Comentário sobre a Parábola do Jovem Rico / "Vem e segue-me"
Ao ler a Bíblia, deparo-me com esta parábola do Evangelho de Mateus: 19,21. Jesus pede para o jovem rico que abandone os seus bens e o siga.
Nós, evangélicos, podemos ler a Bíblia, enquanto leigos e dela extrairmos pensamentos e reflexões pessoais, particulares em acordo com a existência que vivemos.
Pode-se ler a parábola ao pé da letra e concluir que Ele não queria que ninguém fosse apegado unicamente aos bens materiais para que o pudesse seguir.
Mas essa riqueza pode ser considerada como o orgulho e essa ilação cabe a nós, evangélicos.
Se Jesus, por exemplo, lhe pedisse para deixar de ir até a igreja para segui-lo através da Bíblia. Como é que você reagiria? Ficaria triste, sentiria-se ofendido, magoado, pois você é uma boa pessoa e nada fez para que acontecesse tal pedido. Mas o pedido não te exclui Dele, ao contrário, te coloca mais perto Dele.
Você certamente se sentiria pobre e nem se lembraria das Bem-aventuranças que Ele mesmo ensinou.
Ele veio para te dar a vida e a vida em abundância, Ele não quer que você seja pobre, que você passe por necessidades, não é nada disso. Ele quer que você tenha o que é bom para você.
A essa altura você pensa em transferir-se para outra igreja e acha que assim dará um jeito de conciliar o pedido Dele com a sua vontade e está errado. Mas, simplesmente, isso não é preciso e não é preciso porque não foi isso o que Ele pediu. Ele pediu para você se interessar mais por Ele do que pelas suas boas atividades, ora, ir à igreja é uma boa atividade.
O ideal é ser cristão, não é ir à igreja como se vai à escola, embora a escola da igreja seja fundamental em algum momento da sua vida.
Descobrir o que Ele quer que você faça por Ele, é ajudar a igreja e você chegou a ficar triste e pensar em mudar.
Dificilmente alguém tem tanta certeza de estar no lugar certo até que compreenda o que Ele quer. Ele quis que eu fosse católica-evangélica, pois é a essa doutrina que os batistas seguem.
Agora falo como se falasse comigo mesma e não tivesse os amigos que me leem.
Conheço gente a quem Ele quis que fosse evangélica e gente que Ele quis que seguisse outros caminhos cristãos.
Eu tive uma conversa interessantíssima sobre o assunto e cheguei à conclusão de que estou no melhor caminho e vou até a igreja todas as semanas, mas da maneira que Ele quer.
Eu penso que a minha função perante Ele é andar com um pacote cheio de palavras boas e as distribuir por onde passar, inclusive dentro da igreja.
A função da igreja, no entanto, é outra e esse assunto é para os religiosos e eu os chamo de escolhidos para essa função.
Assim sendo, não importa o meu ânimo pessoal ou estado de espírito, eu distribuo palavras boas e que estejam fundamentadas em algum versículo ou parábolas do Novo Testamento. Essa é a minha tarefa.
Essa não é tarefa de toda a gente. Eu tenho uma amiga que discorre sobre os provérbios do Antigo Testamento com profundidade; essa é a função dela. Ela não usa somente as palavras doces e de amor ao próximo; ela diz sobre o que pode ou não acontecer em decorrência das leituras dela do livro dos Provérbios. Eu reconheço o talento dela e sei que esse não é o meu talento. Conversar com ela é um aprendizado.
Volto ao início, Jesus pede que abandonemos algo que consideremos como riqueza e o melhor caminho é segui-lo, mesmo que possamos ficar tristes por alguns instantes.
O contato entre as igrejas é permanente e acredito que sabendo-se que o cristão segue o caminho por Ele vocacionado, a igreja, enquanto edifício também é edificada por Deus constantemente quando o cristão segue a Cristo conforme a vontade Dele.
Enfim, a parábola, sob esse ponto de vista, pode ser lida de outra maneira.
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