A Dizer
A realidade
Que não se sabe
Até se ver
Hora metade,
Quando assim cabe
Um não saber
Com sobriedade,
Vem por dizer.
É um blog com artes e contos, crônicas, comentários, imagens e, arteiros em geral
A Dizer
A realidade
Que não se sabe
Até se ver
Hora metade,
Quando assim cabe
Um não saber
Com sobriedade,
Vem por dizer.
Reverberações dos Ventos
Os ventos sopram
De tantos cantos
E se desdobram
E evitam prantos.
Vêm, colaboram,
Cuidam de tantos
Que sóis afloram
Com seus encantos,
E comemoram
Os gestos santos,
Mas não demoram,
Fazem recantos.
Modo Menor
Hoje feliz
Com cicatriz,
Modo menor
De ser feliz,
Que a dor não quis,
Foi sem furor,
O que condiz
Com bom humor.
Parafraseando as Férias no Interior
Sem dono é o verbo escolher,
O verbo é determinante
E diz sobre o que fazer
Do momento logo adiante,
É o dever a concorrer
Nesse caminho constante,
E ao supérfluo, seu correr,
E nele restar consoante
Com a graça de querer
Algum lugar que é distante,
Mas é a alma desse querer
Que faz o dia num instante.
O Poema que Não Li / Crônica
Neste caso não li porque me perdi em assuntos variados sobre saúde e história.
Não sei se o poema seria épico, trágico, lírico, satírico ou banal, mas não li.
Sobre saúde, não vou cronificar o que não é doença, mas condição, onde certamente coloco Deus na situação.
O artigo sobre história pareceu uma releitura ótima de Beethoven, porque ele foi considerado o primeiro exotérico, e eu já tinha ouvido contar história semelhante com questionamentos semelhantes dentro de casa.
Sei que há muitos "fatos" onde não se encontra um motivo racional que os expliquem, mas ainda assim deixo para outros estudarem o que não tem explicação.
Por sorte, encontrei várias páginas interessantes e , o tempo de leitura faz esta noite suavemente amornada e aconchegante, e pode ser a antevéspera da primavera, pois setembro está chegando, ou foi o sanduíche quente que lanchei.
O poema mora na alma do poeta a recitar, e independe de toda a racionalidade que se possa buscar.
A realidade não supera a vontade de poetizar o que é belo, volátil como a eletricidade que nos move, e a matemática é música.
Neste período de pausa para pensar encontrei o que precisava ler, imaginar que sabia sem saber, me fez bem.
Agora, deixo a filosofia aproveitar a sexta-feira.
Grata pela leitura.
Mulher de Lua
Pela janela
Olho a rua,
Não tem lua.
Peço a janela
Que a substitua
E ela se amua,
Porque estou nela
E está frio, sem lua.
Artificial / Comentário
Recebo mais uma pesquisa a ser respondida para um avatar da inteligência artificial.
Não responderei.
Há um exagero no uso de tal artifício. Se for para elaborar publicidade dirigida, pior ainda.
Aquela pesquisa em que pede uma avaliação do atendimento através de nota, penso que é válida.
No entanto, pesquisa sobre hábitos de consumo, nem respondo.
No mês passado recebi a recomendação de pensar em mim, me cuidar e me avaliar física e espiritualmente.
Estou fazendo o possível para fazer o dia a dia saudável, e com ânimo.
Estou evitando de fazer ligações para lugares cuja resposta é: diga uma palavra sobre o assunto do seu interesse, que redireciono a sua ligação.
O mundo digital tem seus limites.
Um mundo feito de respostas por marcar a pergunta correta, e respostas que não correspondem ao interesse da pergunta, elevado ao potencial do interesse lucrativo de uma empresa, chega a ser irracional.
Se a inteligência é artificial, ela corresponde a um mundo artificial, no sentido de ser repleto de artifícios que tomam o tempo do consumidor.
Penso que é prejudicial a convivência em sociedade esse exagero artificial.
Prefiro o supermercado, onde as expressões são legítimas e esclarecedoras, portanto satisfatórias.
Por estes dias, perguntei qual era a mexerica e qual era a morgote, e o menino foi perguntar para a supervisora e me auxiliou na decisão da compra.
Igualmente no domingo passado, fiquei feliz ao ouvir espontaneamente de um garoto que não comeria até chegar em casa, pois faziam um churrasco no Dia dos Pais.
A naturalidade e precisão humana superam em muitos aspectos a inteligência artificial.
O ser humano tem como útil as ferramentas tecnológicas. O problema é que não se pode substituir o ser humano pela tecnologia quando o assunto é convivência.
Deveria haver um limite para o uso da inteligência artificial, até mesmo por vontade individual de se contatar com o próximo, com qualidades e defeitos humanos, afinal somos humanos.
Grata pela leitura.
Deus Sensível
O Espírito Santo,
Um Deus invisível
Que está em todo canto
E sopra sem manto
O Deus do impossível
Da arte, puro encanto
Que leva o quebranto
Sendo o Deus sensível.
Rodopio
Um dia esticado
Cabe no tempo
Mais que contado,
Roteiro dado
É o entendimento
Como tablado
De um sapateado
Em movimento.
Pintura à Lápis
Caderno de colorir,
Antigo de desenhar
Nas cores de todo vir,
Lápis de cor a convir
E tudo a se imaginar
E régua p'ra conseguir
A reta desse construir,
Que o hoje viveu a pinçar.
