Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

http://frasesemcompromisso.blogs.sapo.pt/

O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Círculo, Compasso e Estrela


Círculo, Compasso e Estrela


Encontrado o formato,

O desenho, com tato

Segue desestressado


Naquela aula, de fato

Nessa aula d'um contato,

"Meu dez" vai relembrado


Da estrela até o estrelato,

O compasso vem girado.   

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Forma

Forma


Ter algo que fazer

Nesse tempo e estudar

E no estudo escolher


O formato de ser,

E querer melhorar,

Sem ao tempo se ver,


Porque o tempo a fazer

Não fica, é o caminhar.

  

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Compensação


Compensação


Compensação

É uma maquiagem

No coração,


Move a tensão

A outra paisagem

Com boa intenção,


Gira a emoção

E traz bagagem. 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Ideal Compartilhado

Ideal Compartilhado


O ser possível,

Essa criação

Verossímil


Tornar se á crível

Quando a ideação

Pensa o factível


Sobre o impossível,

E faz menção. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Num Canto Qualquer


Num Canto Qualquer


Estruturar a agenda

E obter uma merenda,

Espírito e vontade


Que consegue uma tenda,

E que nele se entenda

Porque nele há deidade,


Sua infinita lenda,

Por vezes, realidade.

 

domingo, 26 de outubro de 2025

Realização

Realização


Poderia estar,

E a alegria é ser

E realizar,


E a se anotar

Em cada obter,

Recomeçar


A acreditar

E ao bem, querer.


 

sábado, 25 de outubro de 2025

Humano e Pasteurizado

Humano e Pasteurizado


Desconectado

E natural,

Modificado

E conceitual,


Tudo está ao lado,

Mas com manual,

Que num folheado

Sabe-se o usual,


Não o caminhado

Ou o dito dual

Do humano, igual,

Pasteurizado. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Enfeites

Enfeites


A surpresa,

Luz acesa

Que se enfeita


Na beleza

Da certeza,

Desta feita


Singeleza

Celta e enfeita.



 

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Deu Problema no Cinema / Crônica

 Deu Problema no Cinema / Crônica


     Falta de problemas é pensar no cinema.

     O enredo e o filme são problemas de quem fez o filme.

     Crônica de outro tempo e até tema de jornal foi a sessão de um filme, daqueles que fazem fila na bilheteria, e filas de bilheteria até hoje existem.

     Aconteceu que num desses filme com grande público, no meio da exibição, arrebentou o rolo do filme.

     Passaram-se cinco minutos e as pessoas, sentadas na poltrona, comentavam sobre a fila na bilheteria para a devolução do ingresso, pois algumas pessoas já se levantavam para sair da sala de exibição.

     As luzes são acendidas. Lá de trás, da sala de onde o filme era projetado, houve o anúncio que o rolo havia se rompido e necessitaria de uma emenda, a qual, se bem feita, não tiraria mais do que uns dez segundos de filme.

     O homem ainda aconselhou ao público a comprar pipoca enquanto aguardassem o remendo e o reinício do filme.

     As luzes ficariam acesas conforme era a norma do cinema fora do horário de exibição.

     O público, ou seja, as pessoas, tiveram reações diversas: uns foram embora, outros foram comprar pipoca, outros comentavam sobre o filme e que não o perderiam, pois os críticos haviam dito que era bonito de se ver.

     No nosso caso, viramo-nos na cadeira, e observamos a correria na sala de exibição com fita adesiva e cola. Vimos as duas bobinas de filme, uma que ficaria enrolada na bobina e a outra que retrocedeu ao início do filme. Além do ruído das bobinas, vimos aquele pedaço do filme voltar até ao início rapidamente na tela branca e grande com as luzes acesas.

     Depois da colagem feita, eles precisaram rebobinar aquela parte do filme num único rolo, pois o filme era composto de alguns rolos, que vinham na sequência certa, e sairiam de bobina chei para a bobina vazia.

     Meia hora depois o filme recomeçou, o qual assistimos para não ter que voltar na próxima sessão.

     Até hoje, ver omo eram as bobinas de um filme, a máquina de projeção, e a equipe que proporcionava a diversão de uma sala de cinema cheia valeu o ingresso, mas o filme ficou em dois capítulos: antes do problema com a bobina e depois da bobina, correndo livremente pela máquina de projeção.

