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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Discussão sobre Arte / Crônica do Cotidiano

Discussão sobre Arte / Crônica do Cotidiano


     Daquelas raridades no meu cotidiano, o que não é bom, hoje fui a uma exposição de arte com conhecidos.

     Dali a pouco ouço a discordância e a indignação com a exposição.

     Não havia nada chocante ou impactante.

     A reação veio através da percepção que a arte trouxe ao visitante. Sentou-se num jardim e não se levantou antes de exprimir todo um conceito avesso àquela arte sob o ponto de vista ideológico e filosófico. 

     Discorreu os seus conceitos e os pontos observados na exposição que lhe trouxeram contrariedade.

     Depois de ouvir a tese sobre a contrariedade, respondi que o artista era excelente.

     De pronto veio a resposta:

     _Um lixo.

     Disse que se o artista havia conseguido tal estupefação em decorrência de sua obra, foi porque a exposição era provocativa, ou seja provocava um gosto ou desgosto ao visitante.

     Sob o meu ponto de vista, ou percepção, achei a exposição intencional, pois pedia um posicionamento sobre a mostra.

     Juntos calculamos o incalculável: o material, a taxa de exibição, o tempo de execução de cada peça, o marketing, a entrada franca, mas mais do que isso, a possibilidade de conseguir uma reação do público que por ali passava e observava.

     Metade das salas me bastou, quando entendi que o local tinha mais possibilidades artísticas, e subi escadas e desci escadas, e me deparei com outras artes que aliviaram a mostra provocativa.

     Refletimos que, mesmo numa exposição, não devemos estar colados uns aos outros, porque as sensações diante da arte diferem de indivíduo a indivíduo.

     Gastei alguns minutos do dia nessa discussão profícua.

     As conclusões sobre a exposição ficaram sem conceito, porque o dia continuaria e havia o que fazer depois da arte.

     Cada um dos passantes voltou para casa com uma sensação diferente, afinal, ninguém é obrigado a ver quadro por quadro, mas que quer ver, pode e deve formular a sua teoria a respeito.

     A crônica também fica sem conclusão, a não ser a de que ir a uma exposição de arte é um bom passeio.

     Grata pela leitura.  

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