Torre
de Repetição / Crônica de Supermercado
Hoje, o
dia foi dedicado ao supermercado. Algumas lojas de supermercado fecharam. Eu
estava em outro supermercado quando me avisaram que as lojas estavam com todos
os produtos com descontos e comentei com alguém na fila.
A moça me
disse que um conhecido dela ligou para ela contando que as pessoas compraram em
meio a congestionamento e sem cestas ou carrinhos. Disse que era uma loucura arriscar-se
a ir lá. Ela mesma estava na fila próxima a mim.
Contaram
que as lojas não tinham movimento suficiente para cobrir os custos de um
supermercado.
Isso foi
até o começo da tarde.
Depois,
fui comprar alguns ingredientes restantes.
Encontrei-me com adoráveis mamães e seus filhos meninos dentro dos
respectivos carrinhos.
Em todos
os supermercados hoje foi dia de compras. Não é possível ter pressa num dia
desses e os dois meninos com as suas respectivas mamães estavam agitados com
tanta gente e tantas compras.
Vamos ao
primeiro menino, que tinha por volta de quatro anos. Imitava o seu papai com
perfeição e todos perceberam pelo olhar da mamãe:
_Mamãe,
para que tanta comida? Nós realmente precisamos comprar tanta comida? Estou
vendo que todo mundo está comprando muita comida, mas é alguma ocasião especial
para nós? Teremos visitas?
A mamãe
simplesmente não olhava para o filho. Ela olhava para frente e continuava
comprando enquanto o filho continuava repetindo as mesmas frases sem entender o
que estava se passando e por qual motivo o papai não estava com a mamãe no
supermercado.
Para não
rir, saí daquele corredor e fui até o corredor dos refrigerantes, onde,
sarcasticamente, eu poderia sorrir sem motivo por toda aquela gente encantadora
e a fila de mais de quarenta pessoas.
Eu estava
olhando para um refrigerante e sorrindo, quando me deparei com outro menino,
que tinha por volta de quatro anos de idade, dentro do carrinho com a sua mamãe,
que colocava alguns pacotes de refrigerante dentro do carrinho.
Engraçado
é observar como o estilo muda de família para família, mas o objetivo é o
mesmo.
Esse
menino tinha um jeito extrovertido e simpático e não dizia as mesmas palavras
que o menino anterior.
O menino,
no entanto se expressou muito bem e demonstrou que imitava o seu papai, também
ausente do supermercado:
_É uma
luta. Mãe, essa vida é uma luta!
A mãe,
também mais extrovertida que a primeira, olhava para a prateleira de
refrigerantes e fazia caretas, como que pensando sobre o que conversar quando
encontrasse o marido, que provavelmente estava à sua espera em casa.
O garoto
não entendia muito bem o que eram aquelas caretas para a prateleira de
refrigerantes e, continuava a dizer o que queria com aquela voz de quem sabe
das coisas:
_Mãe,
está me ouvindo?
Ela olhou
para ele com algum carinho quando ele olhou para ela com jeito estupefato e
repetiu:
_Mãe,
essa vida é uma luta. Uma luta!
Ela olhou
para a prateleira de refrigerantes novamente.
Eu fui
para a fila do caixa pensando em não desperdiçar nada. De fato, a gente compra
algo a mais, mas depois a gente reaproveita as sobras, é questão de bom senso.
Espero
que a lentilha esteja saborosa amanhã, pois comprei, por sorte, um dos últimos pacotes
num supermercado que continuará com a portas abertas o ano inteiro.
O fogão
precisa de companhia e, depois dessa crônica, desejo a todos vocês:
Feliz Ano
Novo!
Um comentário:
... é teremos o ano todo para comprar, comer, deliciarmo-nos com as "tiradas" das nossas crianças... Feliz 2016, Yayá!
Abraço.
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