Com este conto, desejo Feliz Ano Novo a todos os que visitarem o blog neste dia. Um abraço, Yayá.
A Alegoria do Ano Novo
Era noite de Ano Novo no Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1.957. A menina Deise, nos seus sete anos, com algum esforço ficou acordada até a meia noite junto com a família, para a hora da festa da virada.
_Posso ir me deitar, Mamãe? Estou com sono.
A mãe a beijou o rosto com ternura e a acompanhou até o quarto.
_Boa noite querida. Feliz Ano Novo sussurrou.
Deise, confortável com o travesseiro macio e os lençóis de algodão, pensa sobre a importância desse tal Ano Novo na vida dos adultos e adormece.
Pela Avenida Atlântica surge um carro alegórico todo cor-de-rosa, igual àqueles das escolas de samba. Na frente do carro está um palco redondo e, sobre ele, um ancião vestindo uma túnica na cor de um saco de pano não alvejado sobre uma calça molenga, sem friso, do mesmo tecido, feita com bocas largas e de comprimento na altura das canelas. Ao seu lado havia um berço cheio de purpurinas douradas, com lençóis azuis bebê. No berço um bebê sorridente com fraldas brancas. Curiosamente o bebê usava uma faixa transversal sobre o delicado peito onde estava escrito Ano Novo.
Deise corre pela avenida vazia. O público está ao lado aguardando a passagem do carro alegórico. Ninguém a segura e ela sente-se livre. Aproxima-se do veículo e estende os braços para o Ano Velho. Ele a pega no colo e a convida para ficar e conhecer os adereços enquanto ele passa.
Ele olha para o ancião e pergunta o porquê de se chamar Ano Velho.
_Eu sou velho. Tenho trezentos e sessenta e cinco dias de vida.
Deise olha para o Ano Novo. Ele é um recém-nascido e ela comenta:
_Ele é muito pequeno. Não tenho idade para pegá-lo no colo.
Ano Velho disse que o menino precisaria crescer antes que ela pudesse o pegar no colo. Deise se enternece e sorri para ele com um sorriso de criança.
Um arco-íris cobre o carro alegórico. A menina repara, olha para cima, diz as cores e vê que ele está sobre o ancião e o bebê.
_Tudo é tão lindo. Por que esse arco colorido está acima de vocês dois?
O ancião disse que o arco significava o tempo e a vida. Ele é o caminho da sabedoria para quem deseja viver uma bela vida.
Deise não sabia o que era uma bela vida e nem o que o arco-íris tinha a ver com isso. Olhou para o ancião com ar de quem não entendeu nada.
_A vida é bela para aqueles que amam. Conhecerão os caminhos da sabedoria porque amam e não porque houvesse a escolha de serem sábios. É tão difícil não permitir que a passagem dos dias corroa o amor e o transforme em nada. São tantas as dificuldades que cada um de nós atravessa em um período, as dores das mágoas por sermos bons e não sermos vistos, as doenças causadas pelas intempéries, é a falta de amizade nos momentos difíceis, a vontade de não mais acreditar no outro e o desejo de seguirmos a sós o nosso caminho sem ousar dar uma chance ao outro. O amor é uma determinação; o outro é igual a nós todos e sofremos as mesmas dificuldades durante os dias e as noites. Eu digo do outro, mas quando falo do outro, digo de mim.
O Ano Velho tinha que estar atento ao desfile e liga um antigo gramofone para que a menina se distraia enquanto o carro passa.
_Deise ouve o som musical e suave e se cala por alguns instantes. Ela olha fixamente para o Ano Velho na esperança que ele retorne o olhar e faz um jeito de quem quer perguntar.
Ano Velho percebe e fica comovido com a inocência da criança. Com ternura, sorri para a menina.
_Quando o Ano Novo crescer saberá usar esse aparelho de som ultrapassado?
O ancião responde que os aparelhos de som podem ser novos ou velhos porque o som e a música vêm do arco-íris e não tem tempo, as músicas são atemporais. Disse também que há uma fonte inesgotável de sons e combinações, ritmos, combinações de meios para tocar, das cordas, dos sopros, da percussão e da voz, um instrumento musical comum em todos os humanos.
