Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Explicativa / Comentário

Explicativa / Comentário

     Serão simplesmente imitadores os nossos jovens?
     Será que não sabem, e realmente acredito que não saibam o que seja rascismo.
     Não sabem que podem ir à Bahia e cair na folia junto com o povo de lá? Não sabem ser felizes? Não querem viver agradavelmente?
     Certa vez um senhor negro e americano me perguntou:
     "Coul we shake hands?" Poderíamos nos cumprimentar com as mãos- significado em português.
     Embora não o conhecesse, disse sim e estendi a mão.
     Nos cumprimentamos com as mãos e ele me perguntou?
     "Where are you from?" - De onde você é? significado em português.
      Com amor à minha cidade, ao meu estado e ao meu país, respondi:
     _Curitiba, Paraná, Brasil.
     Ele levou um susto.
     _White, from Brazil? Brazil is a black country. Branca, do Brasil? Brasil é um país negro.
     Contei a ele, que devido à imigração, no sul e sudeste do Brasil haviam muitos brancos.
     _So, in Brazil you are minories. Então, no Brasil vocês são minorias.
     Eu não soube responder porque o Brasil é uma mistura de raças.
     A cultura americana e a brasileira são diferentes. O Brasil não tem bairros específicos para negros.
     Eu disse a ele que no Brasil havia pobreza, mas que isso não significava exatamente que os negros fossem pobres. Existem negros ricos no Brasil, e eu sei que existem pelos hóspedes do hotel na Bahia.
     Agora, o que eu penso ser errado é o Brasil se transformar num país recalcado e frustrado. Mas por que?
     Eu assisto o jornal e assisto pessoas queimando máscaras? Tem que usar, tem que usar. Agora, eu preciso ser explicativa para com os jovens:
     _Alguém sabe que hospital não é hotel? Num hospital ninguém escolhe nada, nem mesmo os remédios que toma. Algum jovem já acompanhou outra pessoa da família a um hospital? Alguém sabe o que é ficar numa sala de espera de um hospital para fazer a visita de uma hora na UTI?
     A internet deixou a juventude analfabeta, essa é uma realidade. Ler um livro em meio às propagandas dos sonhos de consumo é algo ruim. A pessoa lê mal, interpreta de maneira pior ainda, pega um resumo e pensa que entendeu a intenção do personagem.
     Estou no quarto livro dessa pandemia.
     Ah, o desejo de se enturmar, como é que fica? Mas não encontrei conhecidos numa aula que ensinava a Festa do Caboclinho e como dançar a quadrilha adequadamente em meio a milhares de pessoas? Não encontrei ninguém. Procurem pesquisar sobre a Festa do Caboclinho, pois não sabem.
     Eu tenho ascendência italiana, eu sei o que é fascismo. Vocês sabem?
     O que impressiona é não ter interesse em sair com alegria para encontrarem outras pessoas para conversar.
     Ainda se imitassem as coisas boas, que estão aqui mesmo, mas não querem se reunir para protestar, como se não houvesse amanhã, mas há amanhã, e há amanhã mesmo para as pessoas doentes.
     Outro detalhe, é preciso prestar atenção naquilo que os outros dizem. Certa vez, uma senhora disse que o som do samba no Rio de Janeiro não se compara com nenhum outro.
     Ouçam um tamborim bem tocado para ter uma ideia.
     Aproveitem que estão em casa para fazer algo de bom para si mesmos.
     Ser inteligente é melhor do que ser malicioso, portanto procurar saber algo que possa melhorar o dia de amanhã é inteligente.
     Hoje, estou explicativa, mas se algo vai mal, o melhor é procurar ficar bem, usar máscara, ler, aprender, passar rejunte no azulejo, cozinhar, e não ter do que se envergonhar.
     Procurem estar bem nesse ambiente que está aborrecido para todos, inclusive para quem gosta de tomar um café na panificadora, como eu.
     Pronto, falei.    
     

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