Enquanto Amendoins Torrados / Crônica do Cotidiano
Enquanto como amendoins torrados, vou pensando no tempo.
O futuro, por enquanto é virtual, e com o frio que chega os amendoins são boas companhias.
Hoje não sabemos exatamente a que época de desenvolvimento nos encontraremos quando a crise coronavírus passar.
Assisto um pouco de televisão todos os dias, mas algumas entrevistas são interessantes. Alguns empresários, na CNN Internacional, dizem que o mês de fevereiro de 2020 não passará de um passado distante, porque o nível de desenvolvimento em que o mundo estava naquele mês demorará alguns anos para ser realidade novamente.
Aos jovens, que desconhecem as realidades do passado, reciclo os melhores momentos.
Um dos melhores momentos do domingo do passado era o frango assado recheado com farofa de miúdos de frango vendido na panificadora em dois turnos, e havia o frango recheado com farofa das dez da manhã e o do meio-dia. Quem perdia o frango das dez horas da manhã, ficava na fila conversando até a próxima fornada. Em casa os acompanhamentos eram arroz e maionese, o que tornava um domingo brasileiro, ou uma bela macarronada ao sugo que tornava o domingo com um sabor italiano.
Por falar em macarrão, um dos melhores momentos de macarronada que já vivi, foi uma macarronada com mini-ostras. Aconteceu num jantar onde, por curiosidade pedi um macarrão com as ostrinhas. Vieram mais de cinquenta conchinhas miúdas ao macarrão com alho é óleo. O jantar demorou uma hora e meia, porque tive que abrir conchinha a conchinha. Que macarrão dietético! Quando se termina de abrir as conchinhas, o exercício está feito e a fome menor, mas é bom para se apreciar o movimento do local. Alho e óleo, sal e limão, com um pouco de paciência, come-se e diverte-se ao não deixar as ostrinhas pularem prato afora.
Ao tempo das ṕanelas já voltamos, mas em compensação no passado, quando não tinha onde ir, não tinha, mas não tinha computador também, e agora tem, o que é uma compensação excelente para os dias de hoje.
Mas, por que essas comparações? Porque antigamente havia uma lista chamada de obituário do dia em plena Rua XV de Novembro, e os adultos davam uma olhada ali para não deixarem de mandar um telegrama caso houvesse algum conhecido naquela lista. Hoje ligamos a televisão para ver o tamanho dessa lista e saber da tragédia humana, mas a função é a mesma, é uma espécie de morbidez social a qual somos obrigados a conviver.
Ainda bem que os supermercados parecem escapar da crise, eles são o retrado do desenvolvimento de uma geração. O supermercado é uma esperança para as próximas gerações, que terão acesso às compras de maneira fácil e prática, com álcool gel, máscara e tudo o mais de higiene que possa ser exigido.
Outro fato interessante a ser observado é contornar as dificuldades do dia a dia. Vamos planejando até dois meses, em média.
Obviamente que queremos o comércio aberto, mas também queremos os comerciantes vivos e bem de saúde. Um amendoim aqui e outro ali e se consegue contornar o problema das compras.
As datas comemorativas são igualmente contornáveis. Se a data da Páscoa conseguiu ser comemorada, será igualmente possível comemorar outras datas. Mal comparando as datas, se os ovos de chocolate foram comprados sob a supervisão virtual dos interessados, o dia da mães pode ser comemorado através de uma compra virtual numa loja onde a mãe saiba exatamente o que quer e que lhe caia bem.
Em postagens anteriores, contei como comprar calçados e roupas pela internet. Verifica-se a marca do calçado cuja forma é agradável aos pés e o manequim da marca da loja de roupas que certamente seja compatível, e vale a compra. Compras para possíveis trocas são as piores ideias nessa época. Se quiser ir à uma loja física, coloquem máscaras e levem as presenteadas, mas é melhor caprichar no almoço do que arriscar a saúde e isso é algo que é bom lembrar.
Aliás, comprei uma peça de roupa numa loja virtual nessa época de pandemia. A loja enviou uma etiqueta dizendo que aquela peça de roupa não havia sido manuseada por ninguém e para o consumidor jogar o plástico que embalava a peça de roupa fora, sem levar o plástico para dentro do armário de roupas, pois assim não precisaria ser lavado antes de vestir pela primeira vez.
Assim termino essa crônica, com o dia de hoje e sob uma pandemia.
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