Santo
Agostinho e o Caipora
Nós lemos
Santo Agostinho e a história de todos os santos se assim o desejarmos, os
batistas são católicos e evangélicos, começo por assim dizer para evitar
perguntas tantas vezes repetidas e respondidas no mesmo sentido.
Este texto,
conversado dentro de casa merece a ideação porque o Caipora, figura folclórica
brasileira, já era discutido nos anos 400 depois de Cristo. É descrito por
Santo Agostinho como antípoda, “homens que pisam o reverso das nossas pegadas
na parte oposta da terra, onde o sol nasce, quando se oculta de nossos olhos”.
Ele
descreve a figura mais como fábula do que como problema humano, como as
malformações congênitas, mas a figura do antípoda era tida como existente já
naquela época.
O texto
se torna cativante à medida que ele o usa para prevenir sobre os temas
polêmicos da época dele.
Ele,
Santo Agostinho, compara o caipora com conjecturas da astronomia e, ao ler o
texto, o leitor poderá lembrar-se de Galileu Galilei, que foi queimado, e
Copérnico. Obviamente que depois a igreja reconheceu que errou, mais
precisamente no dia 31 de outubro de 1992.
Vamos ao
texto escrito por Santo Agostinho que diz não haverem testemunhos históricos
sobre a existência do Caipora:
“..., mas
em meras conjecturas e raciocínios aparentes, baseados em estar a terra
suspensa na redondez do céu e o mundo ocupar o mesmo lugar, ínfimo e médio. Daí
deduzem não poder carecer de habitantes a outra parte da terra, quer dizer, a
parte debaixo de nós.”
Mais
alguns prolegômenos e ele conclui a ideia:
“Além de
parecer enorme absurdo dizer que alguns homens, atravessada a imensidade do
oceano, puderam navegar e arribar à referida parte com o fito exclusivo de
salvaguardar em sua origem a continuidade unitária do gênero humano”.
Esse
texto mostra que podemos desviar os assuntos polêmicos e nos mantermos vivos.
Mostra também que é possível a involução do pensamento humano e, por diversas
circunstâncias históricas e de sociedade, punir quem concluir uma ideia ao
contrário dos interesses da época, não digo do interesse dominante porque não é
o caso descrito.
Ele, como
cristão das primeiras épocas, não via contexto negativo em que se aprofundassem
os conhecimentos. Séculos depois, no entanto, a involução cultural permitiu a
punição do conhecimento pelo filósofo.
Também
não tenho o menor propósito de discutir a terra e os astros porque não é
conhecimento meu.
O meu
objetivo é saber do cristianismo primitivo, o que tem me feito muito bem,
espiritualmente.
Os
conhecimentos existentes naquela época eram abraçados e incorporados aos
mestres, Santo Agostinho era professor renomado em Roma e aos discípulos, com
os quais ele gostava de discutir as suas ideias.
Tenho
observado uma sucessão de complementos à leitura bíblica com esse livro chamado
A Cidade de Deus, além de coincidências entre o título do livro e algumas
experimentações pessoais, pois a cidade de deus somos nós, quando nos dispomos
a seguir os ensinamentos do amor de Jesus Cristo.
No mais,
fica aqui a mitológica figura brasileira do Caipora e o conselho intrínseco ligado
à sua figura que cada um percebe de maneira distinta.
Bibliografia: Santo Agostinho, A Cidade de Deus, parte II, livro Décimo Sexto, capítulo IX.
Um comentário:
Uma página que é boa de se ler e nos induz a bons momentos de reflexão.
Um abraço.
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