Cirandeira
A moça diz ao padeiro
Que fique com suas tranças.
Desse amor, quem se faz fiandeiro,
Confia, mas leva as balanças.
Em hora certa o ponteiro
Menor fará as alianças,
À espera do outro, o carteiro,
Das novas, com boas lembranças.
A moça, de tempo inteiro,
Desenha ao vento, as tranças;
Nos fios, sonhando ligeiro,
Cabelos soltos, andanças.
Que venha o amor escudeiro,
Trigal dessas esperanças.
De dor o mundo anda cheio
E, chega de desconfianças.
Confiante, segue ao recreio.
Com graça, sorri às crianças,
Contente em seu devaneio
De mantas brancas e tranças...
Sem culpas, sorri ao padeiro,
Crianças, balanços, balanças...
Afastam do meio o vespeiro,
Relógio, tempo e mudanças.
O tempo é do rio, o cordoeiro
Que tece e cobre ventanas,
Tornando-se conselheiro,
Amigo do peito; enchanças.
4 comentários:
Linda ciranda, parece coisa de criança, que ainda sonha com príncipes e ainda balança a trança.
Bjux
Nas tranças da ciranda... a grande dúvida da esperança... o carteiro ou o padeiro... Ambos, alimentam...
Bj. Célia.
Adorei a ciranda.fez recordar das brincadeiras de crianças e " Das novas, com boas lembranças"" Trigal dessas esperanças". Lindo, terno e brando.Amei.Bjs Eloah
Doce inocência!!!
Belo!!!
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