Dois homens negros, de corpo atlético adentram a linha turismo do litoral catarinense. O primeiro, com o cabelo rastafári em lidas tranças mínimas de dois centímetros cada uma, distantes uma da outra de maneira perfeita. O segundo, com o cabelo bem aparado, um ar de conquistador, mas bem mais sério que o primeiro.
Ambos trajavam roupas típicas da Oktoberfest de Blumenau, sapatos pretos, meias ¾ brancas, calças pretas de cetim e camisas brancas com mangas bufantes que realçavam o suspensório bordado. Cada um portava a sua caneca de chopp pendurada em um cordão prateado.
O de cabelo rastafári olhou para a moça no banco ao lado e piscou. O segundo cumprimentou a moça com um gesto de cabeça.
A moça não conhecia nenhum dos belos homens, mas sorriu e os cumprimentou.
O homem de cabelo rastafári e pulseira do Senhor do Bonfim, que estava sentado à janela, fechou a cortina. O que estava ao lado reclamou.
_Não quero que ninguém nos identifique, estamos à paisana.
O segundo homem concordou, colocando a caneca de chopp caído entre as pernas levemente abertas, como se dissesse ao amigo:
_Enquanto os outros tomam uma cerveja gelada, nós levamos uma mijada.
A moça observou os agentes, que dentro do ônibus, não escondiam a identidade e a missão secreta, estavam disfarçados nos trajes típicos para se misturarem à festa sem que fossem percebidos.
A moça, disfarçadamente, colocou a mão dentro da bolsa para pegar o celular e os fotografar na posição em que estavam.
O homem de cabelo rente olhou para as pernas da moça, lembrando que ela não estava lá como agente secreto e que a fotografia poderia complicar a vida dos três.
_Ninguém pode nos reconhecer. Sorriu para ela e piscou.
Chegou o ponto onde a moça deveria descer. Os dois homens sorriram para ela como quem diz:
_ Conte no Orkut esta história, mas sem fotos e sem diálogos. O segredo da nossa profissão é o nosso tormento.
Um belo sorriso marcou a despedida entre eles e ela.
Os. Essa é uma matéria publicitária que jamais pagará a diversão desses três.
Moral da História: Matéria publicitária paga não tem moral.
8 comentários:
Se eu disser que não entendi vc acredita?...rs
Aqui parece existir um quuarto elemento que regista tudo e até uma simples foto pode comprometer o silêncio que todos pretendem.
... intrigante... instigante... e sensual essa matéria paga... quanto à moral? Os M.C.S. investigarão, com certeza! Abraço, Célia.
É estória, pois realmente materia paga não tem moral, mas esse post me fez lembrar que octoberfest é linda festa, já estive lá, rsrsrs!!!
Abraços.
Ivone
muito interessante....
bem escrita...
meu carinho...sempre...
eu...
Boa tarde Yayá, Ficou um clima de suspense no ar! beijos carinhosos
Olá Yayá,
Uma crônica muito bem bolada para ressaltar uma grande verdade.
Beijos.
A última frase vale pelo texto todo.
Beijos Yayá
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