Ternura Pouca é Bobagem / Crônica do Cotidiano
Hoje, novamente saí em busca do chocolate nem doce e nem amargo, talvez do gosto que a minha alma precisasse para se alimentar.
Encontrei os dois últimos chocolates com a embalagem antiga e descobri o motivo da falta do produto nos supermercados.
Fui para a fila do caixa da loja de departamentos que abre aos domingos. Atrás de mim havia uma senhora com uma menina de um ano. Ela precisava encontrar o marido para pagar o urso de pelúcia da filha.
_Pode ir que eu guardo o seu lugar. Acho mesmo que a senhora deveria passar à minha frente porque tem um nenê no seu colo.
Ela disse que não queria passar à minha frente. Achou o marido e voltou à fila com a filha no colo e o marido a tiracolo.
Conversamos. A fila estava grande no shopping. A filha dela faria um ano e o casal foi até a loja para que a menina escolhesse o presente. O que a menina pegasse com as mãos, sorrindo, eles comprariam para dar de presente de aniversário. Eles ofereceram a ela várias bonecas, mas ela preferiu o bicho de pelúcia.
A mãe da menina disse que pelo preço que ela pagaria pelo mimo, ela poderia comprar uma boneca. Olhou para a sua filha, pegou a etiqueta e mostrou o preço, brincando com ela.
A menina pegou a etiqueta e a mostrou para mim, mostrando e me observando para ver que expressão fisionômica eu faria.
A garota tinha um ano de idade e me deixou de saia justa em frente à mãe dela, que repetiu que estava comprando um presente caro.
O pai, dela, um jovem de vinte e poucos anos, terno para com a mulher e a filha. Tentando conciliar o presente com o preço, ele perguntou à menina se ela desejaria trocá-lo por outro brinquedo.
Como foi maravilhoso observar o entrosamento entre eles.
A menina olhou para o pai. Fazendo o corredor da fila havia vários doces e salgados, além de brinquedos e bonecas.
A menina olhou para o pai e pegou a mascote da seleção brasileira para a Copa do Mundo no próximo ano. A mascote além das cores da bandeira nacional tem uma bola de futebol numa das patas.
O marido olhou para a mulher e a mulher olhou para o marido. Um disse ao outro que o que a filha queria era o seu animalzinho de pelúcia. Ambos perceberam a vontade da menina em dar um presente ao pai.
Agora, eles ficaram de sai justa.
O marido olhou para a mulher e disse que queria de presente um pacote de batatas fritas. Ele disse que comeria as batatinhas na hora do jogo de futebol.
A mulher sorriu. Compraram as batatas para não comprar a mascote além do urso de pelúcia. A mulher me confidenciou que dará a mascote ao marido, depois. O aniversário era da filha.
Ofereci a minha vez para eles, mas não quiseram. Estavam os três próximos, naquela intimidade espiritual que somente o amor permite.
Não pude sair da loja sem que, em silêncio, pedisse a Deus para que abençoasse aquela família.
Ternura pouca é bobagem.
4 comentários:
Uma cena incomum hoje em dia! Há que se pedir e muito proteção e bênçãos divinas, pois o amor que emoldura essa família é ternurizante!
Bjs.
Célia.
Bobagem barata não
Chocolate doce sim
Há no mundo tanto papão
De noite e de dia tlim tlim!
Gosto muito de flores
Vou visitá-las ao jardim
Lindas de várias cores
Vestidas de cetim!
Andei para aqui a marinhar
Com o pensamento no Brasil
Quando a copa do mundo começar
Fico aqui ver Braga por um funil!
Boa noite e um abraço
para você, amiga Yayá.
Eduardo.
Bom dia
Um bom observador encontra ainda muitas destas cenas no seu dia a dia.
Na corrida do tempo nem sempre temos tempo para ver o que se passa à nossa volta. Parece que nos enganamos com pequenos nadas, preocupações sem valor, que nos distraem de histórias que valem por tudo.
Há necessidade de olhar e ver. Não queremos entrar na vida das outras pessoas mas não podemos perder estes quadros de tanta ternura.
Uma verdadeira família....
Beijo Lisette.
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