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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Chefe de Família

Chefe de FamíliaBulldog

Quando a família se mudou para o Bairro das Mercês, em Curitiba, os vizinhos simpatizaram com a família através de Peludo, o cão de estimação da raça Bulldog.

Peludo tinha hora para levantar, almoçar, passear e dormir. Criado solto no quintal, ele convivia bem com os transeuntes e com as crianças que passavam por ali.

José, marido de Célia e pai de Jessé, era viajante, fazia carretos pelo sul do país e ficava em casa cinco dias a cada quinze dias.

Célia e Jessé adquiriram o hábito de seguir os horários de Peludo por brincadeira, mas que se transformou em rotina.

Às seis horas da manhã, Peludo acordava Jessé, que se arrumava para ir à escola. Às dez horas e trinta minutos, Peludo latia na cozinha e Célia deixava o emprego virtual da internet para supervisionar o almoço. Às cinco horas da tarde, o Bulldog Peludo latia até que o Jessé e a Célia saíssem com ele; caminhavam exatamente quatro quadras por dia. Às dez horas, se não desligassem a televisão, ele começava a latir e continuava a algazarra até a meia noite.

Os vizinhos observavam e perguntaram se o Peludo recebera algum treinamento. Os donos disseram que assim era a natureza do cachorro deles e que eles não precisaram de um treinador.

Passaram-se dezoito anos e Peludo adoeceu e morreu.

A família vendeu a casa e saiu do Bairro. A ausência de Peludo se fazia sentir na família, na vizinhança e nas quadras por onde eles andavam.

José sentiu falta do companheiro de vida que o cachorro havia se tornado para ele. Célia e José estavam tristes. Peludo trouxe a organização, a disciplina e a fidelidade familiar como norma da família. Durante as viagens de José, se Peludo estava latindo quando ele telefonava, ele sabia que tudo estava bem dentro de casa. Peludo ficava no tapete, ao lado da cadeira do telefone todo o dia às oito horas da noite e fazia companhia à Célia, enquanto ela aguardava o som do telefone.

O enterro de Peludo foi realizado em um cemitério para cachorros.

2 comentários:

Catia Bosso disse...

Amigo fiel é tão raro... e as vezes o encontramos nos pelos, tão somente neles...

bj

Marina-Emer disse...

hola feliz viernes y fin de semana un beso
Marina