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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 9 de junho de 2013

Sans Paroles

Sans Paroles

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A palavra não dita ao momento da ação, não deixa de existir como propulsora da modificação da realidade.

Pode-se silenciar a palavra, mas não se pode impedir que ela existisse enquanto pensamento e conceito a gerar uma conclusão intuitiva de ação sem que se tenha lido o livro, ou, ouvido a canção.

O silêncio pode ser gentil ou agressivo, mas nele mesmo há a interpretação da realidade que se apresenta como condição inquestionável do raciocínio.

O consenso a partir da observação, muitas vezes, é invisível aos olhos de quem tem o seu tempo ocupado pelas obrigações ou nos seus momentos de lazer. Porém, ao menor sinal da sua existência, ele reaparece como constatação.

Para ser real, tomemos como exemplo uma sala de aula onde os alunos são disciplinados na boa educação:

Nessa sala de aula, 26 alunos estão sentados em suas cadeiras escolares à espera que o professor de matemática entre na sala para explanar a matéria.

O professor entra na sala de aula com uma cesta repleta de maçãs e a coloca em cima da sua mesa.

Os alunos veem a cesta de maçãs, mas estão ali para assistirem a aula de matemática.

O professor discorre sobre os cálculos os decifrando ao quadro-negro e nada diz sobre a cesta de maçãs.

Ao terminar a explanação, o professor pergunta sobre as dúvidas relacionadas à matéria dada e os alunos questionam sobre as dúvidas na demonstração dos cálculos aritméticos.

O professor passa alguns exercícios após resolver as dúvidas dos alunos e a aula está para terminar. O professor olha para o relógio e verifica que o sinal indicativo do intervelo está para soar.

Ele pega a cesta de maçãs que está sobre a sua mesa e a coloca sobre uma cadeira escolar ao lado da porta de saída e volta para sentar-se na cadeira em frente à sua mesa.

Toca o sinal do intervalo, os alunos se levantam e formam uma fila para sair da sala.

Ao passarem pela porta cada qual pega a sua maçã e agradece ao professor.

Ninguém, na vida real, ganha maçãs depois da aula de matemática. Talvez, haja raras exceções nas cidades produtoras de maçãs.

O que importa, nessa aula, é que a realidade foi modificada sem que houvesse alguma vez sido pronunciada a palavra maçã ou o número vinte e seis fosse citado nos cálculos.

O conceito da cesta de maçãs mostrava que haveria maçãs para todos os alunos e o consenso se deu na hora em que o professor colocou a cesta de maçãs ao lado da porta após verificar as horas do relógio.

As ideias mudas produzem resultados práticos por conceito e consenso, não importando o fato de serem proferidas em público.

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Um comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Texto muito bem escrito que gostei muito de ler
Cumprimentos