eles não me deixaram na mão". Eles pedem que eu acompanhe os seus passos".
O homem rústico deu o nome daqueles a quem ele devia favor.
_Obrigada. Vou para outro canto, respondi.
"A senhora sorriu ao ouvir a canção. Quer ficar e ouvir o show com a gente? É só pedir algum petisco e ficar enrolando na mesa. Pega uma cadeira e fica até o final do show na tv."
A jovem foi extremamente gentil, mesmo negociando lanches e refrigerantes à venda.
Infelizmente foi-me impossível não rir da letra da canção que se queixava da traição dizendo que havia deixado de ser "galinha" por causa dele.
Contudo trouxe o lanche sem ouvir o show, uma questão de autenticidade do meu espírito. Ri por engano.
Um outro moço perguntou se eu havia assistido o último capítulo da novela, e eu disse que não. Ele me contou com boa vontade o final da novela. Deus o abençoe.
Outro me contou do seu ofício com um tal entusiasmo, que foi perceptível a autorrealização profissional de alguém que já concluíra a universidade.
Se alguém assistiu ao filme no qual Deus dizia um homem que, se ele encontrasse dez pessoas boas, a humanidade seria salva do Seu extermínio.
Começo a semana com essa sensação, a de ter encontrado dez pessoas que valeram conhecer, e que a humanidade continuará existindo.
Desejo que cada um de vocês tenha tal sensação.
Grata pela leitura.
Brisa do Tempo
O argumento do tempo,
Chama-se prioridade,
Prioridade "cata-tempo",
Trocadilho e deidade
De todo dia e momento,
Sua necessidade.
Sem querer vem o vento,
Brisa da eternidade
Que pede desse tempo
A melhor prioridade,
E seu contentamento
Em fazer-se vontade.
Letra
Quem canta, entende
O vento a soar,
E a voz surpreende
Quando se estende
A sustentar
Ao que pretende
Se ouvir, mas tende
À letra, ao orar.
Discussão sobre Arte / Crônica do Cotidiano
Daquelas raridades no meu cotidiano, o que não é bom, hoje fui a uma exposição de arte com conhecidos.
Dali a pouco ouço a discordância e a indignação com a exposição.
Não havia nada chocante ou impactante.
A reação veio através da percepção que a arte trouxe ao visitante. Sentou-se num jardim e não se levantou antes de exprimir todo um conceito avesso àquela arte sob o ponto de vista ideológico e filosófico.
Discorreu os seus conceitos e os pontos observados na exposição que lhe trouxeram contrariedade.
Depois de ouvir a tese sobre a contrariedade, respondi que o artista era excelente.
De pronto veio a resposta:
_Um lixo.
Disse que se o artista havia conseguido tal estupefação em decorrência de sua obra, foi porque a exposição era provocativa, ou seja provocava um gosto ou desgosto ao visitante.
Sob o meu ponto de vista, ou percepção, achei a exposição intencional, pois pedia um posicionamento sobre a mostra.
Juntos calculamos o incalculável: o material, a taxa de exibição, o tempo de execução de cada peça, o marketing, a entrada franca, mas mais do que isso, a possibilidade de conseguir uma reação do público que por ali passava e observava.
Metade das salas me bastou, quando entendi que o local tinha mais possibilidades artísticas, e subi escadas e desci escadas, e me deparei com outras artes que aliviaram a mostra provocativa.
Refletimos que, mesmo numa exposição, não devemos estar colados uns aos outros, porque as sensações diante da arte diferem de indivíduo a indivíduo.
Gastei alguns minutos do dia nessa discussão profícua.
As conclusões sobre a exposição ficaram sem conceito, porque o dia continuaria e havia o que fazer depois da arte.
Cada um dos passantes voltou para casa com uma sensação diferente, afinal, ninguém é obrigado a ver quadro por quadro, mas que quer ver, pode e deve formular a sua teoria a respeito.
A crônica também fica sem conclusão, a não ser a de que ir a uma exposição de arte é um bom passeio.
Grata pela leitura.
Ao Ensinamento
Tempo de refletir;
Ao acordar e ao dormir
Deve-se agradecer
Que todo dia vem fluir,
Com sol ou chuva a cair,
Mesmo sem o saber
Caminho de luzir
Nesse vão compreender.
Criação
Intelectual
Ou conceitual,
Segue o exercício
Que é desigual
E nada usual,
Porque não é físico,
E desse qual
Se cria um início.
Pensar, Encontrar
Caminhar,
caminhei,
Sem parar.
Nesse andar
Planejei
Continuar;
Por pensar,
Me encontrei.
Aprendendo a Passear/ Crônica do Cotidiano
Preciso aprender a passear. Pensei que sabia, mas vejo que não.
As famílias estão comemorando este dia de forma inovadora, são pais, mães e filhos, ou mesmo famílias recompostas por outros motivos, cuja imaginação ou essa outra geração, superam as expectativas.
Essas famílias mudam de bairro e de rotina e aproveitam o dia junto a seus filhos.
Percebo algo que fez todos felizes. Os pais levam os filhos ao shopping, enquanto as mães se arrumam para lanchar, e pedem aos pais que o shopping não contenha muitos lanches porque elas querem lanchar e se divertir também. Outras famílias, aquelas que não passaram por modificações estruturais saem juntas o dia inteiro.
Enfim todos os quais estão com boa saúde, tiveram essa possibilidade, e participam dessa motivação, a qual não deixa de ser uma forma de conservar a criança que mora dentro deles, se divertiram.