Nem tão Clássica
Já faz falta
Esse samba,
A tua pauta,
Na letra alfa,
Nessa dança
Meio peralta
Quando fala
Da esperança.
Chá de Anis
Presto atenção,
Faço a oração,
Sigo feliz
Com precisão,
Numa oração
Que me bendiz,
Voa esse alazão
Num céu de anis.
Cada Ideia
É tanta a gente,
Que conversar
Se faz pingente,
Que enfeita a gente
Como um colar,
Constantemente
Lembrando a gente
De ser, e estar.
Linhas Musicais
Perde-se o discernimento,
E este mundo é confusão.
Concordância traz o tempo,
Embora seja canção
Feita, lida, passatempo,
Que soa como obrigação
Na alma, e diz estranhamento,
Mas quer dizer da porção,
Relação de espaço-tempo
Ganhado pela ilusão
De que se sabe do tempo
E o tempo é a contradição.
Essência
Restaurar
Pela arte,
Esta parte
Que a se doar
Se reparte
À la carte
Num jejuar,
E sobra arte.
Tempo de Domingo
Lá vem o tempo
De começar;
De novo, o tempo
E o pensamento
De em Deus confiar
Todo o momento,
É Dele o tempo
E o caminhar.
Melhor do Estômago Apesar das Águias de Estimação / Minicrônica
Estava eu saindo de casa durante a semana, quando observo este animal comendo alguma coisa e resolvi tirar uma foto.
Caminho mais um pouco e desvio um pombo morto no chão.
Comecei a me perguntar se estava num filme do canal geográfico sobre a natureza, pois acabara de ver a ave se alimentando de um pombo cujos restos ainda estavam na calçada.
Pergunto daqui e dali e descubro que são duas dessas aves que visitam o telhado do edifício de vez em quando.
O meu estômago está melhor, mas naquele momento ele não ficou satisfeito.
Chamei a águia de animal por matar e comer um pombo sem timidez.
Pelo menos ela parecia aborrecida após a refeição.
É a natureza das coisas em contraponto a humanidade.
O ser humano cozinharia, concordam?
Grata pela leitura.
Excentricidade
Nesse fazer, mania
De não parar o dia
Até quando cansar,
Metrônomo que pia
O som da companhia
Nos ouvidos do lar
E faz a correria,
E a pausa a melhorar.
Dinâmica
Para me refazer,
Não fazer, contrassenso
Que acato quando penso
N'algo pra me aquecer,
Dinâmica de ser
Sem que seja esse o imenso
Esforço do não intenso,
Mas também não esquecer
De ver o entardecer
E a linha por extenso
Nesse azul que é pretenso,
E que vai esvanecer
Até que o amanhecer
A refaça no lenço
Da névoa do bom senso,
E acordar por fazer.
Inteligência Artificial? Crônica do Cotidiano
Não que seja para rir, mas é.
A amiga de um parente próximo veio fazer visita.
Conversa vai, conversa vem, eu reclamei da falta de pessoas para atender o telefone no Serviço de Atendimento ao Consumidor e na facilidade com que diversos telefonemas de marketing acontecem no dia a dia.
Eu não sabia que ela era a responsável por um departamento de I.A.- inteligência artificial.
Eu tinha recebido diversos telefonemas e mensagens para que aproveitasse algumas promoções.
Na semana passada tomei a decisão de ir até a loja e perguntar sobre a promoção para desfazer qualquer mal entendido que tivesse causado naquela conversa.
Cheguei na loja e perguntei sobre preços e sugestões da empresa, e com tempo para conversar.
O atendente fez diversas sugestões e gostei de uma das sugestões, ao que, solícito buscou os dados para me repassar.
De repente um cheiro de café quente e recém passado chegou ao meu olfato.
_Que cheiro bom. A cafeteria é próxima? Perguntei.
Era a colega dele que tomava o café.
O atendente pediu para que eu o aguardasse um momento.
Pegou um copo de café para ele e trouxe um para mim, perguntando se eu gostava de muito açúcar ou pouco açúcar.
Chegou mais um colega, rindo, e sem café.
Conversávamos e tomávamos café numa reunião informal e divertida, todos rimos.
O atendente se divertiu com a situação quando eu perguntei dos telefonemas.
_Esse é o departamento da inteligência artificial. O pessoal do marketing toma água para hidratar a garganta.
E nós, café, agradeci.
Agora nem sei se elogio a Inteligência Artificial ou a cortesia com que recebi aquele copo descartável com café e pouco açúcar e a conversa animada cheia de promoções.
Grata pela leitura.
Poncho
Desta vez,
Tudo certo.
Longe e perto
Sou freguês;
Geada perto,
Me conserto
Sem talvez,
Me acoberto.
Uma Pitada de Humanismo
Vontade de correr
Que é apenas a vontade,
E a vontade do ser
É sem serenidade,
A real, a de acontecer
Como tranquilidade
A escolher e escolher,
Quando é especialidade
Que só o outro pode ver
Com literalidade,
Pois somos mais que um ser,
Espelhos de se ver.
Decorar
Decorando o compasso,
É a música esse tempo
De bem estar escasso,
De varanda ou terraço
De um só contentamento
Quando se faz espaço
D'alma, desembaraço
De mim, ensinamento.
Desligada
Tenho o tempo
Para o nada,
Esse nada
Pensamento
De fachada,
Descansada
Com o tempo,
Desligada.