_O ser humano tem a musicalidade na voz, um dom dos deuses que habitam o arco-íris. Os seres têm dentro de si uma fonte inesgotável de criatividade e quem cria, é bom. Mas quem copia nem sempre tem a mesma ética do criador; digo da criatividade como criadora de desajustes emocionais e fonte de lucro. Serão desajustados os criativos? Não será o egoísmo e o desamor que desajustam a criatividade? Recuso-me à amargura e escolho a música para espantar a tristeza das músicas tristes; a música dissolve a tristeza. Distribuo canções e as suas diversas emoções, me renovo diversas vezes, quantas vezes o meu arco-íris me permitir e, mais uma vez, repleto de esperança de um futuro bom em sintonia com o disco de Newton.
Essa resposta foi difícil de entender, mas a menina cantarolou o som do gramofone e sentiu o que o ancião lhe havia dito sobre a esperança. Deise queria crescer no seio de muitas esperanças.
_Será que eu vou sonhar esse sonho de novo? Sussurrou em voz baixa para que o ancião não a ouvisse.
Mas são irmãos de pensamento os velhos e as crianças e ele a ouviu.
_Deixarei um recado no arco-íris antes de sair do carro e pedirei que ele te dê de presente a possibilidade da música da maneira como você a quiser. Escreverei um bilhete à sua mãe e pedirei que ela te leve para assistir as bandas e as orquestras da sua cidade. Aqui no Rio de Janeiro, um pagode em uma noite quente é válido. Você irá descobrir a sua música e o seu som. Cada voz é um tom, cada instrumento tem o seu som, cada pandeiro o seu ritmo. Ao descobrir do que você gosta mais, terá um pedaço do mundo da música do arco-íris com você e várias respostas virão com ela, se for feita com amor.
Deise percebeu que tinha feito uma pergunta complicada. Sem saber como desfazer a pergunta anterior, fez uma pergunta descomplicada para disfarçar. Perguntou por que o carro era cor-de-rosa.
Ano velho respondeu que a cor do carro era da cor preferida de quem sonhava com ele.
_O meu irmão, por certo, sonharia azul?
_Se a cor preferida do seu irmão for azul, ele sonha azul. Os sonhos são individuais e coletivos. Nos sonhos individuais tudo é sonhado à maneira do seu sonhador. Nos sonhos coletivos o arco-íris abrange a multiplicidade dos desejos individuais transformando-o em uma só cor, o branco. O branco é paz, é o disco de Newton, é a vida girando constantemente em busca da paz. Por que Newton e nenhum filósofo pensou o disco branco além da física?
Deise olhou para o Ano Velho, encantada.
_Quanto tempo demora esse sonho?
Ano Velho respondeu que o sonho demoraria o tempo do sono daquela noite.
_Depois eu me esqueço dele?
O ancião respondeu que ela poderia se esquecer do sonho ou lembrá-lo pelo resto da sua vida. Disse que o importante era sonhar sonhos bons para sentir vontade de que ao acordar, ele fosse verdadeiro.
_Há momentos e, já houve alguns, dos meus dias, de que tudo o que tive não passaram de sonhos. Há momentos em que alguns desses sonhos se tornam realidade. Mesmo que se tenha um sonho, ele vale à pena de ser sonhado quando é bom. Basta um sonho realizado para se dizer que todo o esforço e sofrimento passados significaram pouco, ou, que não deixaram marcas na vida dos sonhadores.
Deise ficou em dúvida se era melhor envelhecer logo porque se tinha mais sonhos ou se era melhor sonhar enquanto se vivesse, crescendo devagar, não importando a quantidade de sonhos.
_O melhor é você pensar que ao menos um sonho seu será real. Você não saberá qual dos seus muitos sonhos será o verdadeiro. À medida que o sonho se torna real é que você saberá o que a junção do que você é com o que você fez mais a sorte que o rodeia terão permitido nessa concretização de algo muito desejado.
Nesse exato momento o Ano Novo ergueu os braços e pediu colo ao Ano Velho. O ancião pegou o bebê no colo.