Nenhum deles saiu da cidade, mas escolheram um lugar repleto de comodidades, sanduíches e sorvetes a preços razoáveis.
Este dia foi planejado o ano inteiro, um dia sem obrigações além daquela de ficar com as crianças e se divertirem.
Um senhor com a esposa e a filha, enfim eles passaram e disseram que valia e muito esse passeio feito na própria cidade. Segundo eles, com a economia feita, alugaram um cômodo com duas camas, e a filha dorme com a mãe na cama de casal, e o pai na cama ao lado, faz as contas do gasto e compartilha com elas, avisando o quanto podem se divertir. A esposa riu muito, mas disse que iriam lanchar. O marido disse para ela não se preocupar, que a conta era dele e que ninguém daria palpite no pedido dele para o lanche. Todos riram.
Ainda existem famílias felizes, com criatividade, e que podem ter algum passeio e não perder a esperança na futura humanidade.
Aprendo que passear pode ser na mesma cidade onde se mora, mas tem que ser num outro bairro, com padaria e supermercado, praça e possibilidade de comer algodão doce ou pipoca doce e salgada, e nada que possa ser perigoso para os pequenos.
Interessante é verificar que eles ficaram distantes dos demais familiares, do amigos, e dos conhecidos do dia a dia. Todos com a fisionomia de criança num dia de criança, a que eles, muito embora responsáveis por todo um planejamento, se divertiram igualmente.
Esse é um jeito novo de pensar, e vivido por algumas famílias, mas apreciei essa ideia sobre a qual escrevo de bom humor.
Grata pela leitura.
Enfeite
O dia pensado
Dorme acordado
Ao se deitar,
Que a noite é ao lado
E o sonho é alado
Sem se importar;
Vem enfeitado
Até acordar.
Outros Planos
Conforme o tempo sobra,
Alonga e se desdobra,
Segue o planejamento
Porque Deus o manobra,
E o ânimo se recobra
A cada pensamento;
E a gente colabora
E não sabe o talento.
Louva-a-Deus
Resgata essa boa gente,
Deus. Gente decente
Que é por ti, Senhor.
Por mim, vou contente
Em busca de gente
De quem és Criador,
E porque é premente
Prestar-te um louvor.
Notações
Espremo a agenda
Por querer tempo,
Tempo é uma prenda,
Brinde da agenda,
Divertimento
Que se faz lenda.
Numa legenda
De apontamento.
Sutileza
Desafio
A cansar,
Tricotar
Todo fio
Num dia frio,
E encantar,
Esquentar
Fio por fio
Nesse anil
De céu e mar,
De leve ar,
Ser sutil.
Microcrônica Tudo de Bom
Pela manhã, converso com Deus, e sei o que fazer no dia.
Hoje veio a pergunta:
_Como foi que se deu esta iluminação de hoje?
Respondi que esta é uma tarefa diária.
_Com você é assim que o dia funciona?
Respondi que sim.
_Resolva!
Tudo bem, disse.
Ainda ouvi que essa história de conversar com Deus funciona, só que tem que fazer o que é para ser feito.
_Faça! Concordo com Ele!
Tudo bem, disse.
Assim a semana começa.
Grata pela leitura.
Licença Poética
Semana intensa
Que se compensa
Ao deixa estar,
Quando se pensa,
Numa licença,
Poetizar
Toda a presença
Do caminhar.
A Nave do Universo Paralelo
Magie está fazendo o seu melhor, disse Joan para Archie.
Magie é engenheira e tenta fazer a nave do Universo Paralelo pousar.
A nave era para ser um teste espacial, mas abduziu pessoas comuns sem que os cientistas pudessem evitar. O teste de fazer uma nave para viajar através do Universo Paralelo fugiu ao controle da base espacial, pois lidavam com uma energia experimental, e foi então que aconteceu das consciências se unirem e passarem a experimentar o Universo Paralelo como parte da sua realidade.
Assim, aqui no Brasil, alguém pede para que o automóvel espere para sair da garagem, o motorista respeita o pedido, e, ao invés de gente, dois cachorros passam em frente ao portão. O homem agradece. Os cachorros não eram dele, mas o seguiam. Após passarem pelo portão aberto, foram em frente, e ao final da rua, esperam o semáforo abrir para pedestres e atravessam a rua. Tanto o motorista que esperou a passagem dos cachorros quanto o homem que era seguido por eles observam: um dobrando a esquina e o outro parou para observar a direção que os cachorros tomariam.
Nos Estados Unidos, dois músicos, ao ouvirem, que quando os caminhos cruzavam, era amor, por amor a música, um ano após ouvirem o gracejo, um cede um copo com água ao outro. Estado de consciência pura que era amor pela música: One-two-one-two.
Tudo o que acontece, acontece em segundos, e todos agem sem nenhuma crítica à razão pura.
Todos são absolutamente verdadeiros entre si nesse Universo Paralelo.
Poderia se dizer que seria medo, mas todos estão tranquilos sabendo-se participantes dessa nave.
Magie avisa que assim que conseguir trará todos de volta ao estado da consciência humana, e que os passegeiro precisam saber dessa modificação na vida deles. Eles estão na nave da consciência pura.
Quando voltarem a realidade estará modificada, pois houveram interações entre as consciências abduzidas pela nave do Universo Paralelo.
