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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A Indireta não Funcionou / Crônica de Supermercado

A Indireta não Funcionou / Crônica de Supermercado.

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Ou quase. Estava com pressa e precisava de um apontador. Perguntei e disseram que na banca de revistas eu encontraria.

Fila na banquinha de revistas? Pouca, mas tinha gente na frente, uma jovem mãe e o seu filho pequeno, comendo balas de pacote pequeno.

A mãe conversava com a atendente e perguntava se as balinhas eram azedas.

A moça disse que as balas eram do tipo “azedinho”.

Enquanto a mãe perguntou sobre as balas, o pequeno comeu todas as balas do pacote de trinta e cinco gramas de bala. Não sobrou nenhuma bala.

Ele ergueu os braços para a mãe e mostrou o pacote vazio. Queria mais.

A mãe disse à atendente que não sabia o que fazer. O filho gostava de alimentos azedos e em casa amava limonada e laranjada. Ele não comia caramelos de jeito nenhum. Ela se preocupava com o gosto do menino.

Ela escolhia outro pacote pequeno de balas e perguntava da acidez de cada marca daquelas balas coloridas, no pacote pequeno e que custavam um real e cinquenta centavos.

Um garoto, que ouvia a conversa, disse para não comprar uma das marcas, porque nem ele, que era grande, suportava o azedinho do limão.

O pequeno ergueu os braços com o pacote vazio e mostrou-o novamente para a mãe.

A mãe disse que não sabia o que fazer.

Ela tornou-se cômica com as moedas de um real e cinquenta centavos nas mãos. O menino nem tinha aprendido todas as palavras e era ele quem mandava. A mãe obedecia ao menino, apaixonada pelo filho.

E eu na fila. Se, dizem que ninguém foge ao destino, de fila, é nem pensar; sem fila o dia não tem graça.

A conversa se estendia entre os quatro: a atendente, a mãe, o menino com o pacote de balas vazio e o garoto, um conhecedor dos pacotes de balas, quando a atendente, diante da indecisão da mãe, sugere:

_Por que a senhora não compra um chicletes para ele para ver se ele muda de gosto?

A mãe, indignada, respondeu:

_Ele é pequeno e não pode comer chicletes. É perigoso! Eu cuido dele e não deixo que ele coma nada que possa fazer mal a ele!

Enquanto a mãe conversava sobre qual dos dois pacotes de bala era menos azedo, a atendente me chamou e, finalmente, comprei o que eu queria.

Vim embora e eles continuaram a conversar, discutindo os pacotes de bala.

7 comentários:

XicoAlmeida disse...

E valeu a pena, trouxe o seu marcador com marcas de uma "burra" mae, que talvez fosse isso ou algo semelhante deveria dar ao pequeno ditador...
Ainda bem que nao trouxe consigo, "balas contaminadas"
Um abraco, Yaya.

Loiva disse...

Boa tarde Yayá, que seus dias sejam iluminados de cosas boas.... bjks nem tudo na vida vale a pena.... saiba sempre decifrar o bem do mal... bjks

vendedor de ilusão disse...

Olá, Yayá! Que azar o teu, hein? Ter que se sujeitar a ouvir e ver tanta besteira, mas que no fim rendeu um belo e inusitado Conto, no qual fica claro que as mães, quase sempre, acostumam muito seus filhotes...
Um ótimo fim de semana pra ti.

Unknown disse...

Yayámiga



Voltei à tua companhia; o Crónicas das Minhas Teclas está em “hibernação”, mas não para; (diz-me sff se gostas deste título e ou não gostas). Se for não, alvitra um título que eu analisarei e se entender que será melhor, o aceitarei. É, pois, um desafio que te lanço. Muito obrigado.

Mas por agora quero dar-te a informação de que já acabei o texto, o Leonel Gonçalves está a ver o dito e… a Raquel também. É uma mulher de armas, sempre pronta a ajudar-me!...

No dia 16 deste mês começa a edição: capa e miolo vão entrar na impressão e, depois, pensar na distribuição que seja a melhor. E a publicidade? O editor e eu estamos carentes de euros e será a que for possível com a participação de quem queira também publicitar junto das Amigas e dos Amigos, o que desde já agradeço muito. Vou ainda tentar junto da malta amiga da comunicação social que façam o que melhor entenderem.

Está também a ser estudado o local do lançamento; tem de ser mais ou menos espaçoso e com boas condições. E não muito caro… Enfim, trabalha-se. E espero em breve dar-te uma novidade que entendo excelente…

Porém, neste interregno, voltarei a visitar-te e a comentar-te como é meu apanágio. E naturalmente a avisar-te sobre o local, o dia e a hora do lançamento. Queria-te lá: para te ver e/ou conhecer pessoalmente e ver…te comprar muitos exemplares.Mas estás no Brasil... rrrrrrsssss…

Qjs


Este texto é único e vai repetir-se pelos blogues e comentadores e colabores que me têm acompanhado; infelizmente não posso avisar e comentar uma a uma ou um a um. Desculpem


Anônimo disse...

Excelente diálogo com sabor a chicletes... Ah! e as balas com sabor a limão! Belíssimas.
Um abraço de:
Um Raio de Luz e fez-se Luz - Algarve

PAULO TAMBURRO. disse...

Acho estes relacionamentos mãe/filho o princípio mais precioso de uma sociedade que, cada vez mais mantém unida a família, mesmo causando alguns atrasos a terceiros.

Que bom que a discussão tenha sido sobre as balas azedinhas...

Graças a Deus não era sobre o crak.

Concorda?

Muito bom relato.

Parabéns!!!

Um abração carioca.

Artes e escritas disse...

Obrigada a todos. Paulo, concordo. Um abraço, Yayá.