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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Tempo Presente / Reflexão


Tempo Presente / Reflexão


     Alguns de nós simplesmente não tem a oportunidade de voltar ao passado, nem em forma de saudade ou para reviver os bons e maus momentos que lá estão.
     As pesquisas estão voltadas ao futuro, mas são pesquisas e não experiências com o passado. As pesquisas que não foram feitas no passado hoje são consequências e não podemos medir se realmente são consequências porque essas pesquisas não foram feitas.
     Uma dessas pesquisas que não foram feitas, mesmo que fossem sugeridas à época passada, por exemplo, foi a alteração da sexualidade humana com o uso da pílula anticoncepcional.
     Segundo alguns estudiosos das ciências, mas entre aspas, porque são pessoas que mais divagam do que tem propriamente conhecimento científico, o mundo ocidental conta com trinta por cento da população como sendo homossexual.
     Sem preconceito homofóbico, pode-se perguntar se antes da pílula anticoncepcional o comportamento da espécie humana contaria com tal percentagem.
     À época, era considerado uma atitude devassa discutir a pílula anticoncepcional. A igreja católica condenava e o silêncio sobre essa conversa em sociedade era obrigatório.
     Em pequenos grupos, observava-se que a pílula anti-concepcional, devidamente tomadas por jovens recém-casadas, causava obesidade. Devido ao fato das jovens recém-casadas adquirirem mais ou menos vinte quilos após o uso dessas pílulas, as mais novas eram aconselhadas a usarem outros métodos anticoncepcionais caso se casassem. Aliás, nem sei se existe o diafragma ainda, considerado à época o mais inofensivo dos métodos anticonceptivos.
     Esse assunto me ocorre tendo em vista a discussão sobre a homofobia. Mas ninguém quer conversar sobre uma possível hetero-fobia, uma questão interessante.
     Este é um assunto que não pertence à infância. O combate à pedofilia não é suficiente, acaba esbarrando nas igrejas que acham que podem perdoar tudo, e como se diz há muitos séculos, em matéria de sexo ninguém deve colocar a mão no fogo por ninguém.
     Por outro lado, a pílula liberou as mulheres para terem filhos quando melhor lhes conviesse. Os costumes mudaram. As mulheres se casam duas vezes e têm filhos de dois pais diferentes e a diferença de idade entre os filhos passaram a ser de até vinte anos.
     A educação dessa crianças oriundas de dois casamentos possuem uma diferença brutal daquelas oriundas de um só casamento.
     Agora, sugere-se uma pesquisa atual. Qual a diferença entre as crianças oriundas de um só casamento e as crianças oriundas de dois casamentos? As primeiras conseguem um joelho ralado numa brincadeira escolar, mas as segundas, que dores na alma terão?
     É necessário que se discuta novamente a gravidez responsável. Significa poder amar os filhos enquanto viver. Filhos são para a vida inteira, não nascem para realizar a vontade do segundo marido, que naturalmente quer ter filhos, mas também deve, ao querer ter filhos em se casando com mulher anteriormente casada com outro, deve assumir o compromisso da paternidade para toda a vida dele.
     Porque essa mãe natureza que toda mulher tem, deve vir acompanhada de humanidade, dos compromissos relativos a ser mãe após a amamentação.
     Essa realidade me atinge hoje. Essa realidade atinge a sociedade hoje.
     Eu que vou ao supermercado e que ouço o que quero e aquilo que jamais gostaria de ouvir, pois vou ao supermercado e as outras mulheres também estão lá.
     A responsabilidade do ser humano para com outro ser humano que não tem condições de se defender, por não ter maturidade suficiente, é fundamental para a existência dessa mesma sociedade.
     Outro dia, aqui na cidade de Curitiba, prenderam uma mulher que teve uma criança na rua, abandonou e passou mal, chamou a ambulância e acabou presa.
     Para que essa mulher engravidou? Por que não tomou medidas protetivas? Para acabar presa?
     A maternidade precisa ser discutida. O planejamento familiar precisa ser discutido.
     Também esta semana houve um terrível acidente com jovens atletas que morreram queimados num centro de treinamento esportivo do Rio de Janeiro. O assunto foi manchete internacional. Mas os jovens que morreram num tiroteio na favela do Rio de Janeiro, quase que passou desapercebido. Praticamente em mesmo número. Vinte e nove meninas perderam os seus possíveis futuros namorados e maridos.
     Particularmente, e em acordo à minha heterossexualidade, prefiro discutir esses assuntos, mas isso não significa homofobia, significa humanidade.
     As crianças de hoje em dia são criadas em creches e escolinhas, penso que não é correto retirar da mãe e do pai os assuntos relativos à sexualidade deles. Criança aprende à medida que pergunta, mas podem ser orientadas pelos professores a olharem nos olhos da mãe e do pai e perguntarem, ou será que levarão castigos por perguntarem à mãe e ao pai sobre como nasceram. Ou serão castigadas por perguntarem como foi que os irmãos, oriundo do outro casamento nasceram? Aí é que está a questão difícil de ser respondida.
     O presente importa e muito, há questões humanas que precisam ser resolvidas.
     A sociedade precisa de psicólogos, filósofos, sociólogos e, porque não dizer, dos teólogos, para solucionarem essas questões.
     Voltando ao começo do assunto, eu não tenho tempo para o passado. 
      
     
        

Um comentário:

Ivone disse...

Minha querida amiga, texto rico e reflexivo, problemas que não se encontram soluções, pois não interessam muito aos que deveriam ser os responsáveis, pois as pessoas não querem mais responder pelos seus atos, sejam eles quais forem!
Li com atenção e concordo com suas observações, gostei ainda mais do final"...eu não tenho tempo para o passado."
Acho que muda-se tantas coisas, menos as consciências das pessoas, parecem entorpecidas!
Abraços bem apertados!