Magie mostra os planos e pede a colaboração e a compreensão entre eles sobre a existência vivida nesse Universo Paralelo.
Será outro o tempo, muito embora para eles, enquanto humanos, a forma física estará envelhecida, segundo os cálculos dela, em aproximadamente três anos.
Não se sabe ainda as consequências dessa experiência que fugiu ao controle científico, e todos devem ter consciência disso.
Distribuídos os avisos aos passageiros, ela os prepara para o pouso, para a dimensão não racional-emocional humana.
Deseja bom pouso, mesmo sendo ela uma das passageiras.
Archie e Joan se entreolham e aguardam o pouso.
Histórias de Viagem / Crônica
A viagem se repete enquanto penso.
O rio, o lanche, a picada da aranha. Ser picada por aranha em local diferente do nosso habitat é algo completamente diferente.
No dia seguinte, passeio de barco.
O auxiliar do barqueiro, que conversava com os turistas, perguntou o que havia acontecido com o meu braço e eu contei a ele.
Extremamente atencioso, enquanto atendia outros turistas, pesquisou nos órgãos oficiais o catálogo das aranhas e pediu que eu a reconhecesse.
Ao reconhecer a aranha, uma passageira pediu para ver a foto. Era médica e disse que eu precisaria ir até a farmácia comprar uma pomada.
Agradeci.
Nesse ínterim, alguns passageiros do barco olhavam para o senhor que atendia os turistas, porque ele tinha apenas um dente superior, posterior, e único.
Ao observar que alguns passageiros observavam o seu único dente, ele disse que era o único dente que lhe restara, e que todos eles tiveram um significado, e que quando fosse necessário, ele o extrairia, o que não era o caso.
Fui até a farmácia obedecendo a médica passageira do barco, e guardo a pomada como lembrança.
Cada vez que eu penso nessa viagem, eu reflito, parece que novos dias mágicos acontecem.
Impossível não rir com as frases ouvidas, mesmo sendo para levar a sério, mas pela espontaneidade e o medo ou espanto que causam pegam a gente de surpresa.
Que protesto maravilhoso:
_É o meu primeiro dia nesse emprego e eu não vou enfiar a faca (bisturi) em ninguém. Sabe o que procurar um bom emprego? Mandar currículo atrás de currículo e esperar uma resposta positiva de um profissional de saúde?
Apoio essa moça incondicionalmente, por razões óbvias,
Resolvida a questão do bisturi, caminho para sentir o vento e a vida enquanto vou até a farmácia.
Muito provavelmente picada de inseto, o que justificaria esse tempo todo depois da picada de aranha me incomodando com dois furinhos.
Enquanto caminho, estou no barco, o barco joga mansamente pelas águas de um rio.
Chego até a farmácia para as compras de rotina.
A atendente da farmácia disse que o que eu queria estava em falta. A diferença no atendimento foi que ela olhou bem e disse:
_Mais duas quadras e a senhora consegue comprar. Ensinou o caminho e assobiou, ensinando:
"Vira aqui, gesto, assobio, depois vira ali, gesto, assobio, e pronto, achou."
Obedeço a atendente da farmácia e consigo o que preciso comprar.
Ao caminhar sinto como se tivesse saído de um mundo de andróides e encontrado seres humanos.
Humanos, como um barco que navega num rio devagar e com boa vontade, com um velho marinheiro com histórias pra contar, como a juventude dessas moças querendo ser prestativas, como a brisa leve que trouxe exercício e alívio.
Semana cheia de história, cheia de gente, que faz pensar que a humanidade está nesse barco, e que podemos esperançar as pessoas.
Grata pela leitura.
Grata pela leitura.
Boa Questão / Crônica
Questão de saúde, igualmente, mas diferente, com um final que permite questionar.
A semana está boa para conversas diversas, e com a temperatura amena, a gente sai como se o verão tivesse chegado.
Num ambiente lotado de mulheres, as conversas, os telefonemas, as avós e bisavós, enfim, todos estavam animados pela quantidade de gente com tempo para se sentar e conversar sobre temas diversos, e observei que algumas delas já compram presentes de Natal, a fim de não salgarem o preço da festa.
Em meio a multiplicidade de conversas, disse que uma amiga faria falta neste final de ano.
O que aconteceu, perguntou a outra mulher.
Aquela mulher contou que a amiga havia falecido.
_Como? Do que? Ela tinha só cinquenta e poucos anos.
Conforme ouvi, conto para vocês.
_Bem, a Maria tinha artrite reumatóide e tomava remédios para as dores constantes.
A outra antecipou-se:
_Os remédios fizeram mal?
A resposta foi não, mas ela ficou com gastrite devido aos remédios, mas precisava dos remédios porque as dores da artrite eram muitas.
Assim continuou:
_Nesse vai e vem aos médicos, ela fez um exame e descobriu que tinha ruptura de um ligamento e foi obrigada a se submeter a uma cirurgia para corrigir a situação.
A outra, antecipou-se novamente:
_Ah, a cirurgia não foi bem sucedida.
A resposta foi não novamente. Fez um gesto que pedia para a outra ouvir a história até o final.
Continuou dizendo que a cirurgia foi bem sucedida, que a Maria foi para casa e teve o repouso que precisava.
A outra, agora, ficou impaciente.
_Foi tudo bem, mas ela morreu. Quer contar de uma vez, exclamou.
A outra disse que contaria.