      Tais acontecimentos eram de outra época. Hoje, a única observação a fazer, e que presenciei, é a de que o filme não começa antes de um mínimo de ingressos ser vendido.

     A moça do shopping já aconselhou a fazer um pequeno lanche enquanto aguardaria que os bilhetes fossem vendidos.

     Acreditei que os ingressos seriam vendidos, e foram. Assisti o filme com um mínimo de ingressos vendidos.

     O tempo é um contexto, e até mesmo os problemas do cinema são outros.

     No entanto, pela televisão, aprendi a procurar as reprises e assistir filmes no horário que me sobra. Aquele filme Multiverso, ganhador do Óscar, passou no dia seguinte da premiação num canal de televisão. Nem sei se chegou a entrar em cartaz nas salas de exibição. Assisti na tv.

     O problema do cinema hoje é a televisão, mas também a solução, pois quando não há público, a propaganda televisiva cobre o prejuízo.

     Penso que linearidade cinematográfica passa por acompanhar toda a evolução, independente do filme ao qual se queira assistir.

     Assistir um filme é uma boa ideia para um fim de semana.

     Grata pela leitura. 

            

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Recanto

Recanto


Um espaço,

Este canto

Que refaço


Passo a passo,

Um recanto

E o compasso


Que ultrapasso

Por encanto. 

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Edição Rara

Edição Rara


A edição da partitura

Com detalhes na figura

Transformaram a noção


Musical numa pintura,

Como se fosse a doçura

De ler a composição,


E no entanto se afigura

Na alma essa transformação.  

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Contatos Diversos / Crônica do Cotidiano

 Contatos Diversos / Crônica do Cotidiano


     Questão de personalidade, pessoas boas melhoram o ânimo e a vontade de ser melhor.

     O fato é que muita gente faz a diferença na vida da gente.

     De fato, Deus está na alma de muita gente, que aconselha, ou simplesmente é sincera e não desperdiça o momento de ser quem é.

     O que uns fazem pelos outros causa admiração.

     Resta agradecer a toda essa gente cujo espírito é autêntico e fala conforme pensa.

     Responder a toda essa gente, não somente com palavras, mas com a autenticidade do espírito que nos move é fator de realização.

     São frases que ecoam e nos obrigam a atitudes, e algumas delas impedem que o coração da gente endureça.

     "Eu devo favor para aquela família, quando eu fiquei sem serviço, eles não me deixaram na mão". Eles pedem que eu acompanhe os seus passos".

     O homem rústico deu o nome daqueles a quem ele devia favor.

     _Obrigada. Vou para outro canto, respondi.

     "A senhora sorriu ao ouvir a canção. Quer ficar e ouvir o show com a gente? É só pedir algum petisco e ficar enrolando na mesa. Pega uma cadeira e fica até o final do show na tv."

     A jovem foi extremamente gentil, mesmo negociando lanches e refrigerantes à venda.

     Infelizmente foi-me impossível não rir da letra da canção que se queixava da traição dizendo que havia deixado de ser "galinha" por causa dele.

     Contudo trouxe o lanche sem ouvir o show, uma questão de autenticidade do meu espírito. Ri por engano.

     Um outro moço perguntou se eu havia assistido o último capítulo da novela, e eu disse que não. Ele me contou com boa vontade o final da novela. Deus o abençoe.

     Outro me contou do seu ofício com um tal entusiasmo, que foi perceptível a autorrealização profissional de alguém que já concluíra a universidade.

     Se alguém assistiu ao filme no qual Deus dizia um homem que, se ele encontrasse dez pessoas boas, a humanidade seria salva do Seu extermínio.

     Começo a semana com essa sensação, a de ter encontrado dez pessoas que valeram conhecer, e que a humanidade continuará existindo.

     Desejo que cada um de vocês tenha tal sensação.

     Grata pela leitura.

     

domingo, 19 de outubro de 2025

Brisa do Tempo




Brisa do Tempo


O argumento do tempo,

Chama-se prioridade,

Prioridade "cata-tempo",

Trocadilho e deidade


De todo dia e momento,

Sua necessidade.

Sem querer vem o vento,

Brisa da eternidade


Que pede desse tempo

A melhor prioridade,

E seu contentamento

Em fazer-se vontade.



