Crônica de Celular
Esta crônica surgiu a partir de um raciocínio após ter enviado o recibo da conta de luz pago por um aplicativo diretamente para uma vendedora de seguros, a qual eu não quis contratar, enfim, o celular embaralhou-se, mas eu explico:
São livros, notícias, músicas, contas de luz, grupos de whats, e uma longa lista para ser feita ao dia a dia, também caprichada pela pandemia.
O cartão de memória, me avisa que é incompatível com o celular, o que significa que eu preciso saber sobre o cartão de memória compatível com o celular, ou configurar o cartão de memória de maneira correta.
Decidi não participar de grupos de whats após tostar o feijão no fundo da panela e comer mesmo assim.
Gosto do celular, e acho utilíssimo, mas sem exageros.
A geração mais nova precisa saber disso. Não há nenhuma necessidade para que se compre espaço em nuvem de armazenamento, pelo menos para mim.
Concordo com o filósofo Cortella quando ele diz que cozinhar e ler ou usar o celular são tarefas que não combinam. Cozinhar exige higiene e ler mensagens enquanto se prepara a refeição é antihigiênico. Mesmo ao apenas aquecer alimentos, pode acontecer o que aconteceu, tostar o feijão no fundo da panela.
Há dia em que o celular pede para deletar arquivos, e quase perdi um aplicativo nessa automação.
A realidade é a prioridade, e não há escolha, é preciso parar e observar com atenção as mensagens que se recebe.
Quando vou ao mercado, dificilmente alguém me observa com o celular nas mãos. Ora, não tem cabimento lambuzar o celular de álcool gel!
Saí de três grupos, mas se ficarmos em mensagens e aplicativos, o que há para ser feito, e que não é pouco, pode ser deixado de lado, e os tempos são outros, são tempos de pandemia.
Ainda hoje, uma senhora se queixava, dizendo que as dificuldades naturais dela estavam atrapalhando um pouco as atividades do lar, e dizia que estava cansada de lavar a cozinha depois e fazer o bife, mas que precisava deixar a cozinha limpa para o dia seguinte. Contava que pela manhã, cozinhava para a família, limpava a cozinha e tirava um cochilo, depois acordava e terminava a desinfecção da sua casa.
A senhora agradecia a companhia da irmã e da cunhada na ida ao supermercado, porque ela estava cansada de não ter tempo para conversar.
O supermercado pede que seja uma pessoa por família, então ali estavam três casas, com uma pessoa da família de cada casa, com um carrinho cada uma, fazendo compras e conversando com certa distância.
Pela frase acima percebe-se o sofrimento das famílias.
Não tem outro jeito, todos têm que se cuidar. As faixas etárias têm pensamentos e maneiras próprias de sua geração, é preciso que entendam essas maneiras próprias de cada geração.
Nessa questão de conexões e aplicativos, eu não sou mestre, mas sei lidar com whats. Redes sociais não são o meu ponto forte, porque o tempo é precioso, e para dar conta das novas exigências pandêmicas, deixar o celular enxuto, e retornar a cozinhar sem deixar de lado os livros e a música, é preciso uma certa ginástica.
Por outro lado, para se ter vários aplicativos, acredito que seja necessário um mega celular, o que é desnecessário e caro, uma extravagância. Este parágrafo mereceria um grife-se, porque é preciso gostar desses celulares com memória imensa, mas também pagar segura contra furto, o que é uma incongruência nesse momento.
E é nesse embaralhamento no qual nos encontramos agora, todos, sem exceção.
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