A Ponte
Em dúvida e sem ter passado pela ponte de madeira, Josefina foi até a banca de revistas e perguntou se a ponte era firme e se ela poderia passar sobre ela sossegada, pois estava arrumada para a reunião de trabalho após o almoço e calçava sapatos de salto alto.
Os frequentadores da banca ouviram a pergunta.
Conversadores, os dois senhores idosos quiseram saber onde era a ponte.
A jovem adulta, altiva, ouvia sobre a ponte com atenção.
Depois de alguns minutos de conversa sobre a ponte, a localização e a qualidade da madeira, o responsável pela banca de revistas disse que o atalho era seguro, ainda mais durante o dia, quando se pode ver qualquer defeito na construção ou alguma tábua solta.
Josefina agradeceu e rumou à ponte.
Caminhava curiosa, pensando nos seus sapatos, quando ao lado dela observou os dois senhores de idade, ainda conversando:
_Você sabe que eu passo por aqui todos os dias e não sabia que havia uma ponte.
Ao que o outro respondeu:
_Vamos experimentar a ponte, hoje ganhamos o dia. Levaremos para casa a aventura de passar sobre a ponte.
Josefina aumentou o passo e verificou que a jovem adulta passava por ela. A moça, de cabeça erguida e determinada, rumava para a ponte, como se criticasse os demais.
Josefina diminuiu o passo.
Ao diminuir o passo, os senhores de idade ficaram lado a lado com ela, felizes, feitos crianças, pela ponte sobre a qual iriam atravessar.
Josefina diminuiu o passo e fingiu observar uma loja à beira da rua.
Deixou todos os demais, que estavam presentes na banca de revistas, passarem à sua frente.
Depois que os senhores e a jovem adulta atravessaram a ponte, ela foi até a ponte.
Um homem maduro, sentado no muro de uma casa, próxima à ponte, pensou em voz alta e disse:
_É a primeira vez que vejo tantos pedestres passarem por aqui...
Josefina acelerou o passo e atravessou a ponte.
A ponte estava em perfeitas condições de uso e os seus sapatos ficaram prontos para a reunião.
3 comentários:
Yayámiga
A ponte a pé, dizemos aqui em Portugal no jeito de brincadeira.
Esta ponte e estes sapatos têm, como todos os teus escritos traduzem, vida, sentimento, ideia.
Gostei; adorei. Parabéns.
Qjs
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A Travessa está como Portugal: enregelada...
À quanto tempo! Saudades de passar por aqui.
Abraço
Linda história!! Tambem adorei!! Um grande beijinho para ti e fica na paz de deus!! Por agora vou continuar a ver a sol de inverno e depois vou dormir. Fica bem!!
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