Sem Pensar
Minha pintura
É sobre o tempo,
Mas com candura
E sem ranhura
Ao firmamento
Em linha obscura,
Nessa procura
De um pensamento.
Delicadezas do Inverno
Aproveitar o frio,
Com a lareira acesa,
E próximo da mesa,
A manta e o seu macio
Aquecendo o vazio
E essa delicadeza
De geleia de framboesa
Do conforto ao extravio
De um longínquo assobio
De um livro sobre a mesa
Meio lido, meio sutil
Do sono e da leveza.
Exaustão
Pensar até a exaustão
Resolver terminar,
Com ou sem solução;
Que se pense a questão
Até nela sonhar
A seta e a direção,
É que o sono é a razão
De melhor se pensar.
A Alma e o Tempo
Esse tempo da gente,
É onde a gente se cabe,
E o que a gente não sabe,
Por ser inteligente,
É que o tempo não sente,
Mas sabe sem que acabe
Ao dizer que não cale
Nesse verso o presente
Tempo da alma consciente,
Pois pra ela o tempo não age;
Humana é a arte "vintage"
De existir normalmente.
Matematicamente
Vontade de ficar
Ao dia, por estudar,
E essa concentração
Precisa da ideação.
Como se a anestesiar
O som da nota no ar
Que diz digitação;
Nessa interpretação
Se cessa todo o idear
E parece tocar
Por mecanização,
Estuda por razão.
Se Depender da Emoção / Crônica
Por todos os lugares que vamos, conversamos.
Eu, num desses lugares viajantes, disse que sentia falta de estar em casa.
Agora, pela internet, assisto o vídeo, e ouço a única frase que disse antes de voltar para casa:
"Eu quero voltar para casa".
Bateu saudade, lembrei do cumprimento, e não sei de qual origem étnica, mas o moço ficou inesquecível ao me chamar de vovó, e pasmem, cheirar o meu rosto.
Eu, naquele momento, tinha cheiro de vó. Seria o filtro solar?
Sei que conversei com muita gente, e agora vejo a avenida deserta, sem ninguém.
Ele e a família vendem sanduíches e queijo frito, do qual comi seis unidades junto ao guaraná, e muito feliz por encontrar guaraná.
Se eu pudesse dizer algo, mas o que posso fazer além de sentir saudade de vocês, sem exagero de marshmallow, pela doce vó, conforme fui tratada.
O título da postagem é:
"O Melhor Segredo Revelado"
É bom estar em casa, concordo, mas passear é uma oportunidade de fazer amigos.
Se vocês soubessem o quanto gosto da organização daquela bagunça, e que hoje não existe mais.
Comentei aqui em casa que parece que existe algo contra o bem estar com uma pitada de felicidade, e esse tipo de comportamento eu já observei por aqui também, onde aprendemos a sorrir sem sorrir para que ninguém observe quando estamos com esse estado de espírito.
Esse não sorrir aprendi com um maestro numa escola de música.
Ele disse com todas as letras que era burrice mostrar a felicidade porque muita gente gostava dos grandes dramas e tinham ciúmes de quem não via o mundo como uma máquina que desconhecia a sutileza das emoções bem vividas, e tinha outros propósitos de vida.
Quanto a tristeza, o mesmo maestro dizia que mostrar a tristeza era como colocar um pedido para continuar nela.
A teologia diz que ninguém precisa dizer o que Deus sabe, pois é normal para Deus o saber.
Às vezes é praticamente impossível esconder as emoções, tendo como exemplo uma pesquisa da medicina bem sucedida, porque tal pesquisa beneficiará milhares de pessoas com um custo que tende a baixar na medida em que ficar disponível para muitas pessoas.
Para algumas pessoas chorar de felicidade é fraqueza de espírito, mas enquanto humanos, é o valor de uma conquista evolutiva na saúde.
O que dizer dessas ruas vazias e o ódio ao turismo?
Eu diria para que as pessoas usufruam os seus minutos de folga ou repouso depois de um tratamento de saúde.
Pessoalmente assisti dez filmes num sábado e num domingo em que tive que ficar em casa, mas quando pude sair, não resisti a um pacote de biscoito com dois biscoitos que custava um único real, e que compensou uma caminhada um pouco longa.
De onde vem esse sentimento contra a alegria de estar bem, eu não sei, embora não concorde com ele.
De qualquer modo, peço que continuem postando vídeos com uma ou duas frases essenciais, pois conscientiza a população turística da realidade, e através da realidade, a possibilidade de persuadir essas pessoas que não se satisfazem enquanto não transformam tudo em um sistema maquinalmente desumano.
Um abraço da vó para vocês.
Grata pela leitura.
Tempo Quieto
Poucos carros na rua
E a cabeça na lua,
Pensamento a vagar;
O inverno até se amua,
E o seu tempo pontua
Pronto a se amenizar
Nessa esfriada tão sua,
Um silêncio a escutar.
A Crença
O que não tem sentido,
Não tem, ou assim se pensa,
Porque parece ouvido
O som do desmedido,
E dessa forma adensa
A nuvem, não o chovido
Visível nesse vidro
De Deus, e tudo é crença.
Comentário sobre o Livro de Cícero : Saber Envelhecer
Cícero, no seu livro Saber Envelhecer, traz bons conselhos sobre a velhice.
A velhice deve vir acompanhada da cordialidade, do cultivo dos bons relacionamentos, dos ambientes propícios para uma boa convivência consigo mesmo na velhice.
