Reflexão
comparativa entre misericórdia e dó / Reflexão
Este é um
tema difícil, mas muito bem sugerido nos seguintes termos:
“_Ai que
dó! Eu também sinto dó. O que você acha?”
A
reflexão diz respeito a uma forma de expressão expositiva de um pensamento para
que seja possível o diálogo.
Eis aqui
o que consegui pensar desde a hora da sugestão:
A
misericórdia inspira o bem em qualquer circunstância, pois é o primeiro passo
para a caridade, tendo em vista que é generosa, mesmo quando em discordância de
palavra ou atitude, pois diz da vontade de que a misericórdia e o amor de cada
ser humano prevaleçam sobre toda e qualquer questão.
Já, a pena,
ou, o chamado dó de um pelo outro, ao contrário do que se possa imaginar de
positivo, é uma comiseração expressa da incapacidade parcial ou total de pensar
ou agir generosamente para com o próximo. O dó é a aceitação do sofrimento do
outro como algo imutável, mas para Deus, ou, para os que não creem, mas é
positivista, a condição de imutabilidade de um sofrimento não existe, a menos
que seja uma impossibilidade de se agir em conformidade com o bem, objetivo
primeiro da existência enquanto vida.
O dó se
exprime a traduzir-se como a cumplicidade inequívoca com o mal, pois nem mesmo
conta com a boa vontade humana de dialogar, ou, com uma simples oração, feita
em silêncio, em favor daquele que sofre, para que o seu sofrimento seja
minorado.
A
misericórdia é inspirada, tem boas intenções explícitas ou implícitas por parte
de quem sabe do outro a sua dor mesmo estando sem condições de nada fazer de
prático para aliviar o sofrimento daquele que sofre por algum motivo.
Exemplos
são necessários. Digamos, por exemplo, de qualquer pessoa que ainda não tenha
encontrado a sua vocação. Nada se pode fazer quanto a isso, mas pode-se desejar
que esta pessoa encontrasse o seu bom caminho para que possa estar inserida na
sociedade através do amor da sua vocação, nas suas intenções e atitudes.
Sobre o
diálogo em si, o que dizer? Dizer que o dó pelo outro é um sentimento
cultivador de amargura e que pode levar a autocomiseração. Dizer que a
misericórdia é uma prece que fazemos sem precisar dizer muito, é uma prece para
que o discernimento do Espírito Santo a esteja inspirando, é pedir que Deus ensinasse
a desejar o bem ao próximo por meio de livros, filme, e por que não dizer
canções. Dó é sentimento de incapacidade de ser ou fazer o bem em determinado
momento, ter em mente este conceito muito pode ajudar a mostrar o que é a
misericórdia.
O dia a
dia é feito de muitas inserções e conversas rápidas, diálogos, críticas e
elogios, não há motivo para se amargar com pensamentos que não ajudam nem a si
mesmo e nem ao próximo.
Evoluímos
constantemente na busca pelo conhecimento, na superação das dificuldades e a
sabedoria agregada durante a existência é infindável. Nenhum ser humano está
pronto sob o ponto de vista de que nada possa melhorar, conforme o ditado “Enquanto
há vida, há esperança.” A esperança de um ser humano em relação ao seu próximo
é parte da misericórdia.
Hoje, a
sugestão do tema veio de forma inesperada, mas é apropriada a alguma reflexão.
Espero
que o leitor não pense o texto como uma página de um diário pueril porque não é
do que se trata.
O
pensamento pode ser objetivo e proposital, sugerido e questionado, valorado em
busca da confiança do ser humano pelo seu próximo, ensimesmado.
Sugestão
instigante!
Um comentário:
Sua excelente reflexão me levou aos meus estudos: ..."MISERATIO, derivado de MISERERE, que significa “compaixão” e CORDIS, derivado de COR, “coração”...
Como seres humanos, sensíveis, estamos sempre em busca...
Abraço.
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