Gente / Crônica do Cotidiano
Vi o tédio, a aglomeração, a busca de gente por gente, mas se são conexões humanas, também são da alma.
Ter aonde ir, quase toda a gente tem, mas percebo a busca pela humanidade dentro do ser humano.
Penso que essas sensações se resolvem a partir de dentro, porque além de humanos, a alma existe.
Pensei que fosse alguma confraternização, pois eram mais de cem pessoas sentadas agrupadas nas confeitarias do Shoppimg, não, se agruparam espontaneamente para conversar sobre amenidades sinceras, informais e autênticos enquanto pessoas.
Engana-se quem pensar que estavam numa praça de alimentação, existem Shoppings com confeitarias fora da praça de alimentação.
Estavam ao contrário das outras pessoas entediadas, mas entediadas pela falta de compreensão sobre as suas necessidades humanas de outras pessoas com as quais partilhem um pouco de si mesmas, um chegou mesmo a dizer que estava entediado com tudo o que percebia em torno de si, e eu contei do Shopping, das amenidades.
Acredito que ser generoso ou generosa consigo mesmo é o princípio de uma vida melhor, e também presenciei tal acontecimento nesta semana.
Havia uma panfletagem, e me queixei para a tendente da loja:
_Quero ir por outro caminho, estou a fim de me distrair por alguns momentos.
Ela respondeu que de fato, passar por ali seria enfadonho, e disse para que eu aumentasse a minha caminhada.
De fato, andei mais três quadras, mas me divertindo por escapar de uma panfletagem, saudável, diga-se.
A atendente da loja disse, antes que elaborasse a rota, que ela também não aguentava mais aquele tipo de acontecimento.
Significados aleatórios nos são ditos o dia todo e a qualquer passante, mas se possível, aumentar a caminhada é uma boa ideia.
Parece que tiram o tempo de orar pelo próximo, mas também o momento de reflexão possível numa caminhada.
Sentir-se como um ser humano é bom, mas também se expor enquanto ser humano é necessário, e para se expor é preciso agir como se é.
De fato, saí com ânimo ao ver o agrupamento de mais de cem pessoas, sentadas, com os seus cafés, salgados e doces preferidos, enquanto mudavam a vitrine da loja para artigos infantis para as comemorações do Dia das Crianças.
Saí para ver vitrines, mas não havia, o que havia eram pessoas, e por vê-las agrupadas, pois naquele Shopping as mesas eram próximas das outras, e parecia que as pessoas buscavam pessoas para interagir, e auxiliarem-se numa atividade essencialmente humana, as confeitarias.
Conclusão nenhuma nessa mixagem de sensações humanas e de alma, que se nada pode fazer pelo próximo, faz uma oração.
Humana sensação de agir como humana e não como se fosse automatizada.
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