O livro foi indicado por um livreiro, porque a tacanheza com a qual via a velhice chamou a atenção dele.
Falava eu do fundador da Rede Globo e dizia que seria alguma dádiva ou sorte fundar uma emissora de televisão aos sessenta anos. Dizia também que a velhice deveria ser uma fila de acompanhamentos médicos, doenças e num entremeio alguns programas de televisão, caminhadas suaves enquanto fosse permitido, e uma falsa bondade para que fôssemos bem tratados, mas também dizia isso porque ouvi muitas e muitas vezes que lugar de idoso é num museu, como se a visita a um museu fosse enfadonho e não acréscimo de cultura.
Comprei o livro e li e faz algum tempo.
Ocorre que, de fato, a velhice mudou, e até mesmo a recente médica que elaborou as perguntas da pesquisa, mostrou como eu e tantas outras pessoas idosas estávamos fora do parâmetro da velhice, hoje considerados como atividades de antigamente.
A médica está fazendo uma pesquisa sobre a terceira idade e fez várias perguntas, tais como se eu cozinhava, se tinha computador, se tricotava ou fazia crochê, se tinha lanches com amigas, se praticava algum passatempo, se estudava alguma língua estrangeira, se gostava de passear no shopping, etc.
Foram inúmeras perguntas pessoais respondidas por todos os pacientes que estavam no consultório.
Contei para a médica que tinha um blog e que gostava, e me fazia bem ter um blog.
A médica disse que esse era um problema para os médicos em geral, conhecer a terceira idade e saber o que fazem, do que gostam e como essa chamada terceira idade lida com as dificuldades que surgem com a idade, algo que é natural e que se tem que conviver.
A chamada "senhorinha" de antigamente é outra mulher e o "senhorzinho" é outro homem.
As atividades da terceira idade são outras, eles aderiram a internet, eles vão ao shopping, eles praticam algum tipo de atividade física.
No entanto, a terceira idade precisa ir mais vezes ao médico e não pode exacerbar os seus limites, pois pode prejudicar a saúde.
Concordei porque existem fases em que sequer procuramos um médico porque nos sentimos bem, o que é errado e para todas as idades.
Ela comentou que sim, as consultas eram necessárias, mas que evitar excessos de cuidados, ou hipocondria, é uma medida saudável, pois a hipocondria é um medo obsessivo de ficar doente, e tal medo precisa de auxílio médico.
Os conselhos de Cícero são úteis, e foi bom ler o livro mesmo sem a pretensão de criar uma rede de televisão, mas a fase-velhice é outra e gostei de conversar com a médica sobre o que faço do tempo.
Provavelmente a pesquisa será discutida em algum simpósio de geriatria, e depois de publicada nas revistas especializadas, virá ao público leigo.
Para concluir, a velhice é outra e a minha geração é quem está vivendo essa nova velhice, e assim sendo que mantenhamos a disposição nessa fase ainda a ser decifrada pelas estatísticas.
Os meus conceitos sobre velhice, com museu ou sem museu, ficaram a desejar, e todos teremos que experimentar a velhice do jeito que a tecnologia e a ciência permitir, o que, até pode ser bom, espero.
Grata pela leitura.
Desconhecido
Esse "eu" que escreve,
Que estranho é esse "eu"
Desconhecido
Da forma breve
E que pensa o "eu"
Sem tempo, adido
De mim, mas leve,
Que escrito é meu,
Mas não é meu, lido.
Desde Aristóteles
A pesquisa,
Que realiza
Devaneando,
É a poetisa,
Que concisa,
E passeando
Concretiza,
Sempre orando.
Imperfeitos Versos
Parece interessante
A ideia, consertar versos,
Vírgulas ao incessante,
De poesia e universos;
Versar é algo inconstante,
Dos caminhos diversos
Fica como semblante
Agradecido, versos
Onde tudo é consoante
Na alma dos sons dispersos,
Mas atentos, ressoante
Deste nosso universo.
Nossas Rugas
O tempo mostra as rugas, razão
Pelas quais a plástica não move,
E as quais mostram suave a expressão
Da amostra-grátis; que não se inove
Uma a uma a cada dia na inflexão
Natural, porque é dia que não chove
E não há seca, essa autoavaliação
Que compreende até quando se aprouve
De se enfeitar por motivação
Outra que não a prova de algum nove
Da longevidade, ou a pretensão
Do tempo que quis e não mais houve.
Pesquisa Contínua
Ensinar
E aprender;
Respirar,
E o que é este ar
Que é sem ser
Por ventar,
E guardar
O saber.
Pessoas Admiráveis-Elza / Miniconto
Elza estava sozinha num país distante do seu.
Perguntada sobre o que fazia num país distante sozinha, sem pestanejar, respondeu:
_Quero ficar distante das minhas palavras críticas, das atitudes que o meu dinheiro permite tomar num mau momento e que se tornariam desfaçatez, quero me impedir de estar errada.
Sem poder se soltar e conversar muito pelo fato de não ter um único conhecido no lugar, pegou um livro e ficou junto das pessoas. Participou das férias dos demais naquele presente oferecido a si mesma com toda a sua alma.
Férias felizes e raras.
Em Busca da Civilidade Perdida
Busco a cultura
Do ano passado.
Cadê a cultura
Do arrazoado,
Sem amargura,
Bem cultuado
Numa leitura
Com tudo ao lado,
Que hoje figura
Mais que apressado,
Abreviatura
De um filme errado.