 

sábado, 18 de outubro de 2025

Letra

Letra


Quem canta, entende

O vento a soar,

E a voz surpreende


Quando se estende

A sustentar

Ao que pretende


Se ouvir, mas tende

À letra, ao orar.


 

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Discussão sobre Arte / Crônica do Cotidiano

Discussão sobre Arte / Crônica do Cotidiano


     Daquelas raridades no meu cotidiano, o que não é bom, hoje fui a uma exposição de arte com conhecidos.

     Dali a pouco ouço a discordância e a indignação com a exposição.

     Não havia nada chocante ou impactante.

     A reação veio através da percepção que a arte trouxe ao visitante. Sentou-se num jardim e não se levantou antes de exprimir todo um conceito avesso àquela arte sob o ponto de vista ideológico e filosófico. 

     Discorreu os seus conceitos e os pontos observados na exposição que lhe trouxeram contrariedade.

     Depois de ouvir a tese sobre a contrariedade, respondi que o artista era excelente.

     De pronto veio a resposta:

     _Um lixo.

     Disse que se o artista havia conseguido tal estupefação em decorrência de sua obra, foi porque a exposição era provocativa, ou seja provocava um gosto ou desgosto ao visitante.

     Sob o meu ponto de vista, ou percepção, achei a exposição intencional, pois pedia um posicionamento sobre a mostra.

     Juntos calculamos o incalculável: o material, a taxa de exibição, o tempo de execução de cada peça, o marketing, a entrada franca, mas mais do que isso, a possibilidade de conseguir uma reação do público que por ali passava e observava.

     Metade das salas me bastou, quando entendi que o local tinha mais possibilidades artísticas, e subi escadas e desci escadas, e me deparei com outras artes que aliviaram a mostra provocativa.

     Refletimos que, mesmo numa exposição, não devemos estar colados uns aos outros, porque as sensações diante da arte diferem de indivíduo a indivíduo.

     Gastei alguns minutos do dia nessa discussão profícua.

     As conclusões sobre a exposição ficaram sem conceito, porque o dia continuaria e havia o que fazer depois da arte.

     Cada um dos passantes voltou para casa com uma sensação diferente, afinal, ninguém é obrigado a ver quadro por quadro, mas que quer ver, pode e deve formular a sua teoria a respeito.

     A crônica também fica sem conclusão, a não ser a de que ir a uma exposição de arte é um bom passeio.

     Grata pela leitura.  

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Ao Ensinamento

Ao Ensinamento


Tempo de refletir;

Ao acordar e ao dormir

Deve-se agradecer


Que todo dia vem fluir,

Com sol ou chuva a cair,

Mesmo sem o saber


Caminho de luzir

Nesse vão compreender.

 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Criação

Criação


Intelectual

Ou conceitual,

Segue o exercício


Que é desigual

E nada usual,

Porque não é físico,


E desse qual

Se cria um início.


 

terça-feira, 14 de outubro de 2025

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Pensar, Encontrar

Pensar, Encontrar


Caminhar, 

caminhei,

Sem parar.


Nesse andar

Planejei

Continuar;


Por pensar,

Me encontrei.



  

domingo, 12 de outubro de 2025

Aprendendo a Passear/ Crônica do Cotidiano

Aprendendo a Passear/ Crônica do Cotidiano


     Preciso aprender a passear. Pensei que sabia, mas vejo que não.

     As famílias estão comemorando este dia de forma inovadora, são pais, mães e filhos, ou mesmo famílias recompostas por outros motivos, cuja imaginação ou essa outra geração, superam as expectativas.

     Essas famílias mudam de bairro e de rotina e aproveitam o dia junto a seus filhos.

     Percebo algo que fez todos felizes. Os pais levam os filhos ao shopping, enquanto as mães se arrumam para lanchar, e pedem aos pais que o shopping não contenha muitos lanches porque elas querem lanchar e se divertir também. Outras famílias, aquelas que não passaram por modificações estruturais saem juntas o dia inteiro.

     Enfim todos os quais estão com boa saúde, tiveram essa possibilidade, e participam dessa motivação, a qual não deixa de ser uma forma de conservar a criança que mora dentro deles, se divertiram.

