Meninos de Ouro / Crônica de Supermercado
Como se fosse futebol a crônica nasce dos instantes inesperados, um gol bem feito dá até gosto de ouvir certas histórias.
Hora do descanso para alguns garotos. Os dois sentados um ao lado do outro.
Um dos garotos faz cara de brabo e abaixa a cabeça.
Um pergunta o que é que o outro tem.
_Estou com raiva do nosso artilheiro.
Eu não entendo de futebol e nem sei dizer exatamente dizer o nome do jogador, mas prestei atenção.
Outra pergunta:
_O que foi que o jogador fez?
O garoto conta com ênfase e do jeito dele:
_O nosso time estava mal no campeonato. A gente nem acreditava mais no time. Contrataram o “Eu Não Sei o Nome”. O time começou a ganhar e eu comecei a acreditar no time de novo. Agora que o time vai bem, o que acontece? O “Eu Não Sei o Nome” acha que pode tudo. Ele pensa mais nele no que no time. O que aconteceu? No último jogo empatamos. No jogo passado ganhamos de um a zero. No próximo jogo, se ele continuar achando que pode tudo, nós perdemos. Depois de perdermos algumas partidas o “Eu Não Sei o Nome” perderá o contrato com o time. Time de futebol é negócio concorrido, como é que um jogador depois de chegar num time bom como o nosso põe tudo a perder? Eu estou com raiva, não consigo estar diferente.
O garoto que perguntou disse ao colega que ele tinha toda razão.
_Tenho, não tenho?
Os garotos levantaram-se e foram trabalhar.
O curioso é que o garoto que estava com raiva esboçou um sorriso.
A raiva sumiu ali mesmo.
Vale a pena ir ao supermercado!
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