Espremido Entre Esposa e Mãe
Gina comprou um vestido preto com rendas nos ombros, cujo comprimento era curto na frente num recorte oval fazendo com que o vestido tivesse o comprimento quase longo na parte de trás. O vestido era para as saídas com o seu marido, homem que gostava de sair para dançar e esticar a noite com a sua esposa. De tez morena clara, o vestido preto lhe caía bem, não ficava pálida e nem precisava exagerar na maquiagem, fato que acontece com mulheres muito claras quando usam o vestido na cor preta.
Waldir sentia-se feliz ao ver a mulher produzida para sair com ele. Casados há dois anos, o calor do namoro não desaparecera até então.
A mãe do Waldir oferecia o jantar para o casal todas as semanas.
Parece que filho e mãe gostavam dos mesmos dias para as saídas. Por mais que os dias dos jantares fossem alterados, era o dia de ele sair com a Gina para esticar a noite.
Passou um mês e a Gina não mudou o vestido para jantar na casa da sogra. Gina era econômica e o vestido era novo e conservado para as saídas com o marido.
Na quinta semana coincidente, na hora da louça, onde Gina lavava enquanto conversava com a sogra na cozinha, a sogra disse:
_Gina, eu estou contente que você e o Waldir se deem bem. Eu preciso te dizer que, no meu tempo, mulher que vestisse minissaia preta não prestava. Você sabe o que eu quero dizer e digo para o seu bem.
Gina ficou séria e a noite foi esticada em conversas sobre a mãe do Waldir.
A mãe dele, sem o saber, estragou o passeio. Ele sabia da mulher com quem tinha casado e sabia que era uma mulher de respeito.
Era uma situação que exigia a conversa entre mãe e filho, antes que a Gina se pronunciasse e dissesse que a sogra implicava com ela durante o jantar. Se ela, a esposa, fizesse isso, o pai dele iria tomar as dores da mãe e a situação seria bastante desagradável.
Antes da próxima semana e do próximo jantar ele precisaria se encontrar com a mãe, a sós, e pedir a ela para deixar que ele oferecesse o jantar na próxima semana.
O jantar da semana seguinte foi na casa dele e Gina estava com a roupa com a qual tinha ido ao trabalho.
Ainda assim, foi uma solução momentânea que não iria resolver a questão, mas ele descobriu em qual oportunidade ele poderia estar a sós com ela.
Na semana seguinte levou-a até a loja de armarinhos para comprarem alguns fios de bordado.
Quando a mãe entrou no seu carro, ele disse que precisava conversar com ela.
_Mãe, eu preciso te contar. A Gina ficou magoada com a observação que você fez a ela sobre a maneira dela se vestir. Você tem algo contra ela?
A mãe disse que nãotinha, até aquele mês no qual ela usou aquela roupa para ir jantar com ela.
_Meu filho, a sua mulher pediu aquela observação. Desde quando a gente usa vestido de renda para ir à casa da sogra. Ela usou aquela roupa o mês inteiro! Foi um comportamento estranho e você há de concordar comigo.
O filho disse que não foi um comportamento estranho, foi ele quem pediu a ela para colocar aquela roupa.
_Meu filho, você está se responsabilizando pela atitude da sua mulher. Você está certo do que você faz?
Ele disse que estava certo do que dizia e perguntou à mãe se ela estava contrariada com o casamento ou com alguma outra atitude dele ou da Gina para com ela.
_Não estou contrariada com nenhuma atitude de vocês. Ela é boa esposa e mantém você como deve ser mantido: feliz. O vestido pareceu-me uma provocação.
Ele argumentou e garantiu que não era provocação. Depois, disse:
_Mãe, vamos combinar antes sobre os dias da semana em que faremos os jantares? Eu e a Gina amamos aquelas comidas com tempero de mãe. A Gina também se esmera, mas nós compramos através do telefone, prático e gostoso, mas nada se compara com o sabor da sua comida.
A mãe concordou, ressabiada.
Chegou a sua casa e disse para a Gina que as saídas não mais seriam nos dias dos jantares com a mãe e o pai dele.
_Gina, estamos casados. Acho que está na hora de sabermos não compartilhar a nossa intimidade com os nossos pais. Peço que não se magoe com a minha mãe. Se, precisarmos de auxílio, conversaremos com eles, mas, a nossa intimidade, de agora em diante, é nossa. Acho que é assim que se constrói uma família.
Gina teve que aceitar a solução, mas perguntou a ele se ele queria que ela mudasse o comportamento em relação à mãe dela.
_Gosto da sua família tanto quanto da minha. Não posso pedir a você para mudar o seu comportamento com os seus, embora ache melhor que seja assim. A conversa que eu tive não foi agradável, foi necessária.
Gina ficou constrangida e na saída seguinte não colocou o vestido com rendas.
Foi mais uma noite de conversas. Waldir disse a ela para vestir-se do jeito que quisesse, ela ficava bonita naquele vestido, mas ela não se sentia bem dentro dele.
Voltaram para casa, cansados de tantas conversas.
Ao amanhecer o sol bateu na janela do quarto e a vida recomeçou em plenitude.
3 comentários:
Um bom final de semana!!!!
Mudar o comportamento por causa do outro, as vezes é bom mas as vezes deixamos de ser nós mesmas, bom para refletir
Abraços com carinho
Bjuss
└──●► ¸.·*´¨) ¸.·*Rita!!
Precisamos saber do nosso devido lugar! Viver somente a nossa vida e JAMAIS a de nossos filhos.
Bj. Célia.
Yayámiga
Hoje na nossa Travessa assino um textículo que creio que tem alguma piada. Intitula-se Emigração e TAMPAX. Que raio de coisa! Só eu era capaz de um doideira como esta…
Por isso, não faço comentários. Lá para segunda ou terça fá-los-ei. Obrigado
Qjs
Abç
Henrique
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