     Nenhum deles saiu da cidade, mas escolheram um lugar repleto de comodidades, sanduíches e sorvetes a preços razoáveis. 

     Este dia foi planejado o ano inteiro, um dia sem obrigações além daquela de ficar com as crianças e se divertirem.

     Um senhor com a esposa e a filha, enfim eles passaram e disseram que valia e muito esse passeio feito na própria cidade. Segundo eles, com a economia feita, alugaram um cômodo com duas camas, e a filha dorme com a mãe na cama de casal, e o pai na cama ao lado, faz as contas do gasto e compartilha com elas, avisando o quanto podem se divertir. A esposa riu muito, mas disse que iriam lanchar. O marido disse para ela não se preocupar, que a conta era dele e que ninguém daria palpite no pedido dele para o lanche. Todos riram.

     Ainda existem famílias felizes, com criatividade, e que podem ter algum passeio e não perder a esperança na futura humanidade.

     Aprendo que passear pode ser na mesma cidade onde se mora, mas tem que ser num outro bairro, com padaria e supermercado, praça e possibilidade de comer algodão doce ou pipoca doce e salgada, e nada que possa ser perigoso para os pequenos.

     Interessante é verificar que eles ficaram distantes dos demais familiares, do amigos, e dos conhecidos do dia a dia. Todos com a fisionomia de criança num dia de criança, a que eles, muito embora responsáveis por todo um planejamento, se divertiram igualmente.

     Esse é um jeito novo de pensar, e vivido por algumas famílias, mas apreciei essa ideia sobre a qual escrevo de bom humor.

     Grata pela leitura.   

sábado, 11 de outubro de 2025

Enfeite

Enfeite


O dia pensado

Dorme acordado

Ao se deitar,


 Que a noite é ao lado

E o sonho é alado

Sem se importar;


Vem enfeitado

Até acordar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Outros Planos

Outros Planos


Conforme o tempo sobra,

Alonga e se desdobra,

Segue o planejamento


Porque Deus o manobra,

E o ânimo se recobra

A cada pensamento;


E a gente colabora

E não sabe o talento.


quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Linha Especial

Linha Especial


Conexão

É canção,

Especial


À razão,

À emoção

Musical,


Um tendão

Espacial. 

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Louva-a-Deus

Louva-a-Deus


Resgata essa boa gente,

Deus.  Gente decente

Que é por ti, Senhor.


Por mim, vou contente

Em busca de gente

De quem és Criador,


E porque é premente

Prestar-te um louvor.



terça-feira, 7 de outubro de 2025

Notações

Notações


Espremo a agenda

Por querer tempo,

Tempo é uma prenda,


Brinde da agenda,

Divertimento

Que se faz lenda.


Numa legenda

De apontamento.





 

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Sutileza

Sutileza


Desafio

A cansar,

Tricotar

Todo fio


Num dia frio,

E encantar,

Esquentar

Fio por fio


Nesse anil

De céu e mar,

De leve ar,

Ser sutil. 

domingo, 5 de outubro de 2025

Microcrônica Tudo de Bom

 Microcrônica Tudo de Bom


     Pela manhã, converso com Deus, e sei o que fazer no dia.

     Hoje veio a pergunta:

     _Como foi que se deu esta iluminação de hoje?

     Respondi que esta é uma tarefa diária.

     _Com você é assim que o dia funciona?

     Respondi que sim.

     _Resolva!

     Tudo bem, disse.

     Ainda ouvi que essa história de conversar com Deus funciona, só que tem que fazer o que é para ser feito.

     _Faça! Concordo com Ele!

     Tudo bem, disse.

     Assim a semana começa.

     Grata pela leitura.

sábado, 4 de outubro de 2025

Licença Poética


Licença Poética


Semana intensa

Que se compensa

Ao deixa estar,


Quando se pensa,

Numa licença,

Poetizar


Toda a presença

Do caminhar.


 

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A Nave do Universo Paralelo

A Nave do Universo Paralelo


     Magie está fazendo o seu melhor, disse Joan para Archie.

     Magie é engenheira e tenta fazer a nave do Universo Paralelo pousar.

     A nave era para ser um teste espacial, mas abduziu pessoas comuns sem que os cientistas pudessem evitar. O teste de fazer uma nave para viajar através do Universo Paralelo fugiu ao controle da base espacial, pois lidavam com uma energia experimental, e foi então que aconteceu das consciências se unirem e passarem a experimentar o Universo Paralelo como parte da sua realidade.