_Durante o retorno ao médico, que refez os exames e relatou que a Maria estava liberada para exercícios rotineiros, mas leves. A Maria perguntou ao médico se ela poderia ir para a praia, pois era um lugar plano e poderia caminhar pelas manhãs e se exercitar sem fazer muito esforço. O médico gostou da ideia e a liberou para viajar.
A essa altura, todos em volta estavam ouvindo a história para saber como a Maria tinha falecido. Toda a atenção do lugar era para a história contada.
_Maria fou à praia e fez dois dias de caminhada pela manhã. No terceiro dia, teve um desarranjo intestinal forte e foi até o posto de saúde local para verificar do que se tratava. No posto de saúde foi constatado que Maria havia contraído "Zica". Fora picada por um inseto contaminado.
Para terminar a história, Maria ficou desidratada, foi levada ao hospital da região e não resistiu e faleceu na cidade aonde havia o hospital.
Eu poderia questionar infinitamente os problemas do litoral, mas creio que é mais útil ao leitor saber de tal risco.
O calor e as chuvas, o mosquito, a falta de higiene com a água parada e, por que não, água parada nas latas de lixo.
Ao escrever, pensei que seria uma boa questão, e que os veranistas não deixem de usar os repelentes, essenciais na bagagem.
Grata pela leitura.
Testemunha do Leão de Judá / Crônica
A história é verdadeira, com todos os cientistas atestando a veracidade da história do homem.
Gosto de ouvir histórias e relatos sobre Deus.
Na fila de espera de um consultório médico, um senhor que estava na fila de espera , começou a conversar, ansioso pela consulta.
_A senhora acredita em Deus?
Logicamente que a resposta foi sim.
Ele me contou a história dele. Tendo desistido de recuperar a saúde, o médico propôs uma cirurgia que poderia melhorar, ao menos a qualidade de vida, com a obtenção de uns 20% de acuidade visual.
_Quando o médico propôs a cirurgia, eu pensei: jogue para Deus a sua saúde. Eu não acreditava que pudesse melhorar, mas joguei o problema para Deus, aceitando a minha condição. Fiz todos os exames que o médico pediu. Fui para a cirurgia ciente de que seria uma tentativa frustada. Tomei a anestesia e apaguei.
Enquanto ele falava, eu somente fazia que sim com a cabeça, para que ele terminasse a história de dentro dos seus óculos +2 para ler.
_Apaguei, mas aconteceu algo diferente. Apareceu o Leão de Judá. Se a senhora não conhece a figura, pesquise.
Deixa comigo, que eu pesquiso.
_Apagado, o Leão olhava para mim e eu olhava para ele, consciente de estar sedado para uma cirurgia.
Assim foi até que o enfermeiro metirou da maca e me fez acordar. Ao acordar e recobrar a consciência o Leão desapareceu. Olhei em volta e reparei que enxergava as coisas ao meu redor, o quimono, a maca e a fisionomia do enfermeiro.
Ouvi a história maravilhada com o belíssimo testemunho que ele dera, mas não era somente isso, ele tinha uma pergunta.
_Sei que passei por um milagre, mas eu me pergunto e pergunto a Deus, o que foi que Ele quis dizer com isso. Eu converso com a minha esposa e ela também não sabe responder. E Jesus Cristo, porque não foi ele que apareceu, na sua forma humana de Deus? Deus quis o Leão de Judá me olhando durante a cirurgia e eu consciente do Leão e da cirurgia. Deus é mais do que qualquer explicação.
E ele continuou:
_Muita gente diz que eu tenho uma missão a cumprir, mas até agora eu não descobri qual seja.
Eu também não sabia, até que cheguei e contei a história.
_Que pergunta! Deus quer que ele testemunhe a graça recebida e reparta a existência de Deus para com todos!
Agora fiquei sem saber o que dizer.
Grata pela leitura.
Esperando na Janela, e ao Longe
Música na janela
Fica dentro da gente
Como aquela aquarela
Cantada que ainda é bela,
E ao piano novamente
Outra voz se faz nela
Decorada, e não é aquela,
Brasileira janela.
Baliza
Se não saber
Gera a pesquisa
Porque ameniza
Esse querer,
Se sintetiza
E organiza,
Tem tudo a ver,
Diz-se baliza.
Copo de Leite
Leite pasteurizado,
Puro, mas desnatado,
Que a indústria propicia
Até em lata, lacrado,
Leite que vem datado
E traz certa alegria
Num copo decorado
À noite, e faz o dia.
Um telefonema, Um Áudio / Crônica do Cotidiano
Recebo um telefonema com uma propaganda de um empreendimento.
O que é a imaginação e a doutrina da igreja?
Gosto muito das orações online, e assisto e edito na minha cabeça todas as pregações, pois cada palavra é uma nova oportunidade de conversar com Deus.
Vamos compartilhar , desta vez, a edição.
A propaganda me leva a um culto específico.
Vou ao Youtube e a palavra vem com o culto.
O áudio me lembra da frequência ao grupo de estudos bíblicos.
Também em forma de propaganda. Lembro de um dos frequentadores do grupo, que desistiu de morar em São Paulo, e veio para Curitiba, porque a vida em São Paulo foi angustiante para ele, e ele veio com a família para Curitiba.
No entanto, em tom de brincadeira, o áudio fala no artista. Oramos juntos com o pastor, e a vida de artista, com produção e marketing impondo gestos e maneiras nos comoveu a todos.
