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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Sobre Livro de Autoajuda / Reflexão

 Sobre Livro de Autoajuda / Reflexão


     Aproveitei o dia de hoje, diga-se triste pelo número de famílias que perderam os seus entes queridos, para ler um livro de autoajuda.

     Sinceramente, depois de ler o livro inteiro, não sei se seria capaz de recomendar um livro de autoajuda para alguém.

     Penso que não concordei com a condução do livro, e nem vou dizer nome e autor, para que os curiosos corram para comprar o livro e polemizar.

     Acredito que a autoajuda é procurar uma atividade-meio de se ajudar, seja ela qual for, pois isso pode ser um recomeço a partir da situação emocional em que a pessoa se encontra.

     O livro indica caminhos além da leitura dele mesmo, e os caminhos são a igreja, o consultório psicológico, e a exacerbação dos sentimentos para que alguém ao lado da pessoa procure ajuda para essa pessoa. Na minha opinião, quem lê um livro de autoajuda quer se ajudar, não pedir apoio por pensar não precisar de apoio.

     Pensei nas milhares de famílias enlutadas no dia de hoje, e na inviabilidade de obterem alguma autoajuda através do livro de autoajuda que eu li.

     Útil, será que amanhã, ou num momento de folga, observem as barras de roupas a serem feitas, e a façam com carinho, conforme devem ser feitas as barras, sempre com uma linha colocada na agulha, nunca em cima de sofás e camas, com pontos leves que pouco marquem o tecido, mas se for tecido jeans, no estilo "deixa comigo".

     Qualquer atividade que se faça com o intuito de recomeçar a alma é válido.

     Não é possível que se mande a algum lugar para praticar a autoajuda, e os influenciadores deveriam ter medidas nos textos, às vezes agressivos com o objetivo de procurar uma reação, reação essa que pode prejudicar imensamente e por muito tempo quem busca autoajuda.

     Qualquer passo positivo em busca de superação é um passo adiante, e é o que interessa para quem busca se ajudar.

     A busca por métodos exteriores de autoajuda, como nos livros de autoajuda, em estado de luto e isolamento social, pode ser bastante perigoso à saúde, ainda mais quando esse convencimento vem através dos textos pseudoculturais, algo que se pode comparar a uma cultura virtual, ou que pareça real, mas é ilusório.

     Um grupo de leitura de livro é mais saudável do que uma leitura avulsa de autoajuda e não discutível.

     Quanto a indicação de uma igreja, o tema é muito complexo, pois mesmo entre as igrejas batistas, onde cada qual tem a sua liderança e estilo, temos as igrejas batistas tradicionalistas e as moderadas, e é muito difícil dizer qual é a melhor para uma pessoa que busca ajuda.

     A exacerbação dos sentimentos perturba a todos em volta, e alguém vai mandar a sua busca de autoajuda para qualquer lugar onde não incomode ninguém.

     Livros podem ser de autoajuda quando levam a uma realidade distante daquela pela qual passa quem busca autoajuda, pois ajudam a continuar a buscar uma realidade menos fática e cria pensamentos positivos a respeito de si mesmo à medida em que a situação "do" ou "da" personagem é muito diferente de quem busca a autoajuda, ou seja, outras ilações e observações surgem espontaneamente através da leitura de livros comuns.

     As pessoas buscam livros de autoajuda por terem a consciência de que todas as pessoas têm os seus problemas, mas livros de crônicas, contos e romances são melhores do que ser forçado a buscar ajuda externa por alguém cheio de problemas e que pode não querer os seus compartilhados, até mesmo o autor do livro.

     Enfim, se eu aqui nesse texto dissesse o nome do livro e do autor, poderia magoar e muito num dia como o de hoje, difícil para muita gente.

     Isso não significa não procurar ajuda externa, caso alguém pense ser necessário, significa buscar se ajudar, mas com afeto por si mesmo.

     Aprender a tricotar é terapia de autoajuda, porque busca a convivência com outras pessoas até então desconhecidas, assim como bordar ou pintar panos de prato, pois existem diversas formas para as mulheres se ajudarem, mas aos homens existem programas de esporte, comentários jornalísticos e revistas de automóveis, enfim há o que buscar.

     As pessoas não precisam se machucar mais através da leitura de livros de autoajuda, e na provável impossibilidade de seguir muitos dos conselhos ali escritos.

     Até mesmo uma leitura crítica de um livro de autoajuda pode ajudar a passar um dia difícil como o de hoje, mas para depois elaborar uma crítica, o que eu chamaria de crítica-terapia.

     Bom recomeço de semana para todos. Grata pela leitura!

      

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