Deu Problema no Cinema / Crônica
Falta de problemas é pensar no cinema.
O enredo e o filme são problemas de quem fez o filme.
Crônica de outro tempo e até tema de jornal foi a sessão de um filme, daqueles que fazem fila na bilheteria, e filas de bilheteria até hoje existem.
Aconteceu que num desses filme com grande público, no meio da exibição, arrebentou o rolo do filme.
Passaram-se cinco minutos e as pessoas, sentadas na poltrona, comentavam sobre a fila na bilheteria para a devolução do ingresso, pois algumas pessoas já se levantavam para sair da sala de exibição.
As luzes são acendidas. Lá de trás, da sala de onde o filme era projetado, houve o anúncio que o rolo havia se rompido e necessitaria de uma emenda, a qual, se bem feita, não tiraria mais do que uns dez segundos de filme.
O homem ainda aconselhou ao público a comprar pipoca enquanto aguardassem o remendo e o reinício do filme.
As luzes ficariam acesas conforme era a norma do cinema fora do horário de exibição.
O público, ou seja, as pessoas, tiveram reações diversas: uns foram embora, outros foram comprar pipoca, outros comentavam sobre o filme e que não o perderiam, pois os críticos haviam dito que era bonito de se ver.
No nosso caso, viramo-nos na cadeira, e observamos a correria na sala de exibição com fita adesiva e cola. Vimos as duas bobinas de filme, uma que ficaria enrolada na bobina e a outra que retrocedeu ao início do filme. Além do ruído das bobinas, vimos aquele pedaço do filme voltar até ao início rapidamente na tela branca e grande com as luzes acesas.
Depois da colagem feita, eles precisaram rebobinar aquela parte do filme num único rolo, pois o filme era composto de alguns rolos, que vinham na sequência certa, e sairiam de bobina chei para a bobina vazia.
Meia hora depois o filme recomeçou, o qual assistimos para não ter que voltar na próxima sessão.
Até hoje, ver omo eram as bobinas de um filme, a máquina de projeção, e a equipe que proporcionava a diversão de uma sala de cinema cheia valeu o ingresso, mas o filme ficou em dois capítulos: antes do problema com a bobina e depois da bobina, correndo livremente pela máquina de projeção.
Tais acontecimentos eram de outra época. Hoje, a única observação a fazer, e que presenciei, é a de que o filme não começa antes de um mínimo de ingressos ser vendido.
A moça do shopping já aconselhou a fazer um pequeno lanche enquanto aguardaria que os bilhetes fossem vendidos.
Acreditei que os ingressos seriam vendidos, e foram. Assisti o filme com um mínimo de ingressos vendidos.
O tempo é um contexto, e até mesmo os problemas do cinema são outros.
No entanto, pela televisão, aprendi a procurar as reprises e assistir filmes no horário que me sobra. Aquele filme Multiverso, ganhador do Óscar, passou no dia seguinte da premiação num canal de televisão. Nem sei se chegou a entrar em cartaz nas salas de exibição. Assisti na tv.
O problema do cinema hoje é a televisão, mas também a solução, pois quando não há público, a propaganda televisiva cobre o prejuízo.
Penso que linearidade cinematográfica passa por acompanhar toda a evolução, independente do filme ao qual se queira assistir.
Assistir um filme é uma boa ideia para um fim de semana.
Grata pela leitura.

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