É nessas horas em que desligo o computador e oro pelos irmãos da igreja, pelos pregadores, e pelos demais.
O artista contou a vida dele ao pastor e os presentes escutaram. Envelhecer, para a televisão, é difícil, pois é um mercado de imagem e conquista de telespectadores e audiência. Quando se envelhece, às vezes é melhor desistir da televisão, quando as condições físicas não suportam mais a agilidade e a plástica performática exigida pelo contrato.
Para quem não sabe, alguns contratos exigem a manutenção do peso e da agilidade, sim, agilidade para correr, andar de bicicleta, ou dar saltos acrobáticos.
Sei que Jesus entra nessa história pela incapacidade de dar saltos, e foi assim que conhecemos a televisão conforme funciona na vida real.
Ainda ontem assisti a um trecho do culto, cujo telefonema lembrou.
Hoje lembrei do irmão artista que frequentou o grupo.
Ao orar, aprendo que Deus está no controle de nossas vidas, e que, obedecendo às Escrituras, podemos ter uma vida mais próxima Dele, sem que nos tornemos góticos ou barrocos, ou conforme um aluno de guitarra disse: eu toco música triste e não me faltam apresentações, porque o meu público gosta.
Hoje a crônica é testemunha de que Deus fala.
Grata pela leitura.
Sombrinha
Por enquanto, deixar
Sossegar o dia frio
E um certo bem estar
Esperado a soprar
Na sombrinha que saiu
Às ruas a ventar,
Este passarinhar
Na chuva devagar.
Sobre o Ideal
Acreditar
Para ser crível
Faz o impossível
Ao se tornar
O ideal possível
E compreensível
Até bastar,
E ser sensível.
Linguagem ao Reverso
Ocupar-se ao bem estar,
Sentir-se bem sem motivo,
Que da agenda vai cativo,
Bom motivo é se cuidar
Nesse tempo de endoidar,
Ou resfriar, mas prestativo
Ao se querer substantivo,
Ser palavra a digitar
Num teclado a conversar,
Formal, mas também criativo
Nesse resumo adjetivo,
Onde dizer não é falar.
Incompreensível Clima
Madrugar ao temporal.
Hoje, este dia irreverente,
Deus e medo, um vendaval
Ao qual orar foi um presente,
E tomar café especial
Ao observar o som tremente
Trouxe a melodia atonal
Até que fosse coerente,
E amanhecesse em seu igual
Esperado, mas contente
Transformada em matinal;
Com compreensão é diferente.
Surf Virtual
Realidade virtual,
Como é extenso esse areal
A pescar, e saber
Desse novo querer
A prancha mais que ideal
Para um mar desigual,
Muito bom de se ver
E querer aprender
Sobre as águas o irreal,
E navegar jornal
Digital, conceber
Uma razão e se ler.
Ideia Brilhante
Procuro a ideia brilhante
Pelo sofá, ou na mesa,
Mas a ideia, saltitante,
Se move com leveza,
E diz que é só um instante
De iluminar, surpresa
Ao se sentir distante,
Por ser uma estranheza
Pensada e contrastante
Do comum, sutileza
De um destino dançante
Sob a lâmpada acesa.
Mar e Navio
A água gelada
Tem o seu mar,
Enregelada
Ao navegar,
Sente colada
Um sal nesse ar
E a navegada,
Navio a ondular
Nessa chegada;
Distante mar.
Porto, parada
De refrescar.
Alma Viva
Em meio silêncio da rua,
Ouve-se o som tilintar,
Tudo é som, gota de chuva
Numa janela a fechar,
Mas a noite vem sem lua,
E aconchego é se deixar
O dia na última jujuba
Do pacote após lanchar,
E o amanhã que se construa
Ao dormir e despertar,
Quando a alma, deserta e nua
Reflete a luz por sonhar.
Deus Missionário
Coração e pulmão,
E a articulação,
Mudam sem pensar;
E a nova visão,
Descomplicação
Que vem editar
A decoração
De Deus e missão.
Caramanchão
Saber da dificuldade,
Mas nessa despretensão
De água e solubilidade,
Porque a sede é fatuidade
Que se impõe de amenidade
Ao calor e no verão
Do dia de continuidade
Que não precisa a razão,
É instinto, é humanidade
Gostar de caramanchão,
De um sol de neutralidade
Por instante e sugestão.
Refrigerante
Muito salteada
Segue a canção,
Direcionada
E temperada
Sem ter noção,
Mas abençoada
Por temporada,
Sem ser verão.
Verso Disperso
Um verso descolado
Não deixa de ser verso,
Fica solto, esse ao lado
Que está sugestionado,
Tem todo um universo
Imerso e controverso,
Cujo senso é admirado,
Mas que está meio disperso.
Humana Alma
Carrossel
São meus planos
Com pincel,
Mundaréu
De sons, planos
D'um chapéu;
Este léu,
Meus arcanos.
Diferença Teológica / Crônica
De vez em quando reflito sobre as diferenças da doutrina, e me percebo a cada dia, e a cada reflexão, cristã.
Uma das diferenças fundamentais da doutrina da Denominação Batista é que o pensamento não é pecado. A doutrina batista não reconhece o pensamento como pecado.
Sempre tive como pensamento, uma energia que e desprende da gente, positiva ou negativa, nada mais que isso, mas também nada além disso.
Palavras entram no contexto do pecado, pois sopram ao bem e ao mal.
