Das Arábias
Alice precisa comprar óleo de gergelim para preparar uma refeição árabe para os amigos. Entra na loja e fica surpresa com a qualidade dos produtos em exposição. A dona da loja, solícita, conversa e, conduz o assunto falando de si mesma, do seu casamento, do respeito que tem ao marido e da falta de apetite sexual.
Josefina, a lojista, pergunta se Alice é casada e se passou por essas dificuldades matrimoniais.
Alice respondeu que não pretendia se casar antes dos trinta anos e quando desejasse ter filhos escolheria o homem que seria o seu marido.
_Escolher marido como quem compra óleo de gergelim de boa qualidade? Como é que se faz isto?
Alice respondeu que homens solteiros e solitários passam por períodos de carência. Nesses momentos de carência basta aparecer uma boa moça que eles saem e namoram para se distraírem. Bastava a ela escolher um homem disposto a ter filhos.
_Casamento não é sinônimo de maternidade, são fatos distintos.
Josefina então une a idéia da moça aos seus problemas:
_Alice, na nossa religião é lícito ao homem ter mais de uma esposa. Eu conheço a sua família e sei que são pessoas de bem. Desculpe a rapidez da pergunta e não me leve a mal. Seja sincera na resposta, mesmo que seja grosseira. Eu não me magoarei, ao contrário, a sinceridade de sentimentos me agrada. Você quer ser a segunda esposa do meu marido?
Obviamente que a pergunta pegou a moça de surpresa, mas ela não leva a sério essa proposta:
_Dona Josefina, eu quero fazer mestrado e doutorado no exterior. O seu marido é bem apanhado e gentil, mas não creio que seja uma boa sugestão.
Diante da resposta educada e do elogio à aparência do marido, ela continua:
_Você precisa de dinheiro para estudar no exterior. O meu marido tem dinheiro. Se você se casar com ele, viajam juntos e eu cuido desta loja. Vocês viverão da loja que ele montará no país que você escolher para estudar.
Alice chamou o marido da Josefina:
_Senhor Hadib, o senhor precisa escutar a nossa conversa.
Hadib sorriu e respondeu da caixa registradora, onde recebia o pagamento das compras:
_Eu sei o que a minha mulher fala. Conversamos sobre a segunda esposa e ela gostou de não mais compartilhar o quarto comigo. Você é bonita, estudiosa, educada e provavelmente não irá interferir na educação dos filhos dela comigo.
Alice perguntou por que não se divorciavam.
_Não nos divorciamos porque não faz parte do nosso costume. Damos férias às esposas e arranjamos outra para dormir conosco, ter filhos e seguir a carreira que quiser desde que seja obediente ao marido.
Alice via aquele homem bonito, trinta e cinco anos e viu todos os seus sonhos realizados. Deixou o óleo de gergelim de lado e comprou a idéia do marido.
Hoje Alice tem três filhos, mestrado e doutorado em medicina veterinária e obedece Hadib. Josefina mora num apartamento com os filhos mais velhos. Ultimamente Hadib anda triste, apesar de rico, com duas esposas e sete filhos.
Alice não suporta mais ouvir falar de tristeza e ele é incapaz de conversar sobre a parte boa da vida. Mas, pela religião, a separação é impossível. Está na hora de procurar a terceira esposa.
Hadib casa-se com a terceira esposa e tem dois filhos. Agora ele tem a família que sempre sonhou e, sua semana motivada. Todas as esposas amigas, todos os filhos juntos nos finais de semana, oito novas lojas para os oito filhos. Na Arábia seriam mais felizes, todos morariam na mesma casa, mas as lojas estão no Brasil, nada é perfeito.
17 comentários:
Falta de apetite sexual!!??? rs rs
gostei do conto.
Um beijo
Que maravilha das Arábias,rsrs, sendo assim tudo bem tratado sem nenhum inconveniente, portanto tudo depende mesmo de "conversar", rsrsrs!!!
Achei legal essa história, bem contada!
Abraços amiga linda!
Ivone
Hoy yo también toco el tema de nuestra supuesta libertad. Es un placer ver al mundo crecer en tus manos Yayá. Cariños.
Me parece que é da natureza humana essa insatisfação... por mais perfeito que possa ser ou estar, parece que nunca está bem ou nunca é o suficiente...
JOPZ
kkkkkkkkkkkkkk Fico pensando o tanto que sou egoísta, meu marido eu nao dividiria com ninguém e muito menos empurrar mulher bonita pra cima dele!
O que é a cultura de um país não é??
Ainda bem que nasci no Brasil Yayá, senão ia sofrer muito e acabar sozinha.
Gostei do texto.
Beijokas doces
Cada cultura tem seus costumes. O que para nós é estranho para eles é normal.
Beijinhos
Lourdes
Bem... isso comigo, never!! To fora mesmo!! [rsrs]... Hábitos e hábitos... Cultura e cultura!!
[ ] Célia.
Boa noite querida!
ESTAVA COM SAUDADES DE LER TEUS TEXTOS,,,ESSE CONTO VALE UMA ALEGRIA,KKKKKKKKKK
bJSSSSSSSSSSS
Oi Yayá!
Gostei de saber um pouquinho mais da cultura desse país!
Adorei o texto.
Beijos!!
Minha querida
Cada povo com os seus hábitos, o que para uns pode ser estranho para outros é a normalidade.
Como sempre adorei ler-te e deixo um beijinho com carinho.
Sonhadora
Conto bacana, criativo e interessante.
Gosto da comida árabe,mas algumas crenças à parte!
Abraços,saudades de ti!
Amei a historia muito sinceramente
reflecte nos dias de hoje
Cada país cada povo com seus costumes
beijinhos
Nada na vida é perfeito amiga. Belo conto. Tenha um feliz final de semana. Bjos.
Um conto mesmo das Arábias...magistralmente contado, como sempre.
Beijocas.
Graça
É um presente das Arábias mesmo este conto.Ainda bem que é de lá,pois aqui já haveria dado um barraco.rsrsBelo conto.Adorei te ler.Bjus\Flor*Jardim do Amor*
Yayá.... Para aquele que acha que uma mulher só não é trabalho suficiente merece ter duas. Eu sou a favor da monogamia, mas gosto das histórias e diversidades que compõe a natureza humana. O ser humano no geral é insatisfeito, pois carrega dentro de si um vazio do tamanho de Deus... Então, só Deus pode preenche-lo.
Abraços
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