Vampiros - Mais Uma Crônica de Supermercado
De novo fui comprar o pão crocante da tarde, encontrei a fila dos sonhos, e de novo encontrei gente de gabarito para conversar.
Comprei um livro cujo tema envolve teologia cristã e a jovem a minha frente leu o título do livro e pediu-me para ler a resenha na contracapa.
_Fique à vontade, disse eu.
Ela leu e releu e virou-se para mim a fim de dizer algo. Eu sorri, praticamente dando permissão para que ela fizesse a sua crítica sobre o livro que estava na minha cesta de compras.
A moça não teve dúvidas e disse:
_Finalmente alguém que não aprecia Crepúsculo!
Sou de alguma experiência cronológica e perguntei se ela falava dos vampiros.
_Minha senhora, sou curitibana. Vampiros são plenamente aceitos e bem quistos, principalmente os de Dalton Trevisan. Eu estudo e frequento a biblioteca, quero ser, quando deixar de ser adolescente, intelectual. Vampiros eu aceito de bom grado e de acordo com a grade das disciplinas. Gostar mesmo, assim, ao ponto da saga Crepúsculo, não mesmo!
Eu olhei para ela e disse que esse negócio de querer o sangue do outro não é bom. Mesmo que o vampiro seja alguma espécie de herói, eu também não gosto.
Os olhos da moça vibravam e continuou falando:
_Eu sou adolescente, ainda não tenho vinte e um, tenho dezenove e posso mudar de opinião, mas teologia tem algo a acrescentar, embora também não seja da minha religião gostei que fosse um livro de vampiros.
_Somos duas, disse eu a ela.
Ela repetiu que deveríamos respeitar os vampiros curitibanos, eu concordei:
_É melhor nem conversarmos sobre esses vampiros. Deixemos os morcegos para outra hora, inclusive o Batman.
Ela estava entusiasmada e falou mal do Batman, disse que mais comeu pipoca e tomou Coca-cola do que prestou atenção ao que se passava na tela do cinema.
_De fato, não gostamos de vampiros.
Chegou a minha vez de ser atendida, comprei os pães e disse boa noite à jovem estudante.
Ela disse que tinha ganhado o dia ao saber que ela não era a única da cidade que decididamente não gostava de vampiros.
Eu me despedi dizendo a ela que a conversa para mim fora agradável porque é cansativo seguir o pensamento comum da intelectualidade como se não tivéssemos gosto e raciocínio. Cheguei ao supermercado, cansada e saí renovada com a disposição da estudante em discutir vampiros.
11 comentários:
Realmente, também não compactuo com essa "saga vampiresca"... Há temas bem mais emocionantes...
Bj. Célia.
Magnificas, as suas crónicas, vocêm tem o poder da palavra, parabés Yayá!
abraço
cvb
ESSES ENCONTROS FAZEM BEM, TROCAR IDÉIAS, ASSUNTOS QUE DO NADA SURGEM...LEGAL!!TAMBÉM NÃO GOSTO DELES...MAS ADOREI TE LER!BEIJOS,CHICA
Não curto muito essa febre vampiresca também.
Um Ótimo final de semana!
pra ser sincera, a saga crepusculo me assusta, mas a historia de amor vivida no filme supera e todas que ja vi, o amor vai alem do bem e do mal.
sou romantica e vejo só o lado romantico de tudo rsrs
feliz sexta pra vc com carinho, bjus
Excelentes as crónicas que escreves:)!
Já agora vamos falar de vampiros:)!
Bjo
É interessante ler as suas crónicas. Ainda mais surpreendente é que este tipo de conversa ocorra no supermercado. Vampiros não me seduzem nada mesmo. Abraços.
M. Emília
Boa tarde, não gosto de "vampiros" os de filmes são até interessantes, mas não gosto dos reais, esses que sugam nossas energias, no dia a dia ...
Passando pra desejar a você um belo final de semana,
Receba nosso afeto,
R&M
Minha amiga as suas crónicas são sempre encantadoras, duma simples visita ao supermercado saíu uma história deliciosamente contada.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Maria
nao o vi e nem li...
Mas pode ser um livro de entrada para o pre adolescente, não?
Yayá
Falar de vampiros me assusta. Mas ler suas crônicas me encantam.
Bjs.
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