Cinema, fim de tarde, bom para relaxar. Peguei uma comédia. Ao meu lado sentou-se um jovem e a namorada. O filme começou.
O jovem começou a mandar mensagens pelo celular e para que a namorada não o visse, virava o celular para o meu lado e digitava. Tirou a minha concentração uma, duas e, na terceira vez, eu tive a impressão que as mensagens do celular estavam mais interessantes que o filme.
Aproveitando-me que o jovem não saberia que eu não conseguia ler as mensagens, estiquei o rosto e o pescoço para fingir que conseguia ler todas as mensagens. Ele tampou o celular com a mão. Voltei à visão para assistir o filme. Ufa!
O jovem deu um beijo saca-rolha na namorada, problema dele. Pelo visto ele gostou, porque a japona de nylon que ele usava extrapolou os limites da poltrona dele e invadiu a minha enquanto ele se espichava para aconchegar à namorada. Com jeito, empurrei a jaqueta dele para a poltrona dele, que seria o lugar onde ele deveria estar sentado, mas ele estava mais para lá de que para o centro.
Voltei ao filme. Não é que o jovem ficou agitado e queria tudo ao mesmo tempo! Ele alternava o celular com o filme, o copo de refrigerante e a namorada.
Eu queria assistir o filme e não a atuação do jovem ao meu lado. A namorada cochichou perguntando se tinha alguma mensagem importante no celular. Ele disse que não e ligava o celular no lado da jaqueta que quase estava na minha poltrona. Depois ele virava e beijava a namorada e tomava um gole de refrigerante, olhava para a tela e ria como se estivesse assistindo o filme. Por incrível que pareça o filme era bom e eu assisti como se a luz estivesse acesa e o telefone tocando. Gastei toda a minha concentração no filme.
Ele bem que viu que eu estava de olho no comportamento dele e digitou olhando para os meus olhos para ver se eu conseguia ou não ler o que ele digitava escondido da namorada.
O filme acaba bem, eu paguei para me divertir e o filme acabou conforme o combinado. Quando aparecem os letreiros finais eu me levanto um tanto cansada e fico em pé para ir embora pelo lado do casal.
Ela disse que gostava de assistir até a última letra. Eu olhei para ele com ar de leitura do tipo “estou sabendo tudo”. Ele disse que também gostava do letreiro, mas que precisava ir ao banheiro devido à quantidade de refrigerante tomado e levantou-se para sair. Ela disse que o letreiro ficaria para a próxima vez: “Não é, amor”.
Agora eu sei o que é hiperatividade. Da próxima vez, troco de lugar...
11 comentários:
... bem que da próxima vez... vc não se estresse tanto com multiplicidade de diversões: uma paga e as demais ainda que gratuitas, inconvenientes. Bela crônica da vida! Parabéns! Célia.
Entre telas dividida, da comédia dissuadida, ficou o sorriso suspenso.
Mas quem de pena é amiga, não deixa sem escrito, curioso fato ocorrido.
E da obervação fez-se bela crônica de pretenso casal, que um do outro não sabe o principal.
Boa noite...poxa, acho que nao era filme de suspense e nem de terror ne? Pois se nao o prendeu quieto na poltrona...Mas da proxima vez, me convide que se ele estiver por la...vou me juntar a ele...rsrs...nao consigo ficar quieta quando o filme e ruim, mas se me chama atenção, fico quietinha...bjin
Excelente, Yayá.
Que mala, hein?
Beijos.
Não sei como você teve paciência. Eu já teria mudado de lugar logo na primeira, para não brigar, pois já bati boca por causa de gente falando ao celular no cinema. Acho falta de respeito. Parabéns pela calma.
Bjux
Entendo-te perfeitamente. Ainda bem que não tinha balinha com papelzinho barulhento e pipoca pra fazer barulho na mastigação.Aí sim, ia te do que reclamar kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Hperatividade é isso mesmo e mais um pouco, trabalho com uma hiperativa e tem dias que saio meio tonta de tanto que ela fala e me cutuca. E acha que me concentro? ... Sei como é minha amigaaaaaaa, ôooo se sei!
Beijokas Yayá, e que a sua semana seja de muitas bençãos.
Adorei teu blog. Muito bom, criativo! Seguindo se a conexão da internet deixar. haha Beijão
Quando se vai ao cinema é para ver e curtir o filme.
Parece-me que teria levantado voo dessa companhia que passa o tempo com o celular.
A namorada devia olhar mais a sério essa complicação toda.
Gostei do texto...muito bom conhecermos um pouco de tudo...
Bjssssssssss
obrigado Yayá, tudo de bom para si também. um beijinho
A vida é Freud...rsrsr
abraço
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