     Assim, aqui no Brasil, alguém pede para que o automóvel espere para sair da garagem, o motorista respeita o pedido, e, ao invés de gente, dois cachorros passam em frente ao portão. O homem agradece. Os cachorros não eram dele, mas o seguiam. Após passarem pelo portão aberto, foram em frente, e ao final da rua, esperam o semáforo abrir para pedestres e atravessam a rua. Tanto o motorista que esperou a passagem dos cachorros quanto o homem que era seguido por eles observam: um dobrando a esquina e o outro parou para observar a direção que os cachorros tomariam.

     Nos Estados Unidos, dois músicos, ao ouvirem, que quando os caminhos cruzavam, era amor, por amor a música, um ano após ouvirem o gracejo, um cede um copo com água ao outro. Estado de consciência pura que era amor pela música: One-two-one-two.

     Tudo o que acontece, acontece em segundos, e todos agem sem nenhuma crítica à razão pura.

     Todos são absolutamente verdadeiros entre si nesse Universo Paralelo.

     Poderia se dizer que seria medo, mas todos estão tranquilos sabendo-se participantes dessa nave.

     Magie avisa que assim que conseguir trará todos de volta ao estado da consciência humana, e que os passegeiro precisam saber dessa modificação na vida deles. Eles estão na nave da consciência pura.

     Quando voltarem a realidade estará modificada, pois houveram interações entre as consciências abduzidas pela nave do Universo Paralelo.

     Magie mostra os planos e pede a colaboração e a compreensão entre eles sobre a existência vivida nesse Universo Paralelo.

     Será outro o tempo, muito embora para eles, enquanto humanos, a forma física estará envelhecida, segundo os cálculos dela, em aproximadamente três anos.

     Não se sabe ainda as consequências dessa experiência que fugiu ao controle científico, e todos devem ter consciência disso.

     Distribuídos os avisos aos passageiros, ela os prepara para o pouso, para a dimensão não racional-emocional humana.

     Deseja bom pouso, mesmo sendo ela uma das passageiras.

     Archie e Joan se entreolham e aguardam o pouso.        

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Histórias de Viagem / Crônica

 Histórias de Viagem / Crônica


     A viagem se repete enquanto penso.

     O rio, o lanche, a picada da aranha. Ser picada por aranha em local diferente do nosso habitat é algo completamente diferente.

     No dia seguinte, passeio de barco.

     O auxiliar do barqueiro, que conversava com os turistas, perguntou o que havia acontecido com o meu braço e eu contei a ele.

     Extremamente atencioso, enquanto atendia outros turistas, pesquisou nos órgãos oficiais o catálogo das aranhas e pediu que eu a reconhecesse.

     Ao reconhecer a aranha, uma passageira pediu para ver a foto. Era médica e disse que eu precisaria ir até a farmácia comprar uma pomada.

     Agradeci.

     Nesse ínterim, alguns passageiros do barco olhavam para o senhor que atendia os turistas, porque ele tinha apenas um dente superior, posterior, e único.

     Ao observar que alguns passageiros observavam o seu único dente, ele disse que era o único dente que lhe restara, e que todos eles tiveram um significado, e que quando fosse necessário, ele o extrairia, o que não era o caso.

     Fui até a farmácia obedecendo a médica passageira do barco, e guardo a pomada como lembrança.

     Cada vez que eu penso nessa viagem, eu reflito, parece que novos dias mágicos acontecem.

     Impossível não rir com as frases ouvidas, mesmo sendo para levar a sério, mas pela espontaneidade e o medo ou espanto que causam pegam a gente de surpresa.

     Que protesto maravilhoso:

     _É o meu primeiro dia nesse emprego e eu não vou enfiar a faca (bisturi) em ninguém. Sabe o que procurar um bom emprego? Mandar currículo atrás de currículo e esperar uma resposta positiva de um profissional de saúde?

     Apoio essa moça incondicionalmente, por razões óbvias, 

      Resolvida a questão do bisturi, caminho para sentir o vento e a vida enquanto vou até a farmácia.

     Muito provavelmente picada de inseto, o que justificaria esse tempo todo depois da picada de aranha me incomodando com dois furinhos.

