Memórias de Dona Sinhá com Seu Sinhô / Outras Questões
Um menino pergunta ao pai sobre a Segunda Guerra Mundial:
_Como foi que começou essa guerra?
_Eu tinha seis anos de idade à época, pois nós éramos um país de mestiços e todos estavam apavorados. Miscigenados desde a origem do país, o que seria de nós se a raça pura ganhasse a guerra? Temíamos pelo pior.
Ao responder, uma lágrima escorre no rosto do homem de mais de cinquenta anos. Olhou para o garoto e disse:
_Viu o que você fez?! Eu não choro desde os trinta anos, quando perdi o meu pai.
Havia uma senhora ao lado desse homem, e era a Dona sinhá, que interrompeu a conversa:
_Eu tinha também seis anos de i9dade quando estourou a Segunda Guerra Mundial. Toda a cidade se reuniu e meus pais foram à reunião. Muitas medidas foram tomadas para proteger a cidade, e decidiram que seria preparado um teatro para toda a população, e era dedicado em especial às crianças, que deveriam assistir as peças obrigatoriamente.
Dona Sinhá continua a explanação:
_A peça tratava de uma menina que passava a frequentar os locais para levar informações . Ela fazia intrigas, destruía as coisas e se arriscava para obter informações. Nós torcíamos por ela para que escapasse das encrencas em que ela se metia, mas ela era má e eu era uma boa menina e não queria agir como ela, afinal eu não queria e não era educada para enfrentar uma invasão à cidade.
Naquele momento o Brasil se perguntava quem eram e o que eram os brasileiros. Isso é uma longa história, e por enquanto ficam os fragmentos de duas memórias de duas crianças de seis anos de idade quando estourou a Segunda Guerra Mundial.
Esse miniconto não é um plágio do conto Memórias de Dona Sinha, é uma intervenção literária de outro ponto de vista, tão válido que até se torna essencial publicá-lo.
Grata, Toninho.
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