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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Grande Paixão - um texto reflexivo sobre a espiritualidade no contexto religioso de todas as crenças.

A Grande Paixãoclip_image002

A grande paixão não se escolhe, ela acontece. Você nasce com ela, é a única predestinação na qual aceito a espiritualidade com o seu conformismo, uma doutrina que eu critico bastante, embora acredite que outras pessoas vivenciaram de uma forma diferente da minha.

A minha espiritualidade está ligada a música, mesmo desconsiderando o fato de ter musicistas entre os antepassados.

Sempre que me convidaram para assistir músicos, eu aceitei o convite sem questionar. Assim assisti Lúcio Alves, Tito Madi e Adoniram Barbosa tocando com os Demônios da Garoa.

Espera um pouco: jovem precisa de música jovem! Então assisti Benito di Paula, Eliana Pittman, Gal Gosta, Rita Lee, Clara Nunes, Belchior, Clementina de Jesus, Cartola, Wanderléia, Roberto Carlos, João Bosco, Jorge Bem (depois ele mudou o nome) e, para não ser injusta paro por aqui.

Cresci e veio Legião Urbana, Exalta Samba, Só Para Contrariar, José Carreras, trio elétrico de Dodô e Osmar, Maestro Júlio Medaglia, maestro Georges Henry, Maestro Nicolau de Figueiredo e a Camerata Antíqua de Curitiba. E Freddy Cole cantava...

Criei vergonha e fui estudar música, música não tem idade. E, se não tem idade, coloquei Francisco Petrônio no meu rol de shows.

Fiquei elitista e assisti Caetano Veloso e Gilberto Gil, Elba Ramalho e Ivete Sangalo. Júlio Iglesias veio com o MERCOSUL, gostei.

O bom é que não conhecerei toda a música, mas conheci Armandinho, Pearl Jam e Evanescence (Amy Lee fez um solo ao piano de arrepiar).

Mesmo quando a poesia veio ao meu encontro, não veio sem música; veio com Arnaldo Antunes.

Esses encontros todos não foram planejados, foram predestinados, alguns eu nem imaginava que algum dia veria. Jimmy Cullum foi uma grata surpresa. Não cabem todos os shows nessa postagem, foram muitos e estão na minha biblioteca espiritual.

O mais interessante dessa vida musical foi o custo: a maioria dos espetáculos não custou mais do que R$10,00, um custo menor do que uma sessão de cinema. Alguns custaram R$25,00 com jantar incluído, foram de graça. Não houve um custo financeiro na apresentação de Carreras, um show comemorativo do aniversário da cidade de Curitiba e o ingresso foi um quilo de alimento não perecível.

Zé Rodrix e Francis Hime incluídos na edição, porque são inesquecíveis.

A literatura não exerce a mesma influência, é diferente, dificilmente falarei de amor. Porque amor e crença são naturais, estão dentro do ser. A música professa a fé que não se explica. Ou os leitores acreditam no que eu disse, ou, não acreditam. Isso é a fé, assim eu creio na Paixão e na libertação da maldade humana aqui nessa terra. O fenômeno é real, vivo e traz esperança aos homens de que a justiça prevalece, embora ainda vivamos com tantos sofrimentos.

Há coisas que não têm fundamento, a não ser pela fé. Acredito que cada ser seja uma partícula divina esperando para mostrar o seu melhor em vida, mas a crença é minha e respeito os amigos ateus e os tenho como amigos. Certa vez ouvi de um religioso, que há ateus que são homens santos porque procuram ser bons sem a dependência de Deus, nasceram com essa vocação e a vocação é divina. Segundo o raciocínio dele, Deus olha pelo bom ateu, e mais importante é que Ele goste de nós; portanto não nos preocupemos com os outros e sim em agradar ao Mestre com os nossos pensamentos, palavras e ações.

Música é religiosidade sob o meu ponto de vista e de acordo com a minha experiência. Cada um de nós tem a sua experiência religiosa, provavelmente diferente da minha, para que a Sua existência se mantenha pura nos corações dos homens.

12 comentários:

Solange Belém disse...

Yaya, gostei da mensagem, muito verdadeira. Aproveito a oportunidade para agradecer-te pelo comentário deixado no meu blog. Boa noite e receba meu abraço.

Sol

iderval.blogspot.com disse...

