O Melhor? Crônica do Cotidiano
A pessoa que nos deixa de bom humor se faz especial. Assunto sério é assunto sério, mas a gente merece um refresco de vez em quando.
Talvez essas pessoas mantenham os seus postos pelo jeito de ser e a garçonete foi especial. Muito feliz num dia ensolarado como o de hoje, trouxe o meu lanche dizendo que este é o melhor mês do ano após eu comentar sobre o feriado da semana passada.
Com tanta alegria, fiquei curiosa e perguntei por que este é o melhor mês do ano.
_A senhora olhe o calendário pendurado na parede em cima do caixa. Dia vinte e um de abril: feriado, dia primeiro de maio: feriado. A Páscoa caiu exatamente nesse mês de abril.
O dono do estabelecimento, ao invés de se zangar, meneou a cabeça como quem pensa que a cabeça da funcionária não tem quem conserte.
Frequentadora assídua do lugar, eu conheço o dono e a esposa. Ele gosta de pescar e ela, a esposa, de cuidar dos detalhes. Ambos bastante dedicados ao negócio, cordiais e solícitos, deixam o ambiente muito agradável.
A garçonete trabalha no lugar faz alguns anos e tem muitas qualidades. Mas fala bobagem. É como se ela estivesse em casa e ao mesmo tempo, como se fosse dona.
Já levou bronca. Quando leva bronca diz que é para o bem dela.
_Às vezes eu me perco no que eu digo. Eu preciso que alguém diga as coisas para mim.
Ela diz isso espontaneamente, faz beicinho, a gente ri e ela se torna simpática aos olhos dos fregueses.
O dono do boteco não ouve queixas, mas ela, a garçonete, ouve.
Quando ela está ouvindo queixas, eu demoro em ir até a fila. Não faço crônica com queixas, mas, com acontecimentos.
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