E a Gente Corre da Chuva
A nuvem era escura,
Mas vento não havia,
Nem seca, nem frescura
Era um céu sem ranhura,
Sem noite e sem o dia
Que já fora à candura
De dormir, sem quentura,
Pôr-do-sol não se via
Era céu de aventura,
Que abafava a verdura
E de si se escondia
De uma lua meia-cura,
Um céu de cobertura,
Que o povo via e corria
Ao ônibus com leitura,
Letreiro de fissura
Acesa e luzidia,
Realidade mais pura,
E a noite vem e sua,
Sem lua ou ventania,
De pensamento nua,
Que essa gente segura,
Porque amanhã é outro dia,
Que se faz e se apura.
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