_Preste atenção Deise. Neste momento eu e o Ano Novo estamos juntos, vivos e sonhando acordados. Uma enorme coincidência de fatos e a nossa vontade nos levaram a esse momento com o qual você compartilha. Isso não é acaso, essa é a demonstração física do arco-íris de emoções a que nos transportamos nesse momento. Um momento de renovação da vida em vida. Para isso serve o amor, uma energia da qual nem todos os viventes são possuidores ou conseguem conservar dentro de si para manter o equilíbrio das diferentes energias as quais estão sujeitos.
O carro tinha percorrido quase toda a Avenida Atlântica. Deise, que mal sabia ler, adivinhava as palavras conhecimento, sabedoria e amor nas laterais do carro.
_Amor é o que a minha família sente por mim, mas conhecimento e sabedoria são palavras diferentes? Prometo que não faço mais perguntas, disse a menina com jeito e arte.
Ano Velho estava prestes a colocar o Ano Novo no comando do carro e entrar para os bastidores do arco-íris, mas conseguiu dizer que o conhecimento vinha da escola, da formalidade do estudo e a sabedoria vinham da vivência, dos costumes e histórias passadas de geração em geração elas famílias.
Ao ouvir essa resposta, Deise sentiu uma leve coceira nas pálpebras e levou as mãos aos seus olhos um tanto cansados do desfile.
Ao esfregar os olhos viu-se novamente na sua cama, sentiu a cabeça no travesseiro e acordou com um barulho na cozinha do apartamento. Levantou-se e foi até a cozinha. A sua mãe acendia o fogão e colocava o leite para esquentar. Era de manhã.
_Bom dia, mamãe. Você viu como o Ano Novo é bonito? Você sabia que o Ano Velho estava cansado de reger os dias e as noites? O Ano Novo veio em um carro cor-de-rosa. Você me leva para assistir uma banda de música?
A mãe desligou o fogão e foi ajudar a Deise a lavar o rosto e escovar os dentes de leite. Levaria a menina assistir um evento musical para se livrar das perguntas constantes da filha.
A Alegoria do Ano Novo
Era noite de Ano Novo no Rio de Janeiro em 31 de dezembro de 1.957. A menina Deise, nos seus sete anos, com algum esforço ficou acordada até a meia noite junto com a família, para a hora da festa da virada.
_Posso ir me deitar, Mamãe? Estou com sono.
A mãe a beijou o rosto com ternura e a acompanhou até o quarto.
_Boa noite querida. Feliz Ano Novo sussurrou.
Deise, confortável com o travesseiro macio e os lençóis de algodão, pensa sobre a importância desse tal Ano Novo na vida dos adultos e adormece.
Pela Avenida Atlântica surge um carro alegórico todo cor-de-rosa, igual àqueles das escolas de samba. Na frente do carro está um palco redondo e, sobre ele, um ancião vestindo uma túnica na cor de um saco de pano não alvejado sobre uma calça molenga, sem friso, do mesmo tecido, feita com bocas largas e de comprimento na altura das canelas. Ao seu lado havia um berço cheio de purpurinas douradas, com lençóis azuis bebê. No berço um bebê sorridente com fraldas brancas. Curiosamente o bebê usava uma faixa transversal sobre o delicado peito onde estava escrito Ano Novo.
Deise corre pela avenida vazia. O público está ao lado aguardando a passagem do carro alegórico. Ninguém a segura e ela sente-se livre. Aproxima-se do veículo e estende os braços para o Ano Velho. Ele a pega no colo e a convida para ficar e conhecer os adereços enquanto ele passa.
Ele olha para o ancião e pergunta o porquê de se chamar Ano Velho.
_Eu sou velho. Tenho trezentos e sessenta e cinco dias de vida.
Deise olha para o Ano Novo. Ele é um recém-nascido e ela comenta:
_Ele é muito pequeno. Não tenho idade para pegá-lo no colo.
Ano Velho disse que o menino precisaria crescer antes que ela pudesse o pegar no colo. Deise se enternece e sorri para ele com um sorriso de criança.
Um arco-íris cobre o carro alegórico. A menina repara, olha para cima, diz as cores e vê que ele está sobre o ancião e o bebê.