O que se faz, seja lá o que for, entra para o Livro da Vida da gente, e o que não se faz, quando se pode fazer é somente obrigação quando para auxílio de si e dos outros.
Entendo o cristianismo como uma determinação em se manter com fé em qualquer circunstância, e que essa fé pode "salvar", é verdade absoluta.
Gosto de contar histórias, e aqui escrevo sobre um testemunho dessa fé que orienta as pessoas que assim desejam crer.
Aconteceu que um homem sofreu um acidente, e ficou num hospital público e com poucos recursos numa cidade de médio porte.
A família começou a conversar sobre como seria a vida sem ele.
Nesse instante surgiu um homem e pediu para conversar com a família, que estava no corredor, e conversava bastante aflita pelas dificudades que sofreria.
O homem interferiu pedindo para que eles pensassem de forma diferente, em como seria a dificuldade enquanto o homem se recuperava do acidente.
Com dificuldade foi que eles começaram a pensar dessa maneira.
Para terminar a história, aquele homem ficou internado na enfermaria durante um ano inteiro, e a família, nas visitas, contava das dificuldades enfrentadas na ausência dele em casa, e ele procurava resolver dificuldade por dificuldade.
Ao fim de um ano, o homem recebeu alta e foi para casa.
De acordo com a participação dele nas conversas foi que as coisas aconteceram, e a família estava sólida e feliz.
Eu soube dessa história porque os cristãos acreditam em anjos, e eu também, mas ouvi, feliz:
_Você acredita em anjos, nós conhecemos um pessoalmente, e ele conversou conosco e pediu licença para ir embora. Perguntamos e perguntamos se ele era funcionário do hospital, ou capelão, ou visitava um amigo ou parente, ou fazia caridade para os enfermos. Ninguém soube responder nada sobre o homem. Nunca mais o vimos, e ele nos ajudou a superar um ano de dificuldades.
Não se pode acreditar em desconhecidos, mas ele somente mudou o pensamento, e conversou com eles num momento triste.
A palavra muda tudo, de pensamentos a comportamentos, e salva.
O pensamento não expresso é incapaz de fazer algo para alguém.
Concordo que um pensamento que não seja bom deva ser mudado, e concordo também que o pensamento não seja pecado enquanto pensamento.
Estudar a doutrina atiça a escrita.
Grata pela leitura.
Extroversão
Opinião,
É bom ter,
É bom ler;
Ter noção,
Aprender,
Se saber
Sem tensão,
Compreender.
O que muda com o passar dos anos é a condição involuntária que o tempo acrescenta e a experiência somada ao conhecimento adquirido, e isto somado, é o que faz com que se possa ser diferente a cada dia que passa.
Chá de Hortelã
A esta altura,
Observar
É postura,
Conjuntura
De ter lar,
E costura,
Pois ranhura
É a emassar.
Poema Filosofado
Espaço organizado
Não se mexe, agradece
Como quem se conhece
E acrescenta admirado
De estar-se lado a lado,
É algo bom que acontece
Nesse ar sem que se apresse
O tempo, que é datado,
De dia recomendado;
Nada se estabelece
Sem que de si soubesse
Do bem estar soprado.
À Cultura Geral
A cultura geral,
Que pão vem do cereal,
Que o aprender é pra gente
Porque o saber é igual,
Porque é fundamental
Para se estar contente,
Quase um devocional
Cada dia mais urgente.
A Compreensão
A compreensão,
Individual
Dom e missão
E essa razão
Espiritual
De ser criação,
Continuação
De um sem igual.
Espontaneidade
Olhos vivos
E criativos,
Bom ser criança
Com motivos,
Sem motivos,
Esperança;
Intuitivos,
São a mudança.
Jardim de Inverno
Naquele jardim de inverno
As folhas secas são enfeites,
Sob o sol douram ao eterno,
Sobre a rua são tapetes,
Redemoinhos de som terno,
Chuva de doces deleites
Que contrastam o moderno,
E o ruído e seus aceites
Ao dia morno e pós-moderno
Das frituras sem azeites
Dos pastéis e dos cadernos,
Listas de compras, lembretes.
Ideias
As ideias que passeiam,
Mudam e devaneiam,
Mas não deixam de estar,
Ficam dentro, no lar,
Lugar onde se deixam,
E que depois medeiam,
E concluem seu pensar
Nesse reorganizar
Os planos que ao dia enleiam;
Resolvidos permeiam
Um céu nesse encontrar
Um ar de respirar.
Cálculo Prático
A possibilidade
Da física é a pesquisa,
A impossibilidade
De parar a pesquisa
Seria pela vontade,
Que o estudo a paraliza
Porque é a velocidade
De cálculo, e enfatiza
Sobre a neutralidade
Com seus fios por divisa
Nessa eletricidade
Com fio terra, poetisa.
O Inexplicável
A unicidade
Do ser, magia
De Deus, verdade
Feita a unidade
Em fantasia
E realidade,
Mar e cidade
E céu, chovia.
Dia de Silêncio / Crônica
O dia é de silêncio pelo escritor Luis Fernando Veríssimo, e fica a sugestão para que o leiam amanhã, porque certamente ficarão de bom humor, assim como eu ri tantas vezes com os livros dele. O tempo é o tempo que cabe a cada um viver, e o tempo dele certamente continua com as suas obras capazes de trazer o bom tempo para dentro de nós.
Por falar em silêncio, ele é relativo, pois os celulares continuarão soando e em todos os lugares.
