Acredite Se Quiser / Crônica do Cotidiano
Logo cedo saí para resolver compromissos diferenciados.
Em meio aos meus compromissos diferenciados, acreditem se quiserem, encontrei uma senhora da Paraíba e o seu colega de trabalho, mexicano.
Uma nova linha de panelas de aço chegou ao Brasil.
A explicação sobre as panelas foi excelente:
_Nós vendemos panelas de aço cirúrgico fabricado na Itália.
Perguntei se a panela era italiana.
_Não senhora, são jogos de panela fabricadas nos Estados Unidos e esse é o motivo do meu colega mexicano estar comigo.
Eu disse que, no Brasil, nós temos ótimas panelas de aço e de marcas tradicionais.
_Feitas com aço cirúrgico? Não temos. Respondeu a senhora da Paraíba.
Resolvi usar de sinceridade:
_Por que é que é necessário aço cirúrgico para cozinhar os alimentos?
Por que foi que eu perguntei. Eu mereci a resposta:
_Porque é mais saudável. Tudo que é cirúrgico é esterilizado e as panelas são esterilizadas.
Depois dessa resposta, eu me calei.
Ela se queixou do frio.
Eu respondi que esse tempo de hoje não é frio e que o frio chega quando a temperatura que tivemos hoje pela manhã é a temperatura máxima do dia.
_A senhora sabe como é que funcionam as nossas vendas?
Eu disse que não.
_Eu vou na casa das clientes e cozinho para elas. Como eu vendo panelas, eu tenho que cozinhar o almoço ou o jantar. Tudo o que a pessoa tem que fazer é comprar os ingredientes. Eu levo as panelas e faço a demonstração. Posso ir até a sua casa?
Eu agradeci, mas disse que eu tenho boas panelas e que ela iria perder o tempo da demonstração das panelas na minha cozinha.
Ela ficou aborrecida com a resposta.
Parece que eles estão aqui em Curitiba para aumentarem a rede de vendedores de panelas de casa em casa.
Eu perguntei a marca para pesquisar na internet e, as panelas existem e são mesmo fabricadas nos Estados Unidos. A propaganda garante que são feitas de aço cirúrgico italiano.
Fiquei contente por ter tido que ir em outro bairro para resolver alguns compromissos.
Alguma coisa no entanto, ficou no ar.
De volta para casa, no Alto da Rua XV, perto de um Shopping Center, a senhora da Paraíba e o senhor mexicano atravessa a rua na frente do automóvel.
Eles me viram, olharam e sorriram e, atravessaram a rua rapidamente.
Contando que um compromisso diferenciado é oficina mecânica e que o orçamento do automóvel deles saiu enquanto eu recebia o meu, pergunto como foi que eles conseguiram me encontrar alguns quilômetros depois? E a pé?
Fiquei em casa o resto do dia.
Um comentário:
Fujo dessas ofertas... Mistério, hein!
Abraço.
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