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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Edson Prado em O Sumiço do Comediante

Edson Prado em O Sumiço do Comediante

     Edson Prado, o repórter free-lancer do blog, está aqui e eu, por questão de solidariedade, passo a palavra a ele. Ele parece aflito, do contrário, eu deixaria pra lá.

     _O comediante sumiu, o sítio de humor desapareceu. Não, não desapareceu, colocaram alguém infeliz naquele lugar. Ele não leva o menor jeito para o humor.

     Sim, e agora, pergunto eu?

     _E agora teremos que esperar por filmes de pastelão norte americanos, a senhora sabe se tem hífen, eu estou desatualizado da novíssima ortografia dos hífens.

     Não me pergunte. Eu tenho que pesquisar.

      _Cabe ao jornalista, a história, os fatos, mas ao comediante vale o ridículo, o sem sentido, a peculiaridade cômica, e do jeito que está sendo escrito, ninguém chega para olhar, quando aquilo já foi muito engraçado.

     Você acha que a comédia perdeu o ponto do riso?

     _A menos que ele tenha pegado o coronavírus e tenha colocado um pseudônimo vivo em seu lugar, se é que me entende.

     Façamos fisionomia de paisagem.

     _Sim, fisionomia de paisagem, mas o fato é que está errado. Tem muita gente procurando ficar bem consigo mesma e até mesmo rir em meio a tudo o que se passa nesse ano.

     Eu mesma fui capaz de ficar feliz ao saber de uma conhecida que voltou para casa recuperada do vírus, aliás, por aqui, já são quatro pessoas três mulheres e um homem, que estão bem, embora saídos do hospital. Que alegria ver essas pessoas bem.

     _É o que eu quero dizer. Este é um ano sofrido, por mais que se tape o sol com a peneira, como se costuma dizer. O humor tem que compreender que é necessário, que ajuda a transmitir otimismo e força de vontade.

     Concordo.

     _Não se pode pressionar a população com assuntos sérios.

     Convencer algumas pessoas de que o ano está difícil para todos é que é difícil.

     _E qualquer assunto é motivo, a senhora ouça que eu saí com o automóvel, com máscara, álcool gel, e consciente, quando ouvi que não sofro, que tenho conforto. Isto é falta de sensibilidade de perceber que, enquanto repórter, eu me expus e muito durante o ano.

     De fato, das quatro pessoas contaminadas e hospitalizadas, três têm automóveis.       As quarentenas mais pesadas foram difíceis. Agora, parece que as coisas estão um pouco melhores, temos que aguardar para ver se o perigo de contaminação diminui um pouco mais.

     _Sem humoristas, e com os olhos voltados para si mesmos, as pessoas podem pensar erradamente, que o outro está em condição melhor.

     Tem gente que quer ser aborrecida para aborrecer os outros.

     _Interessa é que o humor está diminuto, e que isto é um mal que contamina.

     Pergunto a que serve esta falta de humor.

     _Serve pra nada. Digo que é algo desinteressante.

     Vou de música. Vou de livro. Melhor assim.

     Ora, não é que o Edson Prado saiu e disse que irá procurar o bom humor por aí.

     É uma ideia.        


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