Palavras Esparsas / Crônica do Cotidiano
Restaram do dia de ontem palavras esparsas. Vivemos um cenário de guerra, muita fumaça de bomba, muita gritaria e de tudo um pouco. Curitiba é a minha cidade natal.
Hoje, enquanto saio para a rotina, observo as conversas espaçadas. As pessoas começam um assunto e interrompem como que se perguntando se aquilo foi real.
De uma conversa sobre o seguro obrigatório para veículos automotores que vence hoje, o homem para, olha para o funcionário e pergunta se ele assistiu o jornal na televisão ontem à noite.
_Aquilo... Eu não sei o que dizer.
No supermercado os garotos, meio agitados, comentavam que viram um ferido de bala de borracha. Contavam que dói e queima o tal do tiro levado no braço por não sei quem.
Na rua alguém comentava que jamais sequer cogitou ver a prefeitura da cidade transformada num ambulatório de primeiros socorros para os feridos da batalha campal.
Moças histéricas rindo até chorar foram vistas em alguma praça do centro da cidade. Um e outro tipo (mulher também) esquisito se regozija com o que aconteceu num prazer abjeto.
Os mais sensatos estão sérios e pensativos.
Não há crônica possível num dia como o de hoje, 30 de abril de 2015.
As perguntas seguintes rondam todos os lugares: O que? Como? Guerra no centro da cidade? Aconteceu mesmo?
Deixo uma crônica para outro dia. Não tenho palavras também.
Um comentário:
Realmente um cenário triste e constrangedor, em uma bela cidade!
Abraço
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