Olhar e Não Enxergar / Crônica do Cotidiano
Tem dias em que me zango comigo mesma.
Entrei no estacionamento e vi o telhado desabado.
_A chuva foi tão forte?
A chuva tinha sido com vento e parte do estacionamento ruiu.
Para bater papo-furado, perguntei:
_Caiu em algum automóvel?
A resposta soou como um choque:
_O telhado caiu em cima de mim.
Que vergonha! Conversava sem olhar, pensando no compromisso a seguir.
Olhei para o homem de toalha molhada na cabeça para estancar o sangue, a camiseta repleta de sangue e, o nariz com um pouco de sangue meio que coagulado.
Um outro moço interveio:
_A ambulância já chega e leva ele para o hospital.
Eu fiquei estática pensando no que estava vendo e assustada por ter conversado sem ver que havia um ferido.
Acho mesmo que fiquei com cara de burra empacada, pois um dos policiais da ambulância, olhou para mim e disse:
_Boa tarde, senhora. Fique sossegada que a gente cuida dele.
Eu não vi e não adiantava pedir desculpa.
_Melhoras!
Ele agradeceu e o policial da ambulância de acidentes o atendeu.
Assustei-me comigo mesma.
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