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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

O Caminho é Por Aqui / Reflexão

O Caminho é por aqui / Reflexão 

     Observo as mudanças feitas na interface do Google blog, e já começo a sentir dificuldades, embora saiba que há um aprimoramento na página de postagem.
     Por enquanto vou postar pela interface antiga, pois já me habituei com o jeito, enquanto aprendo o novo jeito, ou seja, todas as frases com um traço no meio, algo de que não gostei e nem das linhas de caderno escolar. Estou aprendendo a mexer com esse novo jeito de escrever algo no blog.
     De repente me deu saudades de Nara, da revolta da Nara que eu não entendi.
     Nara sabia aos dezessete o que eu sei agora.
     Graças a Deus, eu sei aos quase sessenta o que Nara sabia aos dezessete.
     Era uma festa de aniversário, onde nos encontramos.
     Eu não a via há alguns anos. Era amiga de poucas palavras, mas amiga. 
     Nara levou um bolo de presente ao aniversariante.
     Nara chocou a todos. Em cima do bolo, um absorvente higiênico com xarope de groselha.
     Ela colocou o bolo em cima da mesa onde estavam os docinhos e os salgados feitos com capricho pela mãe do aniversariante.
     Eu era jovem e chamei a Nara para conversar:
     _Nara, o que é isso. Os garotos estão rindo e você está maluca! Nara, por favor, eu católica e você evangélica, boa aluna, séria, de poucas palavras e disciplinada. O que é isso?
     Nara respondeu:
     _Isso é o que me ensinam todos os dias. É sobre isso é o que as garotas e os garotos pensam o tempo todo! O mundo se resume a isso!
     Discutimos, me magoei com ela, e vim embora da festa.
     Não, Nara. Você não conheceu Mara, a outra moça evangélica com a qual estudava a Bíblia antes de entrar na sala de aula.
     A verdade não era a verdade de Nara, Deus existe.
     Por vezes, a tragédia humana é tanta, que eu lembro de Nara e o bolo da festa do menino.
     Nara tinha os motivos dela, mas não percebeu que ninguém a compreenderia.
     Eu também não a compreendi. Logicamente que fui aconselhada a não conversar mais com Nara e não conversei.
     Agora eu entendo a revolta de Nara e nem sei se Nara está por aí. 
     Sei que os fatos não mudaram, mas que eu mudei e por fim, aconselhada pelo meu avô, muito que indiretamente, mas muito.
     Mas, se escrevo é porque há algo que eu gostaria de dizer.
     Nara, acredita em Deus. Pelo menos não deixa ele morrer no seu pensamento.
     Acharam amargo? Vocês não viram o bolo. 
       

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