Queijadinha
/ Crônica do Cotidiano
Estava na
rua e precisei de caneta para anotar um endereço, fazer anotações no celular em
rua movimentada nunca é uma boa ideia.
Na minha
cidade ainda se encontram canetas esferográficas nas bancas de jornal e
revistas.
Avistei a
banca e fui até lá, perguntei se tinha caneta e a resposta foi negativa.
Pensando
em voz alta, disse à senhora que me atende que andaria um pouco mais e iria até
a papelaria, longe algumas quadras dali.
Na mesma
hora ela me respondeu:
_A
senhora não precisa ir até a papelaria! Se a senhora for naquela banca de
jornal e revistas no final da quadra, a senhora encontra a caneta.
Perguntei
a ela se ela tinha certeza.
_Tenho!
Aquela banca tem mais estoque porque atende os funcionários da empresa que fica
em frente a ela.
A
resposta dela me incitou à curiosidade:
_E, a
senhora, a quem atende?
Sabem o
que ela respondeu? Respondeu que atendia aos passantes da rua e ao pessoal que
pegava ônibus.
_Somos
bancas diferenciadas e cada uma tem o seu público consumidor.
Determinada, fui até a outra banca no final da mesma quadra.
_ O
senhor vende canetas?
_Vendo.
Pode escolher a sua esferográfica.
Embora
sejam iguais e da mesma marca, escolhi uma e a comprei.
Olhei os
docinhos e pensei numa pergunta perspicaz?
_Qual é a
melhor paçoca de amendoim que o senhor tem para vender?
Sabem o
que ele respondeu. Que o melhor doce que ele tinha à venda era a queijadinha.
Eu só vi a queijadinha depois que ele falou.
As queijadinhas estavam sobre o balcão,
tinham embalagens individuais com as especificações do fabricante.
Seria
impossível adivinhar uma coisa dessas. A queijadinha era uma delícia.
Pois é.
Um comentário:
As coisas seguem sempre com escolhas.
Mas o ponto positivo estava lá numa delas.
Sua caneta, e de quebra a queijadinha.
Beijinho
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