Há Males que Vem para o Bem / Crônica de Supermercado
Estava na fila do supermercado, época de supermercado lotado, gente cansada e preocupada com os presentes a serem trocados com os familiares e amigos.
Maridos e esposas combinando a hora de passearem em frente às vitrines, crianças pedindo guloseimas e atentas ao Papai Noel, além dos enfeites e tantos outros motivos de distração para toda a família.
A conversa era o Natal, a ceia e os familiares.
Os repositores bem dispostos e repondo os produtos com satisfação.
Próximo à fila chegou um daqueles repositores conduzindo o seu comboio de refrigerantes.
O chão tremeu.
Pensei que fosse impressão minha, mas não; ao movimentar do comboio o chão da fila tremeu.
Não pude conversar com ninguém, todos estavam devidamente ocupados com as festas.
O senhor que estava próximo disse que o piso estava trabalhando.
Acontece que o piso é laje e, não sei se deveríamos sentir o chão do piso tremer como se fosse uma casa de madeira trepidando à passagem do caminhão na rua.
Não entendo de engenharia, mas tem muita gente dentro de um supermercado e, o fato, deveria ser averiguado.
Digo deveria, porque qual dos clientes irá sentir o chão tremer com o carregamento dos refrigerantes? E, quando algum funcionário irá notar?
Realmente foi uma situação sui generis. Eu também estava nas minhas compras natalinas. À minha frente havia por volta de cinquenta pessoas, não era o momento de falar.
Por fim, a situação ficou entre eu e o senhor que conversava com algum familiar por telefone.
Ambos nos afastamos daquele lugar no piso.
Não é bom que os fregueses se sintam numa ponte pensil dentro de um supermercado.
Saí do supermercado, preocupada. Não comigo, mas com todos os outros fregueses.
Configurar a situação pela qual eu e o senhor que estava próximo a mim não será fácil.
São situações que não nos dão a oportunidade necessária para o diálogo.
Espero que o senhor que estava à minha frente esteja com a razão.
Tomara que seja o piso trabalhando e que o fato seja possível numa estrutura construída para a frequência de milhares de pessoas e diariamente.
Estou escrevendo o acontecido, mas, na primeira oportunidade, quero demonstrar o fato para algum funcionário.
Hoje não era o dia propício, festas e animação não combinam com a necessidade de verificação do piso.
E precisa!
3 comentários:
O "consumir" em primeiro lugar! Como diz você, Yayá em um momento desses, jamais o "responsável" pela segurança das pessoas tomará posição... Há metas de lucro a atingir, ainda que em detrimento das pessoas...
Abraços natalinos,
Célia.
Quando era mais nova ( 6 ou 7 anos), alguém me disse uma frase, que só muito mais tarde entendi "és responsável por aquilo que vês".
Este seu texto de hoje, mostra a boa formação que a Yayá tem como pessoa.
Gostei.
Boas Festas!
Abraço
Sónia
Quando houver uma desgraça, fazem um inquérito e pronto! Sempre festas felizes!
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