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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Paciência

Paciênciaclip_image002

Sem querer, descobri um segredo;

O novelo da moça ao tear

Em silêncio recria o desejo

E a vontade do belo fiar.

 

À quietude obrigada e, tendo

Um casaco de lã a montar;

Tricotando da essência, o zelo

Do capricho, e esse nó atar.

 

Com um gato ao seu lado a miar,

Ou, um cachorro que morde um dedo

Desatento ao novelo, a espiar

A rodilha que encaixa ao enredo.

 

A paciência do tempo a airar,

Sem sequer apressar um triedro

Por vontade, um ensaio ao se guiar

A confiança na malha ao quedo.

15 comentários:

Anônimo disse...

Eita fiação danada de boa Yayá. Amei a cadência e ritmo dos versos.
Beijokas doces e uma boa semana

Anônimo disse...

Realmente um trabalho que exige muita paciência!

Beijocas em seu coração Yayá!

Universo paralelo disse...

perfeito esse trabalho, realmente precisa de paciência, lindos versos, amei, beijos

Severa Cabral(escritora) disse...

Vc é muito cheia de criatividade...estou sempre passeando nesse seu cantinho,e me deliciando...agora essas escritas nos deixam a pensar...
Bjsssssssssssss

MARILENE disse...

A paciência é uma grande virtude. E parece que sempre a encontramos nas pessoas que gostam de tricotar, ou, pelo menos, naqueles momentos.

Bjs.

JR disse...

O que escreve, não sei bem porquê, faz-me sempre lembrar um poeta popular português, que suponho não seja conhecido no Brasil. Por cá também já poucos se lembram dele. Envio-lhe um bocadinho da sua poesia:

Quadras
A vida é uma ribeira;
Caí nela, infelizmente…
Hoje vou, queira ou não queira,
Aos trambolhões na corrente.

Crês que ser pobre é não ter
Pão alvo ou carne na mesa?
Mas é pior não saber
Suportar essa pobreza!

O luxo valor não tem
Nos que nascem p’ra pequenos:
Os pobres sentem-se bem
Com mais pão luxo a menos!

A esmola não cura a chaga;
Mas quem a dá não percebe
Ou ela avilta, que ela esmaga
O infeliz que a recebe.

A ninguém faltava o pão,
Se este dever se cumprisse:
- Ganharmos em relação
Com o que se produzisse.

O homem sonha acordado;
Sonhando a vida percorre…
E desse sonho dourado
Só acorda, quando morre!

Quantas, quantas infelizes
Deixam de ser virtuosas…
E depois são seus juízes
Os que as fazem criminosas!...

Sem que o discurso eu pedisse,
Ele falou; e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
Do que disse não gostei.

Tu, que tanto prometeste
Enquanto nada podias,
Hoje que podes – esqueceste
Tudo quanto prometias…

Chegasses onde pudesses;
Mas nunca devias rir
Nem fingir que não conheces
Quem te ajudou a subir!

Os que bons conselhos dão
Às vezes fazem-me rir,
- Por ver que eles próprios são
Incapazes de os seguir.

Mesmo que te julguem mouco
Esses que são teus iguais,
Ouve muito e fala pouco:
Nunca darás troco a mais!

Entra sempre com doçura
A mentira, pr’a agradar;
A verdade entra mais dura,
Porque não quer enganar.

Se te censuram, estás bem,
P’ra que a sorte te perdure;
Mal de ti quando ninguém
Te inveje nem te censure!

Obras completas de António Aleixo
Quadras

Morgana Novais disse...

Lindo verso, Yayá!
É com paciência e com esse balanço que vamos tecendo a vida!
Obrigada pelas visitas ao meu blog, têm sido um estímulo para mim.
Um abraço.

Tempestade disse...

..e você teceu lindos versos..=D

obrigada pelo carinho de sempre..

beijokas.



Nina

Aclim disse...

Paciência é uma virtude.

Abraço

Lídia Borges disse...

Como Penélope, tecer esperas com mãos apressadas no tear das emoções.

Um beijo

Alma Mateos Taborda disse...

Precioso poema y muy bien logrado. Me encantó tu blog y te sigo. Un abrazo.

Lindalva disse...

olá querida seu voto no pena de ouro foi computado com sucesso. beijos!

jorgil disse...

Simples e com encanto!

Majoli disse...

Navegando um pouco mais, achei Paciência, que lindo poetizar.
Tem algo de encantador, de magia.
Amei.
Beijos.

Eliana disse...

Olá, vim retribuir sua gentileza.
Adorei seu cantinho! Fiquei feliz porque encontrei entre seus amigos a minha amiga Majoli.
Bjs