Semelhantes / Reflexão
Tirei o dia para conversar com os meus semelhantes. Semelhantes estão em situações diferentes das nossas, mas em comum têm pontos convergentes de aceitação e diálogo.
Em comum temos algumas verificações interessantes, problemas semelhantes.
Outro ponto comum é que não temos condições sequer de contestar o que observamos e os afazeres não nos deixam tempo para tal dedicação.
Também em comum temos alguns pensamentos filosóficos sobre o que acontece de um modo geral, sobre os costumes brasileiros e o que acontece no mundo inteiro.
Observa-se e, não somente, no Brasil, uma forte tendência à radicalização dos costumes sociais. A sociabilidade passa por transformações que não são do nosso agrado.
A impressão causada é que existe um mundo subterrâneo e nesse caso específico não é o submundo do crime, é algo que deteriora a esperança de que as coisas vão ter êxito e que vale o esforço para melhorar a qualidade de vida.
Há uma cultura, que não se sabe de onde parte, que ensina muito mais sobre as formas de ódio do que sobre o amor ao semelhante.
Extrapolam-se os conceitos de liberdade como se fossem decadentes e ensinam formas de contenção dessa decadência, tais como a repressão dos conceitos de respeito às escolhas individuais como se as escolhas individuais fossem a própria decadência.
As escolhas individuais, quando em conformidade com a lei dos países e dentro da consciência individual religiosa, são aceitáveis e devem ser respeitadas.
Nem eu nem esses semelhantes somos adolescentes para se sentirem revoltados, mas presenciamos situações inaceitáveis sob o ponto de vista ético de formação cultural.
É uma contracultura que pune quem sorri por cordialidade, quem conversa sobre os costumes e hábitos comuns à nossa geração e cria a desconfiança de uns para com os outros.
Os lugares foram diferentes, mas a conclusão foi a mesma.
Procuraremos não nos tolher nos pensamentos por medo de uma possível punição.
O pior é que não são pensamentos ideológicos, são pensamentos sobre os costumes normais, pelo menos normais até agora. Temos alguma experiência de vida e sabemos que a radicalização dos costumes não nos trarão benefícios.
Outra ideia que surge, e também é rejeitada, é o pensamento em bloco e o costume em bloco e, nesse caso, os membros desse bloco tem que agir da mesma maneira. Mostrando um exemplo chulo: alguém só pode vestir uma blusa amarela se todo o bloco pensante concordar. Percebem a situação? Quando eu, em particular era adolescente, para ser parte aceita de algum grupo social, usavam-se calças jeans. Hoje, quando visto a minha blusa amarela ninguém dá palpite e não dará.
São dificuldades que atingem a mim e aos meus semelhantes. Esse é o perigo que nos ronda.
Um comentário:
Concluo: - há um grande perigo em nos deixarmos carimbar com o protótipo do que é aceito por todos! E a nossa individualidade? Excelente texto!
Abraço.
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