Eles Querem Uma Explicação / Crônica do Cotidiano
Pegamos um guia turístico que não para de rir. Ele se tranca na cabine do e com o motorista, mas a risada é contagiante.
Centenas de paranaenses, catarinenses, gaúchos e paulistas resolveram passear nesse Natal.
Discute-se passeios. São Paulo é pura internet, Santa Catarina tem as estradas com lentidão, e no Rio Grande do Sul, o bom é ir até Gramado nessa estação de Papai Noel.
Alguém lança uma carraspana contra a companhia de turismo:
_Vocês providenciaram uma invasão, depois não se queixem. Vêm todos pra cá. Além de nós, digamos, "sulistas", franceses, americanos, chilenos, argentinos, enfim aquela confusão de linguagens.
O mundo parece que resolveu fazer uma festinha particular por aqui.
Interagimos entre todos, mas catarinenses e paranaenses e gaúchos, enfim faz-se uma roda e dá-lhe falar bobagem.
Alguém pergunta:
_O que vocês acham da política?
Alguém responde:
_Eu dou a minha palavra que paro de tomar a cerveja agora se esse assunto persistir. Volto a tomar cerveja para o ano que vem.
Desconversa:
_Você não toma cerveja?
_Não tomo cerveja e participo da roda dos pratos.
Ah!
É mesmo. Num restaurante lotado, a moça deixa os oito pratos com garfos e facas em cima da mesa e corre para buscar o pedido da outra mesa de paranaenses, catarinenses e gaúchos.
Com fome, reparti os pratos e os talheres, afinal é Natal, e repartir faz parte da festa.
A ideia excelente. Faz-se uma mesa enorme num restaurante e pede-se todas as contas em separado. Ninguém paga o que não pede para comer.
Uns dão liberdade aos outros para comprarem sorvetes sem aquela chatice de dizer sobre as calorias do sorvete.
A essa altura do Natal tem gente elogiando o Trump e as suas fronteiras, mas é pilhéria.
Outro acrescenta que, se existir algum plano para invadir a Nigéria, estaremos em maus lençóis, porque ninguém que seja sensato no Brasil vai admitir tal absurdo, mas doamos alguns trocados para as crianças flageladas pelo tsunami na Indonésia. O tsunami é verdadeiro, mas não sabemos se o dinheiro doado vai para lá.
A gente não sabe se é verdade, mas na dúvida, nenhum catarinense foi menos generoso que gaúcho e paranaense. Paulista fica olhando, São Paulo é grana.
Passeio com preços acessíveis, é algo que vale à pena.
Em compensação ninguém quer viajar durante o Ano Novo.
De volta à rotina!
Feliz Natal!
Um Feliz Natal ao guia turístico com ataque de riso também!
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