Sílvia Edite não deixou o personagem à sua própria sorte. Ela conhecia o personagem muito mais do que os seus leitores. Ela era rigorosa na correção ortográfica e, embora o personagem fosse bom, melhor seria para ele que ficasse longe de uma continuação piegas. A continuação dessa história mudaria a trama central, à qual ela havia se esmerado em manter com sutilezas que entremeavam o texto, sem muitas explicações para que os leitores tirassem as suas conclusões livremente.
O personagem era bom sem ser bonzinho, ou seja, enérgico e competente naquilo que fazia. Ele não precisava de mesquinharias apenas para dar continuidade à sua novela. O lado forte era o caráter, a humildade e a seriedade com o que pautava as suas obrigações.
Sílvia edite não queria enveredar a história onde entrariam as moças alegres que ele rejeitasse, embora seja absoluta essa questão. A mulher dele não era a mulher objeto, a mulher poderosa e, muito menos, a mulher submissa. Ele teve a mulher que queria com os desencontros normais de qualquer relacionamento. Adultério não houve nem por parte dele e nem por parte da mulher dele, eles se entendiam muito melhor do que os leitores poderiam imaginar. Os leitores talvez se divertissem com as discussões de casal e seria uma diversão sem sentido uma vez que o casal era formado por dois gritalhões de nascença. “Quem não chora não mama”, eles berraram à beça.
O motivo da trama seria descobrir porque ele, entre toda uma equipe de médicos, era o escolhido para receber acusações de suspeitas sem fundamento e críticas descabidas. O que o personagem teria de especial uma vez que eram os fatos na vida dele que provavam que essas acusações não tinham sentido, mas eram feitas. Em um dado ponto da história, o personagem vai ao psiquiatra e prova que não está doente e sai com o atestado de sanidade mental pelas ruas e o mostra a todos os conhecidos que o encontram.
Sílvia Edite não quis fazer uma segunda parte baseada em factóides apenas para obter uma vendagem aceitável. Ela lia alguns livros de romances e não considerava o amor em si, uma pieguice. Mas mudar a história para vender, não.
A editora preferiu que ela fizesse outra história e criasse outro personagem que coubesse em tramas romanescas. Sílvia Edite preferiu não publicar um livro que, modificado, seria um prejuízo para o leitor. Criativa, escreveu outra história, agora sim, de amor.
15 comentários:
Yayá eu não gosto de escrever contos pq tal como a essa escritora eu me apego muito ao personagem, quero detalhar, colocar muitos sentimentos e acabo delongando demais a escrita e sempre acho que ele merece o melhor. E como boa mocinha romântica(mocinha foi bondade comigo mesma rsrsrs) sempre enfio esse maravilhoso amor no meio.
Concordo que ela tenha que ser fiel ao seu personagem e não ao financeiro.
Beijokas doces.
Tenha um ótimo dia de domingo, fico feliz com suas visitas e adoro ler suas postagens...
Abraços!
A edição de qualquer escrito é analisada por sua eventual vendagem. E o autor fica a mercê da editora.
Bjs.
ENTRETENIDO TU BLOG, ESTOY DANDO UN RECORRIDO.
GRACIAS POR VISITARME
SALUDOS
ENTRETENIDO TU BLOG, ESTOY DANDO UN RECORRIDO.
GRACIAS POR VISITARME
SALUDOS
Infelizmente é uma realidade. Mas os escritores de verdade, assim como a Silvia, fazem isto: Não mudam o livro por fatores externos. Isso compromete a obra, compromete o escritor, os leitores. Mais do que maquiar, muda completamente a forma, o sentimento que se quis passar, sendo romance ou não.
Gostei muito do texto.
Beijos,
Débora.
O amor sempre vence ao fim...
Mas ser escritora é ser flexível e jamais desleal, né!!!
Gostei do contexto!
bjs
Bom dia,Yayá!!
Devemos nos manter fiéis aos nossos princípios!!Sempre! O dinheiro deve ser a consequência de um bom trabalho não o motivo central! Belo texto!
*Já eu adoro escrever contos!!
Pra ler leio de tudo!!Amo os livros!
Beijos pra tia!
Bom domingo!
Vivian, tia foi um carinho, né???? Não me assuste?! Rsrs. Um bom domingo a ti! Um bom domingo a todos! Yayá.
Yayá,
Ela não quis trair seus desejos, suas vontades, seus sentimentos! Muito interessante e digno da parte dela!Adorei o texto. Bjkas com carinho e um ótima semana!
Bom dia...que ela consiga escrever enfim, o livro que queria, pois acho fundamental, escrever com a alma e o coração, mesmo que algumas pessoas achem "piegas", dinheiro? Silvia querida, va em frente com tua escrita...bjin
Adorei, pena os escritores estar sempre nas mãos dos editores.
BeijooO*
Olá,
Seja bem vinda ao meu recanto. Já estou seguindo aqui.
Parabéns para a Sílvia, que levou em conta o interesse do leitor. Aliás, esse deveria ser o foco dos escritores.
Beijo.
Olá Yayá, vi teu link no blog da Débora e vim te conhecer... Bom né? Coisa boa fazer novos amigos, mesmo que virtuais.
Olha só, seu texto é muito interessante, bem delineado e muito verdadeiro. Aqui você esboça o que um escritor da nova geração enfrenta para que sua obra seja aceita.
Parabéns pela escrita de grande qualidade e de um portugues impecável.
beijos da Lu e boa semana pra ti, querida!
Quando tiver um tempo, venha visitar-me, será um prazer.
xau!
Gostei muito do texto. Devemos manter-nos fiéis a nós próprios.
O dinheiro não deve orientar.
um abraço
oa.s
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