     Enquanto caminho, estou no barco, o barco joga mansamente pelas águas de um rio.

     Chego até a farmácia para as compras de rotina.

     A atendente da farmácia disse que o que eu queria estava em falta. A diferença no atendimento foi que ela olhou bem e disse:

     _Mais duas quadras e a senhora consegue comprar. Ensinou o caminho e assobiou, ensinando:

     "Vira aqui, gesto, assobio, depois vira ali, gesto, assobio, e pronto, achou."

     Obedeço a atendente da farmácia e consigo o que preciso comprar. 

     Ao caminhar sinto como se tivesse saído de um mundo de andróides e encontrado seres humanos.

     Humanos, como um barco que navega num rio devagar e com boa vontade, com um velho marinheiro com histórias pra contar, como a juventude dessas moças querendo ser prestativas, como a brisa leve que trouxe exercício e alívio.

     Semana cheia de história, cheia de gente, que faz pensar que a humanidade está nesse barco, e que podemos esperançar as pessoas.

     Grata pela leitura.

     Grata pela leitura.   

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Boa Questão / Crônica

 Boa Questão / Crônica


     Questão de saúde, igualmente, mas diferente, com um final que permite questionar.

     A semana está boa para conversas diversas, e com a temperatura amena, a gente sai como se o verão tivesse chegado.

     Num ambiente lotado de mulheres, as conversas, os telefonemas, as avós e bisavós, enfim, todos estavam animados pela quantidade de gente com tempo para se sentar e conversar sobre temas diversos, e observei que algumas delas já compram presentes de Natal, a fim de não salgarem o preço da festa.

     Em meio a multiplicidade de conversas, disse que uma amiga faria falta neste final de ano.

     O que aconteceu, perguntou a outra mulher.

     Aquela mulher contou que a amiga havia falecido.

     _Como? Do que? Ela tinha só cinquenta e poucos anos.

     Conforme ouvi, conto para vocês.

     _Bem, a Maria tinha artrite reumatóide e tomava remédios para as dores constantes.

     A outra antecipou-se:

     _Os remédios fizeram mal?

     A resposta foi não, mas ela ficou com gastrite devido aos remédios, mas precisava dos remédios porque as dores da artrite eram muitas.

     Assim continuou:

     _Nesse vai e vem aos médicos, ela fez um exame e descobriu que tinha ruptura de um ligamento e foi obrigada a se submeter a uma cirurgia para corrigir a situação.

     A outra, antecipou-se novamente:

     _Ah, a cirurgia não foi bem sucedida.

     A resposta foi não novamente. Fez um gesto que pedia para a outra ouvir a história até o final.

     Continuou dizendo que a cirurgia foi bem sucedida, que a Maria foi para casa e teve o repouso que precisava.

     A outra, agora, ficou impaciente.

     _Foi tudo bem, mas ela morreu. Quer contar de uma vez, exclamou.

     A outra disse que contaria.

     _Durante o retorno ao médico, que refez os exames e relatou que a Maria estava liberada para exercícios rotineiros, mas leves. A Maria perguntou ao médico se ela poderia ir para a praia, pois era um lugar plano e poderia caminhar pelas manhãs e se exercitar sem fazer muito esforço. O médico gostou da ideia e a liberou para viajar.

     A essa altura, todos em volta estavam ouvindo a história para saber como a Maria tinha falecido. Toda a atenção do lugar era para a história contada.

     _Maria fou à praia e fez dois dias de caminhada pela manhã. No terceiro dia, teve um desarranjo intestinal forte e foi até o posto de saúde local para verificar do que se tratava. No posto de saúde foi constatado que Maria havia contraído "Zica". Fora picada por um inseto contaminado.

     Para terminar a história, Maria ficou desidratada, foi levada ao hospital da região e não resistiu e faleceu na cidade aonde havia o hospital.

     Eu poderia questionar infinitamente os problemas do litoral, mas creio que é mais útil ao leitor saber de tal risco.

     O calor e as chuvas, o mosquito, a falta de higiene com a água parada e, por que não, água parada nas latas de lixo.

     Ao escrever, pensei que seria uma boa questão, e que os veranistas não deixem de usar os repelentes, essenciais na bagagem.

     Grata pela leitura.