_Tudo é tão lindo. Por que esse arco colorido está acima de vocês dois?
O ancião disse que o arco significava o tempo e a vida. Ele é o caminho da sabedoria para quem deseja viver uma bela vida.
Deise não sabia o que era uma bela vida e nem o que o arco-íris tinha a ver com isso. Olhou para o ancião com ar de quem não entendeu nada.
_A vida é bela para aqueles que amam. Conhecerão os caminhos da sabedoria porque amam e não porque houvesse a escolha de serem sábios. É tão difícil não permitir que a passagem dos dias corroa o amor e o transforme em nada. São tantas as dificuldades que cada um de nós atravessa em um período, as dores das mágoas por sermos bons e não sermos vistos, as doenças causadas pelas intempéries, é a falta de amizade nos momentos difíceis, a vontade de não mais acreditar no outro e o desejo de seguirmos a sós o nosso caminho sem ousar dar uma chance ao outro. O amor é uma determinação; o outro é igual a nós todos e sofremos as mesmas dificuldades durante os dias e as noites. Eu digo do outro, mas quando falo do outro, digo de mim.
O Ano Velho tinha que estar atento ao desfile e liga um antigo gramofone para que a menina se distraia enquanto o carro passa.
_Deise ouve o som musical e suave e se cala por alguns instantes. Ela olha fixamente para o Ano Velho na esperança que ele retorne o olhar e faz um jeito de quem quer perguntar.
Ano Velho percebe e fica comovido com a inocência da criança. Com ternura, sorri para a menina.
_Quando o Ano Novo crescer saberá usar esse aparelho de som ultrapassado?
O ancião responde que os aparelhos de som podem ser novos ou velhos porque o som e a música vêm do arco-íris e não tem tempo, as músicas são atemporais. Disse também que há uma fonte inesgotável de sons e combinações, ritmos, combinações de meios para tocar, das cordas, dos sopros, da percussão e da voz, um instrumento musical comum em todos os humanos.
_O ser humano tem a musicalidade na voz, um dom dos deuses que habitam o arco-íris. Os seres têm dentro de si uma fonte inesgotável de criatividade e quem cria, é bom. Mas quem copia nem sempre tem a mesma ética do criador; digo da criatividade como criadora de desajustes emocionais e fonte de lucro. Serão desajustados os criativos? Não será o egoísmo e o desamor que desajustam a criatividade? Recuso-me à amargura e escolho a música para espantar a tristeza das músicas tristes; a música dissolve a tristeza. Distribuo canções e as suas diversas emoções, me renovo diversas vezes, quantas vezes o meu arco-íris me permitir e, mais uma vez, repleto de esperança de um futuro bom em sintonia com o disco de Newton.
Essa resposta foi difícil de entender, mas a menina cantarolou o som do gramofone e sentiu o que o ancião lhe havia dito sobre a esperança. Deise queria crescer no seio de muitas esperanças.
_Será que eu vou sonhar esse sonho de novo? Sussurrou em voz baixa para que o ancião não a ouvisse.
Mas são irmãos de pensamento os velhos e as crianças e ele a ouviu.
_Deixarei um recado no arco-íris antes de sair do carro e pedirei que ele te dê de presente a possibilidade da música da maneira como você a quiser. Escreverei um bilhete à sua mãe e pedirei que ela te leve para assistir as bandas e as orquestras da sua cidade. Aqui no Rio de Janeiro, um pagode em uma noite quente é válido. Você irá descobrir a sua música e o seu som. Cada voz é um tom, cada instrumento tem o seu som, cada pandeiro o seu ritmo. Ao descobrir do que você gosta mais, terá um pedaço do mundo da música do arco-íris com você e várias respostas virão com ela, se for feita com amor.
Deise percebeu que tinha feito uma pergunta complicada. Sem saber como desfazer a pergunta anterior, fez uma pergunta descomplicada para disfarçar. Perguntou por que o carro era cor-de-rosa.
Ano velho respondeu que a cor do carro era da cor preferida de quem sonhava com ele.
_O meu irmão, por certo, sonharia azul?
