Conforto
Senhor, eu te peço pelos enlutados,
Mas pelos enlutados que amaram
Os que agora são com lágrimas lembrados;
Que, não importa o tempo da partida,
Sentem como se fosse hoje a despedida.
Que mantém na bolsa ou sobre a mesa
A relíquia de uma foto como muro para a incerteza;
Que ainda hoje, quando abrem a face,
Uma lágrima invisível ainda lhes nasce,
Em que a saudade não passa,
Por mais que os dias são trocados.
Eu te peço pelos enlutados,
Sim,mas o que desejo:
Que seus queridos sejam esquecidos,
Que seus tesouros sejam saqueados,
Que seus sorrisos sejam substituídos,
Que seus feitos sejam ignorados,
Que seus méritos sejam diminuídos.
Eu te peço pelos enlutados:
Que suas lágrimas continuem fluindo
Porque foram lindos aqueles tempos
Em que seus corpos se fundiram
Em que suas almas se divertiram;
Que recolhas cada pétala de dor
E as espalhes sobre a memória ferida
E faças da morte deles um tributo à vida,
Que segue um caminho difícil de trilhar,
Mas não solitário porque quem contigo está,
Não segue sozinho, como se não tivesse mão
Que, na travessia, curta ou longa, se lhe dá,
Porque sua companhia é a melhor definição
Do que seja, para os tristes, a verdadeira consolação.
Poema do livro Bom Dia Amigo Da Igreja Batista Itacuruçá - Pastor Israel Belo de Azevedo..
Por ter lido esse poema, encontrei algumas relíquias tristes e a dispensei, coloquei-as fora. Resta agradecer o recebimento deste livro como mimo das festas do final do ano passado por parte de uma amiga. Espero, com a publicação deste poema poder-lhes fazer bem. Este poema é uma oração.
2 comentários:
Beleza de poesia e oração! Lindo novembro! bjs, chica
Profundo. Filosófico. Tocante.
Não conhecia. Agradeço a partilha orante!
Amém!
Abraço.
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