De Lua
Tempo de adaptação,
Férias, frio, e pensamento
Que passeia na canção,
Pensa o ritmo a audição;
E de contentamento
Começa uma oração,
Aonde a observação
Faz breve o apontamento.
Propaganda Artística
A falta da arte
Fabrica arte,
E todo dia
Não fica à parte,
E sobra parte
Dessa alegria
N'alma, o seu encarte
De um seu bom dia.
Sentido
Bom é ter um sentido
E buscar o saber,
E se crer num sentido
Buscado por querer;
O caos não tem sentido
Sabendo-se a perder,
Contínuo é o seu movido,
Saber a não se ter
Ou um saber-se perdido
Desnecessário ao ser,
Que o saber definido
Bem pode resolver.
Férias
Ensinamento
E obrigação
São do momento
Satisfação,
Ser pensamento
E autogestão,
Um lenimento
E uma oração
Ao entendimento,
Preocupação
De um não lamento
A educação.
Atletas ao Ar Livre Vistos da Janela
Se soubessem que o frio não enobrece,
Que é preciso essa touca que aquece,
Além do sol, do céu azul parado,
Quando até parece enregelado,
Que ao olhar a geada se enternece,
E que tanto frio ninguém merece
Sem a proteção do agasalhado,
E que o algodão, quando acumulado,
Esquenta, passaria na quermesse,
Compraria várias, quantas pudesse,
Vestiria algumas e outra a seu lado
Ensinaria a ficar confortado.
Canções Diversas
Mudar a decoração
Porque outra canção chega
Clássica, e a sensação
Pede essa anotação
Que aos ouvidos trafega,
E quer sua atenção,
E a isso não se diz não,
Um som ao qual se apega.
Feito a Jornada
Parcialmente congelada,
E a obrigação é alvissareira
Com a neve travesseira,
Que o dia frio feito jornada
Com meias quentes e gelada
Chuva numa cristaleira
Desses vidros, confeiteira
Dos chuviscos, decorada
De cor desconsiderada,
E a rua fica faceira
De lãs e o que mais se queira
Na gente da caminhada.
Tempo de Chuva
Nessa tela sensível
Salpicada de imagem,
Enternece o visível
E todo filme é viagem
Pelo sentido crível
Do tempo na folhagem
Que cai e voa inacessível,
E transmite a mensagem
De algo que é suscetível
De ser aprendizagem,
Subjetiva e invisível,
Se criar um pensamento.
Entretenimento
Tempo normal,
Vontade igual
E partitura
Na estante igual
A fixa usual,
Esta pintura
Neste ritual;
Nota e figura.
A Devanear
Maré mansa,
Maré dança
Sem parar,
Tudo alcança,
Vem e avança
Sob o luar,
E o sol criança,
Seu encantar.
Caminho e Estrada
Aquele ar puro,
E aquela geada,
Caminho e estrada
Cândida ao ar puro,
Mas congelada
Sobre um chão duro,
Via branco o muro,
Via a caminhada.
Treino
O tempo é a obrigação
De fazer, não fazer,
Cativar oração
Em forma de canção
Por não questionar, ser
O que faz e que não
Desfaz da notação
Sem querer, sem querer.
Esta Manhã
Manhã gelada,
Com suavidade
Veio com a geada
Esta vontade
E uma torrada
Quente, e a cidade
Toda enfeitada
Pela amizade
Simplificada
Pela fatuidade,
Na fria e zerada
Manhã falada.
Porquê Arte
Variações sobre um mesmo tema
São comuns, clássico problema
Que diverte, e questiona a mente
Que varia obrigatoriamente,
Brinca a sílaba no fonema
Que repete o tema em teorema
Matemático avidamente,
O que faz d'um sistema a mente
Que se leva a um teatro ou cinema,
Porque bela é a arte e o seu sistema
De impactar a alma dentro a gente
Por vontade, e que de si, sente.
Espera
A noite fria,
A tradição
Do sul, que João
Batista iria
Em festa e são,
E fez canção
Quando se via
Em louvação.
Lírico
Pato selvagem,
Seu livro é viagem
De não esquecer;
Fica essa imagem,
Foto em bagagem
A reviver
Essa paisagem
No entardecer.
Bijuteria da Reflexão
A acomodação,
Bijuteria
Da reflexão,
É da inação
A companhia,
Mas com canção,
Com a audição
Realiza o dia.
Pincéis Sonoros
Sabiá e bem-te-vi,
Se os vejo por aqui
Passeio desta janela,
Que chilreiam aqui e ali
E brincam entre si
Nesta tarde singela,
Porque não os preferi,
Foram minha aquarela.
Maratona
Maratonando feriado
E meditando calado,
Segue o ritmo musical
Ouvindo o som renovado
De um coração descansado
Que pulsa dentro ao normal,
Necessário e bem sentado,
Deste canto espiritual.
Sem Mesmice
Não é esquisitice
Dia inusitado,
Nesta planície
Modoficado,
Se Deus o disse,
Aperfeiçoado
A quem o ouvisse
Planificado
Era e servisse
A seu bom grado;
Saiu da mesmice
Determinado.
Tempo ao Tempo
Despir-se da vaidade,
Considero mentir,
Se a festa vai exigir
Com naturalidade,
Necessário é existir
E ser; deixá-la fluir
É obrigatoriedade,
Depois vai diminuir.