Por falar em saudade, o tempo do silêncio foi massacrante, e foi o tempo em que houve a transição do rádio AM para o FM.
As emissoras AM baixaram a qualidade para que os rádios FM fossem vendidos. Eram poucos e sumiam das lojas com preços comparáveis aos celulares caros recém lançados de hoje em dia.
Naquele ano as músicas eram ouvidas pelos programas de televisão, às vezes chatíssimos, aos finais de semana.
A semana era silêncio ou a Rádio Educativa, com os clássicos da MPB - música popular brasileira e os compositores propriamente clássicos como Beethoven, Mozart, Chopin, etc.
Muitas vezes era preferível ouvir clássicos do que as emissoras da rádio AM.
Não haviam fones de ouvido, e o jeito era colocar a orelha junto ao som da sala para se ouvir alguma música aceitável.
Era outro jeito de viver a música, não existiam os cds, e as rádios , pelo menos na minha opinião eram péssimas, poucas músicas e muita conversa.
Hoje a música é online, as caixas de som com bluetooth conectadas ao celular, escolhe-se o que se quer ouvir, e posso dizer que a qualidade de vida musical é bem vinda.
Diante de tal saudosismo, e da possibilidade de conhecer Luis Fernando Veríssimo pelos livros deixados para que sejam lidos, conheçam o escritor, experimentem o lirismo do bom humor dele, e o que diante da realidade, pode fazer, e se torne um otimista.
Seus livros me deixaram de bom humor, saudade.
Grata pela leitura.
Filosofia de Sexta-Feira
Paisagem concordante
Com a alma, sensação
Da quietude falante
Da modificação,
Essa coisa bastante,
Sensibilização
De um saber confortante
Sem a idealização
De um livro numa estante
Lido por distração
Num caminho distante,
Intensificação.
Música Chiclete
E este dia voou
No alto falante,
Nem pesquisou
O som pulsante,
Que assim causou
Mesmo distante,
E não pausou
E foi radiante;
Em rimas soou
E foi viajante
Que foi e voltou
Chiclete e instante.
À Gosto
Ideia fixa é pipoca
Guardada, falta tempo
Nesse tempo que foca
Noutra ideia que pipoca
No tempo, pensamento
Nublado e café moca,
Que precisa o tempo e a oca,
Cadeira e um argumento.
Chuva e Varal
Neste temporal
Roupa no varal;
Lá vem correria.
Fica desigual,
Mas é algo especial
Porque vem e esfria
E muda o visual
Da agenda do dia.
Nó em Pingo D'Água / Crônica
Mania é mania, e lá fui eu mexer nas partituras.
Uma chamou a atenção e vim para aqui, na internet, pois era tema de filme. Depois de ouvir a música e ler a sinopse, tive um insight - tinha comprado o livro - um Bestseller com bom preço.
Assim, essa hsttória veio devagarinho lembrando o que seria um dueto numa apresentação escolar.
Ela, a violinista, seria a esperança, e eu, piano, o destino.
O drama não foi aprovado para uma apresentação escolar.
A esperança está firme e forte, pois busquei e encontrei a esperança tocando em frente e fazendo projetos.
O destino está tão presente quanto a esperança.
O que conta é que tinham praticamente feito uma previsão sobre o meu futuro, e já faz mais de década que isso aconteceu.
No entanto ela era a esperança viva na luta pela saúde, o que era diário , e todos acompanhavam o esforço.
O livro foi comprado muito depois, e o li pela metade, ou seja, li o final, e desisti de ler a novela, que parecia um "remake" de outro filme, indicado por outra professora.
Aquela partitura ficou guardada desde a data da sua não apresentação.
Eu me perguntei hoje como foi que foi feito esse exercício de futurologia a meu respeito, e ainda disseram que era destino.
Não faz tanto tempo assim que as pessoas realmente se importavam umas com as outras, e os sussurros eram compartilhados entre professores e alunos, e todos participavam.
Lembrei da tragetória do que seria o destino, e de onde veio aquele destino, e que até pode ser que seja inevitável, mas no entanto ele, o destino, não teve pressa em ser destino.
O outro filme era praticamente a mesma história, e esse eu tive que assistir, pois ganhei o DVD de presente.
É bom pensar que, nesse caso a esperança não se opõe ao destino, pois caso a música fosse apresentada, a esperança estaria lado a lado com o destino.
Se o destino fosse aquele, o que nem eu me arrisco a prever, a esperança seria obrigatória para levar o destino a ser menos rude.
A esperança deve ser vivida todos os dias da vida da gente, e essa frase não é minha.
Dia de dizer que assisti o filme, li a partitura, e contei o final do livro sem ler a história inteira, tarefa feita em anos diversos um do outro.
Consegui um nó nas ideias, tão difícil quanto um nó em pingo d'água.
Grata pela leitura.
Um Dia Normal
Um dia normal
Não tem um preço,
Merece apreço
Por ser igual,
Por ser acesso
Ao recomeço;
Dominical
Jeito travesso.
Ficção
Noutro espaço
Um compasso
Mede a Terra
Passo a passo,
Tempo escasso
D'outra esfera
De céu esparso,
Sol quem dera.
Alegoria
Desenvolver,
Ideologia
Do que fazer,
Porque fazer
Deste outro dia
Que recria a ser
E a se querer,
Na alegoria.
Vida que Segue
Vida que segue,
E a continuar
Que não se negue
E nem segregue
A musicar,
Luz desentregue
A que se apegue
O caminhar.
