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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 15 de novembro de 2015

A Discussão / Crônica do Cotidiano

A Discussão / Crônica do Cotidiano

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Pensei muito antes de postar sobre o assunto, mas é um assunto que mexe com a sensibilidade de todos e a discussão fica naquela mesa. Por aqui ficamos em reflexão.

Entrei muda e saí calada. Eram nas mesas ao lado seis cristãos conversando sobre a igreja.

Uma das senhoras estava enfadada porque uma das frequentadoras da sua reunião semanal disse a ela em voz sincera:

“A dinâmica da minha família não pertence à igreja ou ao nosso grupo.”

O jovem senhor respondeu:

_Esse é um dia difícil.

A mulher do jovem senhor, querendo contemporizar a situação, perguntou o motivo da frequentadora da reunião familiar ter dito tal frase a ela.

A senhora contou o caso:

_Eles estão viajando para vários lugares. Cada membro da família viaja para um lugar e eu disse que eles poderiam, ao invés de viajarem cada um para um lugar diferente, comprarem um apartamento numa cidade de veraneio ou um a xácara numa cidade prazerosa e passarem todos os feriados juntos. Penso que para a nossa igreja seria mais conveniente, pois veríamos aquela família em permanente comunhão.

O jovem senhor respondeu:

_Esse é um dia difícil.

A mulher dele sugeriu que a senhora convidasse toda a família para frequentar a reunião familiar e, se fosse assim, ela mesma testemunharia o bom relacionamento familiar entre eles, apesar das viagens.

O jovem senhor espantou-se com a sugestão da mulher e exclamou:

_Oh, não. Esse é um dia difícil.

A senhora ficou nervosa com a sugestão da jovem senhora.

_Eu liguei para o pastor e fui conversar com ele. Disse a ele a minha preocupação com a vida familiar que eles levam e contei o que ouvi.

O jovem senhor exclamou novamente:

_Oh, não! Esse é um dia difícil para todos.

A família que estava na outra mesa ouvia tudo atentamente e, a mulher cutucava o marido discretamente com o cotovelo, enquanto ambos atendiam a refeição da garotinha, filha deles.

A senhora ficou mais nervosa e falava compulsivamente das suas razões.

O bom dessa refeição foi que saímos em paz. O respeito do meu irmão para comigo é digno de elogio, pois ele não frequenta a mesma igreja que eu, mas partilhamos algumas ideias sobre alguns assuntos religiosos em particular.

Respeitamos igualmente as mesas ao lado e, até mesmo o garçom, trouxe a conta sem abrir a boca.

Viemos embora enquanto a senhora contava os seus argumentos.

O que eu sei é que a ressaca do que vimos pela televisão, os atentados terroristas, exigem prudência em todo e qualquer comentário, vindo de quem quer que seja. São episódios que mexem muito com a sensibilidade das pessoas e, nós temos que compreender que cada pessoa reage de maneira diferente diante de uma tragédia.

Coube a nós todos compreender o nervosismo daquela senhora.

Eu gostei do que aconteceu porque questiona os limites da influência persuasiva que achamos que temos sobre os demais.

Por outro lado, demonstram-se em público algumas conversas e situações cristãs, como o encontro semanal, compartilhadas pelas mesas e observadas pelos demais presentes ao local.

A dinâmica das interações sociais realmente está em pauta, porque interagir não é coagir o outro a adquirir comportamentos que são escolhas individuais dentro de um grupo social.

O jovem senhor provavelmente ainda está dizendo que é um dia difícil.

É um final de semana difícil para todos nós. Precisamos verificar as dinâmicas das interações sociais e perceber qual é o melhor caminho para que haja respeito entre as diversas culturas sob o ponto de vista religioso.

Sob o ponto de vista de estado, cabe que se façam estudos sociológicos a fim de diminuir os atritos oriundos das diversas correntes de pensamentos. A dinâmica social pode ser fator considerável a fim de se evitar ataques terroristas.

Há muito que se pensar nessa crônica de hoje.

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