Irrequieto
A realidade não se nega,
De parafuso ao vil inseto
Que, ousado, pousa numa tela,
Programação de excerto abjeto.
Nem vitrinista na janela
Põe-se a enfeitar o mesmo teto,
Quando é outra a tolda que modela
Toda a aparência de um afeto.
Tal como um quadro, se revela;
Toda pintura tem objeto,
Mesmo invisível, que engambela;
Quando à parede, é algo irrequieto.
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