A Dizer
A realidade
Que não se sabe
Até se ver
Hora metade,
Quando assim cabe
Um não saber
Com sobriedade,
Vem por dizer.
Reverberações dos Ventos
Os ventos sopram
De tantos cantos
E se desdobram
E evitam prantos.
Vêm, colaboram,
Cuidam de tantos
Que sóis afloram
Com seus encantos,
E comemoram
Os gestos santos,
Mas não demoram,
Fazem recantos.
Modo Menor
Hoje feliz
Com cicatriz,
Modo menor
De ser feliz,
Que a dor não quis,
Foi sem furor,
O que condiz
Com bom humor.
Parafraseando as Férias no Interior
Sem dono é o verbo escolher,
O verbo é determinante
E diz sobre o que fazer
Do momento logo adiante,
É o dever a concorrer
Nesse caminho constante,
E ao supérfluo, seu correr,
E nele restar consoante
Com a graça de querer
Algum lugar que é distante,
Mas é a alma desse querer
Que faz o dia num instante.
O Poema que Não Li / Crônica
Neste caso não li porque me perdi em assuntos variados sobre saúde e história.
Não sei se o poema seria épico, trágico, lírico, satírico ou banal, mas não li.
Sobre saúde, não vou cronificar o que não é doença, mas condição, onde certamente coloco Deus na situação.
O artigo sobre história pareceu uma releitura ótima de Beethoven, porque ele foi considerado o primeiro exotérico, e eu já tinha ouvido contar história semelhante com questionamentos semelhantes dentro de casa.
Sei que há muitos "fatos" onde não se encontra um motivo racional que os expliquem, mas ainda assim deixo para outros estudarem o que não tem explicação.
Por sorte, encontrei várias páginas interessantes e , o tempo de leitura faz esta noite suavemente amornada e aconchegante, e pode ser a antevéspera da primavera, pois setembro está chegando, ou foi o sanduíche quente que lanchei.
O poema mora na alma do poeta a recitar, e independe de toda a racionalidade que se possa buscar.
A realidade não supera a vontade de poetizar o que é belo, volátil como a eletricidade que nos move, e a matemática é música.
Neste período de pausa para pensar encontrei o que precisava ler, imaginar que sabia sem saber, me fez bem.
Agora, deixo a filosofia aproveitar a sexta-feira.
Grata pela leitura.
Mulher de Lua
Pela janela
Olho a rua,
Não tem lua.
Peço a janela
Que a substitua
E ela se amua,
Porque estou nela
E está frio, sem lua.
Artificial / Comentário
Recebo mais uma pesquisa a ser respondida para um avatar da inteligência artificial.
Não responderei.
Há um exagero no uso de tal artifício. Se for para elaborar publicidade dirigida, pior ainda.
Aquela pesquisa em que pede uma avaliação do atendimento através de nota, penso que é válida.
No entanto, pesquisa sobre hábitos de consumo, nem respondo.
No mês passado recebi a recomendação de pensar em mim, me cuidar e me avaliar física e espiritualmente.
Estou fazendo o possível para fazer o dia a dia saudável, e com ânimo.
Estou evitando de fazer ligações para lugares cuja resposta é: diga uma palavra sobre o assunto do seu interesse, que redireciono a sua ligação.
O mundo digital tem seus limites.
Um mundo feito de respostas por marcar a pergunta correta, e respostas que não correspondem ao interesse da pergunta, elevado ao potencial do interesse lucrativo de uma empresa, chega a ser irracional.
Se a inteligência é artificial, ela corresponde a um mundo artificial, no sentido de ser repleto de artifícios que tomam o tempo do consumidor.
Penso que é prejudicial a convivência em sociedade esse exagero artificial.
Prefiro o supermercado, onde as expressões são legítimas e esclarecedoras, portanto satisfatórias.
Por estes dias, perguntei qual era a mexerica e qual era a morgote, e o menino foi perguntar para a supervisora e me auxiliou na decisão da compra.
Igualmente no domingo passado, fiquei feliz ao ouvir espontaneamente de um garoto que não comeria até chegar em casa, pois faziam um churrasco no Dia dos Pais.
A naturalidade e precisão humana superam em muitos aspectos a inteligência artificial.
O ser humano tem como útil as ferramentas tecnológicas. O problema é que não se pode substituir o ser humano pela tecnologia quando o assunto é convivência.
Deveria haver um limite para o uso da inteligência artificial, até mesmo por vontade individual de se contatar com o próximo, com qualidades e defeitos humanos, afinal somos humanos.
Grata pela leitura.
Deus Sensível
O Espírito Santo,
Um Deus invisível
Que está em todo canto
E sopra sem manto
O Deus do impossível
Da arte, puro encanto
Que leva o quebranto
Sendo o Deus sensível.
Rodopio
Um dia esticado
Cabe no tempo
Mais que contado,
Roteiro dado
É o entendimento
Como tablado
De um sapateado
Em movimento.
Pintura à Lápis
Caderno de colorir,
Antigo de desenhar
Nas cores de todo vir,
Lápis de cor a convir
E tudo a se imaginar
E régua p'ra conseguir
A reta desse construir,
Que o hoje viveu a pinçar.
Nem tão Clássica
Já faz falta
Esse samba,
A tua pauta,
Na letra alfa,
Nessa dança
Meio peralta
Quando fala
Da esperança.