De Molas
O tempo que molda,
Também cola e solda,
E deixa fexível
O espaço da bola
Na forma da mola
Do colchão flexível,
E o sono dá volta
E volta ao impossível.
Lazer
O lazer não é igual,
E diferente
É que é contente,
Segue especial
Sendo da gente
A foto é um ente,
Diferencial
Do seu presente.
O Pastor tem Razão / Crônica do Cotidiano
O tema do dia é o Dia dos Namorados.
Homens compram doces e flores para as namoradas e esposas e as mulheres se arrumam para esta dia comercial, mas especial.
Se não presenciasse a conversa, eu não acreditaria.
A moça, ao celular fazia um jogo de palavras. Quando foi questionada, respondeu que se o demônio veio ao mundo com as finalidades de Balaão, ela veio ao mundo para criar confusão.
Ela se vangloriava e ria do que fazia:
_Depois da separação de um casal fica fácil fazer a confusão e deixá-los em sofrimento por toda a vids, à medida em que posso influenciar.
Essa moça existe e faz e exibe o seu poder em frente a uma multidão, ou seja, uma fila com mais de vinte pessoas.
Fiz uma oração e segui.
Estupefata, ouço a conversa de outra moça com a amiga. O ex-namorado está passando por dificuldades emocionais e a amiga pediu para a ex-nam9rada ajudar.
Ela disse que não, e disse a amiga, que se quisesse, que o ajudasse.
A amiga disse que, se fosse o caso, iria ajudá-lo sim.
A moça disse que ela não o ajudaeia, que a amiga que fizesse o bem que quisesse ao seu ex-namorado.
A amiga disse que o convidaria para a feijoada do final de semana na casa de amigos em comum.
A moça disse que iria faltar feijoada porque ela convidaria um outro amigo para a acompanhar.
Aquela primeira moça, a adepta da confusão e do mal enquanto personificação do mal, que se divertira consugo como uma personagem maligna, provavelmente está feliz com as confusões, pois ela tinha uma lista de pessoas na agenda para fazer sofrer.
Feliz foi o rapaz que comprou alguns doces embrulhados em papel celofane colorido para levar para casa e entregar os doces para a esposa para repartirem e comerem quando a vontade pedir.
Deste dia, sobra uma fila grande de ouvintes sobre como é que o mal age na vida das pessoas.
Também sobram os influenciados pelo mal.
Depois, para que o dia seja abençoado, fica a felicidade tímida do homem que leva doces para a esposa. Eles não ouviram a palavra maldosa da confusão.
E eu, que assisti ao culto, que falava do sopro do mal, agora presencio o seu sopro e faço orações por aquelas pessoas, para que não ouçam a palavra má.
Grata pela Leitura.
Rugas
Poderia ser diferente
Se as conjunções fossem outras,
Mas a rotina da gente
Configura as nossas louças,
E estas rugas facilmente
Ficam como sendo roupas
Que o tempo deixou ao presente
Com bons modos, pregas soltas
E vividas, permanente
Lembrança de tantas toucas
Vestidas inutilmente,
Que agora, ao espelho, são poucas.
Tempo de Vontade
Tempo de caminhar,
Preguiça de vontade
E esta necessidade
Boa de me espreguiçar,
Mas o dia vai raiar,
Com tempo e liberdade;
E orar é atividade
De querer, começar,
E ver o sol chegar,
E criar uma vontade,
Uma necessidade
E a obrigação a se dar.
Imaginário Matemático
O devir,
Esse tema
A seguir
Sempre a vir
Num teorema
Por ftigir,
Fica a sair,
Volta poema.
Mal Comparando / Comentário
Eram grilos que saltitavam na cabeça.
Os grilos diziam as mais variadas esquisitices.
Os grilos moravam na alma, e o corpo era uma sutileza de Deus.
Ninguém mandava no próprio destino e nem fazia o que dava na cabeça, ideias que vieram fortes nos anos 2.000, mas já éramos quarentões.
Aos quarenta anos o desino é como se apresenta aos nossos olhos,e a gente lida com ele.
Os grilos é que eram bons de se conviver, pois traziam a alma exposta a desconhecidos que queríamos conhecer, e que geravam histórias incríveis, como a da moça muito bem nascida e que passara a infância e a juventude comendo , conforme ela confessava: um pão francês com um copo de leite e uma fruta pela manhã, arroz e feijão contados com legumes e um pedaço de proteína, uma fruta às três da tarde e uma sopa antes de deitar, o doce era o açúcar do leite e um bolo simples, quando fosse permitido. Acreditem , esse era o grilo dela, só dela, e a gente chorava com ela e com respeito à sua dor.
Naquela época os gtilos eram os grandes amigos, porque eram compartilhados.
Os grilos ajudavam a ser e existir.
Essa era a tribo, a minha.
No entanto o grilo da música continua na minha cabeça, tão velho quanto eu. Eutre eu e o grilo e o gtilo e eu.
O mundo era mais intelectual, e outras tribos eram enfadonhas e sem sentido.
Os outros grilos amadureceram, mas não mudaram exatamente de opinião, pois ninguém faz o próprio destino e ainda é tolice pensar assim. Ponto de vista é pessoal.
Destino são as circunstâncias do seu nascimento e livre-arbítrio é a oportunidade de escolher de acordo com a consciência de cada um, e assim as coisas acontecem.
Enquanto cristâ, tenho o livro de boa ajuda, e o utilizo.
Alguém já imaginou ter uma escova de dentes e não utilizar? E mesmo assim conseguimos cáries.