Mestra Yayá,estou no momento numa sala de um Hospital Publico na batalha, no maior H.Publico de Emergencia da Bahia e saboreando um programa da Radio Educadora chamada memórias do Radio com Perfilino Neto e o assunto é exatamente- Porque gosto de música?quais as influeencias da música na vida de uma pessoa e grandes são as conclusões, desde a personalidade formada até a busca de novos conheceimetos independente da s datas que os fatos aconteceram. A música Yayá tem raíz e pode se encontrar a mihlões de quilometros do ser humano,lá no infinito ou bem pertinho nas gerações passadas , bisavó,avó e por ai vai, agora sempre eclética,sempre com os seus leques abertos abrangendo todos os tipos de músicas, aliás só existe um tipo: A MUSICA.

Feliz é o ser que foi gerado,criado ,vivido e permanecido na música.
À musica é Universal.

Iderval Reginaldo Tenório

MARILENE disse...

Você tem uma linda paixão e com ela se identifica. A questão da espiritualidade varia, realmente, com a formação de cada um e com suas experiências. O respeito é fundamental e o sentimento que as pessoas despertam independe de suas crenças.
Bjs.

http://odeclinardosonhos.blogspot.com disse...

Sábias palavras! Gostei muito.
Obrigada pela sua visita que fiz questão de vir agradecer.
abraço

Ivone disse...

Oi Yayá,que linda expressão do ser nessa postagem!!!
Eu creio em Deus, sou católica não praticante, portanto espiritualista, respeito a todos e creio mesmo que Deus não depende de nossa fé para nos amar, isso é, ser ateu não faz diferença para Deus!!!
Quanto a música, ah, eu também me identifico com isso, fui criada por meu pai que gastava até o que não podia para comprar os seus discos preferidos entre eles os grandes clássicos!!!(os discos eram de vinil na época)tocados em vitrola, ai, que saudade!!!
Meu neto de quinze anos estuda música, principalmente guitarra é o seu instrumento favorito.
Ah,esse assunto me empolga,rsrs, desculpe aqui o "livro"!!!
Abraços amiga sensível e linda!!!
Ivone

Unknown disse...

É sempre difícil comentar ou escrever sobre as nossas convicções ou crenças. Você fá-lo com mestria e sensibilidade

Célia disse...

Oi, Yayá... perdida estou em pensamentos que se coadunam com os seus... Shows! Quantos assisti! Teatros, idem! Livros lidos, então! Interação com o humano no desempenho da minha vocação! A magia da espiritualidade, da crença, da fé traz-nos experiências as mais diversas e de onde nunca esperamos! Jamais fundamentalista, mas aberta à diversidade, ao plural da vida e dos fatos, sinto na literatura e na música, na arte em geral, seres comprometidos com Aquele que usa-nos como ferramentas para espagir seus ensinamentos. Várias são as estratégias utilizadas, os meios sociais, as políticas, mesmo as corruptivas... Vejo em tudo o "uso do dom" que recebemos: ateus ou não - todos somos pessoas! Abraço... seu texto dá uma tese a ser defendida em altos tribunais! Abraço! Célia, ao som de Eric Clapton...

Artes e escritas disse...

Célia, espero sinceramente que os shows aos quais eu assisti nas praças e parques da cidade não tenham vindo de lavagem de dinheiro. O Projeto Pixinguinha das seis e meia da tarde, eram do governo federal, outros shows foram pagos pela prefeitura e outros por uma emissora de rádio festejando o ibope da emissora, outros ainda vieram de concursos culturais promocionais dos empresários dos artistas. Um abraço, Yayá.

Escritora de Artes disse...

A espiritualidade pra mim, também é uma espécie de música, bailamos a vida inteira, conforme a sua melodia.

Saudações

Unknown disse...

Amy Lee arrasa mesmo no piano.
Muito sublime a forma que discutiu crenças nestes escritos, sem ofender e nem defender algo em particular. Apenas expressou a sua respeitando aos outros.

Patricia Galis disse...

Já tem aquele ditado que diz dançamos conforme a musica....a vida é uma sinfonia...um texto delicioso.

OceanoAzul.Sonhos disse...

Yayá, de facto o dom de expressão e da palavra não é para todos. Mesmo num tema delicado como este você fê-lo lindamente.

um abraço
oa.s