_Se a cor preferida do seu irmão for azul, ele sonha azul. Os sonhos são individuais e coletivos. Nos sonhos individuais tudo é sonhado à maneira do seu sonhador. Nos sonhos coletivos o arco-íris abrange a multiplicidade dos desejos individuais transformando-o em uma só cor, o branco. O branco é paz, é o disco de Newton, é a vida girando constantemente em busca da paz. Por que Newton e nenhum filósofo pensou o disco branco além da física?
Deise olhou para o Ano Velho, encantada.
_Quanto tempo demora esse sonho?
Ano Velho respondeu que o sonho demoraria o tempo do sono daquela noite.
_Depois eu me esqueço dele?
O ancião respondeu que ela poderia se esquecer do sonho ou lembrá-lo pelo resto da sua vida. Disse que o importante era sonhar sonhos bons para sentir vontade de que ao acordar, ele fosse verdadeiro.
_Há momentos e, já houve alguns, dos meus dias, de que tudo o que tive não passaram de sonhos. Há momentos em que alguns desses sonhos se tornam realidade. Mesmo que se tenha um sonho, ele vale à pena de ser sonhado quando é bom. Basta um sonho realizado para se dizer que todo o esforço e sofrimento passados significaram pouco, ou, que não deixaram marcas na vida dos sonhadores.
Deise ficou em dúvida se era melhor envelhecer logo porque se tinha mais sonhos ou se era melhor sonhar enquanto se vivesse, crescendo devagar, não importando a quantidade de sonhos.
_O melhor é você pensar que ao menos um sonho seu será real. Você não saberá qual dos seus muitos sonhos será o verdadeiro. À medida que o sonho se torna real é que você saberá o que a junção do que você é com o que você fez mais a sorte que o rodeia terão permitido nessa concretização de algo muito desejado.
Nesse exato momento o Ano Novo ergueu os braços e pediu colo ao Ano Velho. O ancião pegou o bebê no colo.
_Preste atenção Deise. Neste momento eu e o Ano Novo estamos juntos, vivos e sonhando acordados. Uma enorme coincidência de fatos e a nossa vontade nos levaram a esse momento com o qual você compartilha. Isso não é acaso, essa é a demonstração física do arco-íris de emoções a que nos transportamos nesse momento. Um momento de renovação da vida em vida. Para isso serve o amor, uma energia da qual nem todos os viventes são possuidores ou conseguem conservar dentro de si para manter o equilíbrio das diferentes energias as quais estão sujeitos.
O carro tinha percorrido quase toda a Avenida Atlântica. Deise, que mal sabia ler, adivinhava as palavras conhecimento, sabedoria e amor nas laterais do carro.
_Amor é o que a minha família sente por mim, mas conhecimento e sabedoria são palavras diferentes? Prometo que não faço mais perguntas, disse a menina com jeito e arte.
Ano Velho estava prestes a colocar o Ano Novo no comando do carro e entrar para os bastidores do arco-íris, mas conseguiu dizer que o conhecimento vinha da escola, da formalidade do estudo e a sabedoria vinham da vivência, dos costumes e histórias passadas de geração em geração elas famílias.
Ao ouvir essa resposta, Deise sentiu uma leve coceira nas pálpebras e levou as mãos aos seus olhos um tanto cansados do desfile.
Ao esfregar os olhos viu-se novamente na sua cama, sentiu a cabeça no travesseiro e acordou com um barulho na cozinha do apartamento. Levantou-se e foi até a cozinha. A sua mãe acendia o fogão e colocava o leite para esquentar. Era de manhã.
_Bom dia, mamãe. Você viu como o Ano Novo é bonito? Você sabia que o Ano Velho estava cansado de reger os dias e as noites? O Ano Novo veio em um carro cor-de-rosa. Você me leva para assistir uma banda de música?
A mãe desligou o fogão e foi ajudar a Deise a lavar o rosto e escovar os dentes de leite. Levaria a menina assistir um evento musical para se livrar das perguntas constantes da filha.
2 comentários:
Felicidades no Novo Ano...
[bom que haja
polpa e doçuras
e flores no caminho.
bom ano]
abç
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