A Bíblia é a higiene da alma, não custa nada dar uma olhadinha nela volta e meia.
Hoje em dia se conversa menos, e os grilos "são" pelo celular. Haja paciência para digitar as refeições de década descrita acima. O grilo dormiria na metade da descrição e as impressões da alma ficariam resumidas num Aff! bem desenhado e colorido.
Os grilos fazem falta, pelo menos a quem aprendeu a conviver com eles sem cobrar deles um tempo para serem deletados.
Ouvi uma música, cujo refrão, irônico, me fez rir, mas é a época, preciso encontrar a autoria, mas deixo escrito aqui, e por enquanto:
"Coração, se você me deixar, ensina a minha alma a te esquecer".
Eu gostaria de saber como é que um bicho grilo sobrevive sem a impressão subjetiva da emoção.
Nessa comparação de épocas, estou gostando de envelhecer, e de permanecer com um grilo aqui e outro ali.
Grata pela leitura.
Mundo Desconhecido / Crônica do Cotidiano
Pensei se deveria ou não escrever, porque o tema é polêmico.
Fui comprar um sanduíche de frango. Na fila tinha uma moça, que olhou sobre o meu cardápio de sanduíches, e ficou feliz porque havia promoção de combo pot vinte e poucos reais.
Começamos a conversar porque o combo era muito grande, e eu não comeria todos aqueles complementos.
Ela me mostrou um sanduíche simples e barato.
Agradeci a gentileza, pois era o que eu queria.
Felizes com os pedidos, sorrimos ambas com o belo lanche que teríamos.
Nesse ínterim, chegou uma moça, e abraçou a moça com a qual conversava, e disse que ela era a amiga, e que não gostava que outras mulheres falassem com ela.
A moça com a qual eu havia conversado sobre sanduíche, sorriu com timidez e disse que era ciúme.
Com todo o respeito, aguardei o meu sanduíche e comi numa mesa de costas para as duas.
E não sei o que pensar, tal comportamento não seria um relacionamento abusivo.
A moça que estava com ciúmes da sua melhor amiga não levou em consideração a minha idade, e achei que foi desconsideração.
Sei que depois do sanduíche, deixei a bandeja no lugar apropriado e saí.
Ultimamente tenho dito que ando desambientada neste mundo, mas também, do jeito que as coisas estão, só por Deus.
Barroco, não, por favor, que as meninas sem maquiagem e todas de roupa preta, aparecem, e dizem que o gótico é o melhor que há, em termos de filosofia.
Que mundo é esse, onde se radicalizam os conceitos de vida?
Ah, crente assiste televisão quando quer, mas falta tempo, porque a gente inventa o que fazer.
Grata pela leitura.
Natural
De vez em quando
O sol não aquece,
E a água que desce,
Vem fecundando,
Fica ficando
E até anoitece
E o dia escurece
E segue esfriando
Num vento brando;
Vem e enternece
Quando arrefece
E vai adornando
Os tons, mudando
A cor que umedece,
Porque floresce
A luz recriando
Que Palavras São Essas? / Crônica do Cotidiano
"Por Deus", o que está acontecendo com as pessoas?
Vou ao Shopping, e a escada rolante está em manutenção. Descubro próxima a escada rolante o triângulo de aviso, mas um homem de trinta e poucos anos fala comigo ou conversa em voz audível:
_A escada rolante está em manutenção.
Conforme observei, sim, a escada rolante estava interditada. Pergunto sobre onde seria a escada, todos os Shoppings têm uma escada.
Ele apontou a escada e se dirigiu até a mesma dizendo:
_Olhe quantos degraus. Eu não aguento mais ver escadas, e descer ou subir por uma delas.
Começou a fungar e desceu a escada rolante fungando como quem esconde as lágrimas.
Eu fui próxima e distante, usei o corrimão.
Pensei em tomar um café, mas ao me aproximar ouvi uma jovem senhora dizendo para a amiga:
_Eu juro por Deus que a destruirei.
A vontade foi dizer que naquilo que ela acreditava era qualquer coisa, menos Deus.
No entanto preservar-se é uma necessidade. Saí e fui até uma casa de lanches rápidos. Sentei-me numa cadeira e apreciei o cafezinho.
Passei por mais um corredor quando alguém vangloriava-se do seu ódio.
Tinha algo estranho e não era comigo.
Haveria tanto a dizer a tais pessoas, mas eu não sei falar de Deus com estranhos.
Para mim, tudo é diferente, o jeito de pensar nas coisas e de fazer as coisas.
Orei, porque o "Estranho" soprava com fúria, e até mesmo maltratou o jovem adulto com a escada de lágrimas.
Vim para casa. Ponto.
Grata pela leitura.
Imparcialidade
Lê-se o jornal,
Que, inteligente,
Descobre o sal.
Muito cordial,
Mas excelente
Porque imparcial
Fica especial,
Mas gentilmente.
Fotografia
Fotografia,
Que me sorria,
E benfazeja,
Diga bom dia
Por ser bom dia,
E que assim seja
Ou o que seria
Do que o deseja.
Pipocando
Que pipoca é esta,
Se ainda não é a festa
Ao começar,
Gaita e seresta
Que animam esta
Noite de luar ,
Que se ouve em fresta,
Num pipocar?
A Frase Correta / Crônica do Cotidiano
Ver outra pessoa se comportando de modo politicamente incorreto me trouxe um espelho.
