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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Tradução ou Interpretação?

Tradução ou Interpretação?
     Onde estive é que não o direi para que a palestra que cabe em todos os cantos do mundo não se perca em localizações não tão óbvias quanto parece.
     Neste passeio, o primeiro ponto de parada foi numa pequena praça, com pouco estacionamento, com casas e ruas pequenas, numa parada estratégica para que, nós, os turistas comprassem água, biscoito e, com lanchonete com banheiros para turistas. Era uma vila bem conservada.
     Antes de entrarmos no micro-ônibus, o guia fez uma palestra explicativa do lugar.
     1 – “Observem esta vila de casas pequenas e olhem daqui a mil metros, onde está a marina e os iates. Daqui não se veem igrejas ou policiais. Mesmo a mil metros podemos observar as embarcações de luxo, milionárias. São os empresários do mar, os nossos respeitados tubarões. A água do mar é limpa e devemos toda essa limpeza aos ecologistas. Ampliemos essa imagem, pois nada é construído sem que os ecologistas impeçam que a construção altere o meio ambiente, parte da nossa política governamental. Os “tubarões” querem construir em todos os lugares e se aliam aos ecologistas para que a permissão para as construções obtenha a aprovação. O prefeito tem, entre os seus comandados, políticos especializados em ecologia, ou seja, preservação e sustentabilidade local. A negociação entre os três grupos é permanente, mas é difícil conter o apetite dos tubarões”.
     2 – “Não vemos policiais por aqui, mas eles estão aqui. A polícia própria dos estados faz a ronda em carros próprios e contém a criminalidade corriqueira. Mas nós precisamos de polícia marítima e esses são policiais especializados; eles atuam ali, entre os iates e não os vemos porque eles, os policiais são também proprietários de iates e embarcações luxuosas. Esses policiais têm permissão para atuarem nas atividades empresariais e não me perguntem como é que eles fazem, mas eles cumprem com exatidão as funções de polícia e mantém os seus negócios no ramo marinho. Seria impossível para o estado manter essas embarcações de luxo, mas eles, os policiais marinhos, são fiscalizados e, têm que combater o crime”.
     3 – Observem onde estamos de novo. Estamos em uma antiga vila de pescadores. Com tubarões, iates, polícia milionária, vocês podem perguntar qual o sentido de manter esse vilarejo aqui. Eu conto: esse vilarejo é a nossa história, são as casas antigas dos primeiros moradores. Algumas casas já mudaram de proprietários, mas quem as compra, sabe que as possíveis melhorias não vão além de determinado limite, pois aqui nós, enquanto estado, queremos que fiquem como são e, por enquanto, mantemos inclusive a proteção dessas casas contra os ataques dos tubarões; eles têm a cidade deles, as quais vocês irão visitar a seguir.
     Seguiu o micro-ônibus para a cidade vizinha.
     Havia nessa cidade de pequeno porte uma miniatura europeia, com direito a córregos com gôndolas privativas deles, os proprietários das casas. Não havia mansões no lugar, eram casas de até quinhentos metros quadrados, exigência dos seus proprietários.
     “Eles querem levar uma vida de estilo europeu. À noite, quando é verão, eles conversam entre si através das gôndolas venezianas. Não gostam de visitas, festas e recepções e sai mais barato comprar uma mansão do que adquirir uma casa neste lugar. Quem compra aqui, têm que levar e manter este estilo de vida reservado e passear de gôndolas para conversar com os seus vizinhos. Como em qualquer outro lugar, essas casas também mudam de proprietários, mas os proprietários devem se adaptar ao estilo, ou, para melhor conviver, mudar de bairro, mesmo porque o córrego com as gôndolas são mantidos pelos proprietários e o custo de manter um córrego com gôndolas por particulares é caro e faz parte de um condomínio.”
     Segue o micro-ônibus para outra cidade litorânea.
     Um passageiro do ônibus observou que, excetuando essa cidade europeia, em todos os lugares havia espaço para fumantes.
     O guia respondeu ao comentário:
     “O cigarro e a bebida são drogas lícitas. As bebidas alcoólicas estão até mesmo em confeitarias, embora tenha a sua venda proibida para menores de dezoito anos. Os fumantes, uma vez que praticam o hábito de fumar, em si não transgridem a lei e nós, enquanto lei, mantemos o espaço deles. O problema dos malefícios do tabagismo é problema do departamento de saúde, mas não da lei. A lei tem que garantir o direito do cidadão, mesmo quando esse direito é o de consumir drogas lícitas em público. Há lugares com a placa de trânsito: Neste local é permitido fumar”.
     Comentário meu: E por falar em maus hábitos, nesse lugar há uma frase marcante: “Para jogar, paga-se”. E não é brincadeira. Todos conhecem aquelas máquinas onde se pescam bichos de pelúcia. Qualquer criança pode saber o que é, de fato, o jogo. Para “brincar” nessa pescaria é necessário colocar duas notas de um real para pegar a ficha para colocar na máquina e fazer a possível pescaria do bicho de pelúcia. A ficha vale um real e vinte e cinco centavos e vale uma tentativa de pescar o bicho de pelúcia. Isso é jogo: duas notas de um real, ficha de um real e vinte e cinco centavos e, os setenta e cinco centavos restantes ficam como crédito na ficha. É melhor perder os setenta e cinco centavos e não jogar fora nenhum centavo a mais. A máquina é permitida para crianças e as mães dão uma quantia para as crianças aprenderem a perder?
     Cheguei à conclusão de que, entre os maus hábitos, o fumante é o mais desrespeitado, perigosamente desrespeitado e a lei tem que garantir o direito da prática desse mau hábito. O departamento de saúde que continue a campanha antitabagista, mas a lei que garanta que esta seja cumprida.
     O micro-ônibus saiu em direção à cidade das mansões das celebridades e parou num Shopping Center para que os turistas tomassem um café. A humildade de algumas dessas celebridades chega a comover.
     “É tão bom ver pessoas normais, com uma vida normal, com um sorriso bom. Até me deu vontade de sentar e tomar um café com ela e perguntar o que ela acha de nós, celebridades. Nós vivemos encastelados e temos que levar essa vida de castelo, mas às vezes, a gente sente uma vontade imensa de sentarmos juntos a essas pessoas e tomarmos um café.”
     Essas celebridades cederam um espaço na areia da praia para tirarmos fotografias, enquanto, à distância, tiravam fotografias nossas, para compartilharem entre si, o que para elas é quase impossível.
     A cidade das mansões foi acolhedora, enquanto que a cidade europeia, foi diferenciada.
     Terminado o passeio, fica a narração, o guia, as cidades, a interação social, a lei, a saúde, uma enormidade de emoções.
     Valeu a leitura da Bíblia, porque fiquei tão entretida nela, que nada gastei durante o ano e ganhei um passeio. Foi Deus!
    
    
        
       



2 comentários:

Sor.Cecilia Codina Masachs disse...

Hola Yayá,sigo delicada de salud, por eso solo paso para desearte unas felices Navidades.
Un gran abrazo

Jossara Bes disse...

Oi Yayá!
Olhe minha curiosidade coçando...onde será??? Adorei!
Desejo um feliz Natal a você e sua família!
Parabéns pela leitura da Biblia.
Beijo carinhoso!