Ele agiu exatamente como ei na segunda-feira passada.
Histriônico, mas magro, e com 61 anos de idade.
Enquanto ele se perguntava em brados o que ele tinha feito para a filha, que tentava acalmá-lo, eu senti uma vontade enorme de me sentar junto deles e conversar com ele, mas uma senhora antecipou-se e sentou no banco ao lado dele.
Num ambiente semelhante ao meu ambiente de segunda-feira, ele reclamava porque era um homem bom, disciplinado, e não entendia o motivo da idade trazer certos problemas.
Sei que era de origem japonesa, e me fez lembrar que ando me comportando como se fosse japonesa, e faz anos.
A senhora que sentou-se com eles, pai e filha, conversava em tom baixo e peruasivo.
Eu já havia me acalmado, mas totalmente espelhada nas palavras daquele homem.
O fato é que o pique da juventude já se foi, mas o enendimento, não. A alma não envelhece.
E nesse ínterim, descubro que me comporto como as pessoas da minha geração.
Tudo bem, vamos aprender a ter idade.
No entanto, eu não o vi da maneira como a senhora o viu e confortou, eu o vi jovem como eu.
Coisas da alma, ou comportamentos iguais diante de uma mesma situação.
As interações sociais, hoje em dia, são diferentes daquelas de antigamente, mas são boas enquanto espelhamento de gerações e comportamentos.
A frase correta é que não somente éramos assim, mas somos assim.
Valeu a quase geada da manhã de hoje.
Grata pela leitura.
Boa Ajuda
Pensar positivo,
Manter-se com Cristo,
A luz que é bendita,
De livre motivo,
Dentro do previsto
E o que se acredita,
Diante do imprevisto;
Crê, que o mal se dista.
Feito Poema
Mantém-se o tema
Em variação,
E não é problema,
Novo é o sistema,
Nova é a canção;
Repete o tema
Com o fonema
Da recriação.
O Ponto
Fluidificar,
Arte maleável
É cozinhar,
Medir, pesar,
E imaginar
O palatável
Sem enfeitar,
Porque é razoável.
Rola o Som
Aula que faço
Com atenção
Neste meu espaço,
Sei que me laço
Numa canção
De tempo escasso,
É meu terraço,
Minha lição.
Longe e Perto
Um mundo apagado,
Sem supermercado,
Um mundo esquisito,
E assim angustiado,
Sem vontade ao lado,
Porque nesse rito
Fica o bem comprado,
Que mundo esquisito.
As Chaves da Felicidade
As chaves da felicidade
E os calçados a se calçar
Por querer a praticidade,
E neles o se contentar
Pelo sentir a saciedade
Macia nesse perambular,
E se encontrar nessa bondade
Do tempo, quando a cochilar,
E permanecer em verdade,
Porque, às vezes, fica a pairar
Sem querer sincronicidade
Ao relógio, por contemplar
Na mais bela serenidade,
Quem haverá de se encontrar
Com tais chaves e em qual idade,
Por guardá-las sem recordar.
Tempo do Artificialismo
Artificial
Exagerado,
Prejudicial
E antissocial
Ao humanizado
No seu essencial
Que é imaterial,
Mas bem pensado.
Cultura Popular
O que se tem que fazer,
Se faz, e o tempo não leva
A sabedoria longeva,
E volta e há de dizer
Que valeu sem se caber
Nos livros, folhas de quebra,
Página que se releva
Bem dobrada sem saber
Muitas vezes por lazer,
Ou o local no qual se deva
Caminhar enquanto neva,
Sabendo que vai chover.
Fusas Confusas
Talvez, não sei,
Talvez, nem sei
Se é o tal talvez,
E o mesmo sei,
Repetirei
Mais uma vez;
Porque não sei
O que é talvez.
Exatamente
Um filtro, exato,
Não digo, fato
Idealizado
No etéreo abstrato
Da alma sem tato,
Vem fantasiado
Porque o dia é grato
E realizado.
Balada
Com gripe mal curada,
Ressaca e madrugada,
Quando muito é excessivo,
Chopin era a balada,
E a noite começada
Naquele frio invasivo;
História a ser contada
Em versos a um notívago.
Veranico
Se o dia manda
Propaganda,
Nunca envia
A comanda,
E a fila anda
E hoje é dia,
Dia que abranda
O frio que havia.
Cultural
A agtregação cultural
Faz com que quase se almoce
Aquilo o que não se trouxe
E se pense como igual,
E se conte história doce,
E se pense como fosse
Nessa mesa um comensal,
Mas não é . É que a água é de água doce.
Tempo Idealizado
Acrescer a memória
Sem deletar a história
É a questão do feriado,
De folga provisória
D'uma alegria ilusória
De um tempo retratado,
Necessária história
Do tempo idealizado.
Passarada
Este pouco,
Mais que nada,
Canta solto
E anda solto
Na invernada,
Vem envolto,
Tempo louco
Deste nada.
Compasso
Se fez falta
Esta pauta
Pelo tempo,
A noite já é alta
Na ribalta,
E o pensamento
Nela é incauta,
Faltou ao tempo.
Experimentação
Com motivo,
Caminhando
Positivo,
Prestativo,
Conversando
Pensativo;
Nesse crivo,
Vivenciando.
Deleite de Mãe
Volto ao leite,
Que é o deleite
Som materno,
Brando enfeite,
Morno aceita,
Sol de inverno
Bom lembrete
Do que é eterno.