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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sábado, 24 de agosto de 2024

Ambiente Extinto Crônica do Cotidiano

Ambiente Extinto


     Ninguém saberá do ambiente extinto,  e tal frase não é uma verdade absoluta.

     A felicidade bastava-se com duas saias, uma azuk e outra preta às mulheres, e aos homens dois ternos por ano, não mais, e tais roupas eram usadas até não mais poderem ser usadas.

     Alguns imediatamente vão pensar em falta de verbas. mas era apenas cultura.

     Haviam roupas para os finais de semana, mas todos os dias havia passeios a pé para descontrair e gastar as sobras naquilo que hoje se chamam !snacks".

     De vez em quando encontro na internet resquícios dessa cultura, mas está em extinção.

     Outra cultura dominante tomou conta da sociedade.

     Aqueles pensamentos eram fruto da possibilidade cultural,com suas contestações em pilhérias, os "memes" de hoje em dia, os quais não eram vídeos viralizados, mas autênticos nos comentários privativos de quem participava das conversas e das caminhadas nos finais de tarde.

     Quando se encontra um resquício dessa cultura, as conexões são inevitáveis.

     Depois tudo mudou, e as pessoas se recolheram até mesmo na verbalização dos seus pensamentos.

     Ah, que não se culpe a informática, porque não foi.

     O problema começou quando algumas pessoas passaram a encontrar na vida dos demais motivos para intervirem até mesmo nos seus planos banais.

     E assim, depois de ter passado a lua de mel em Salvador, ao comentar com amigos na rua, com o velho espírito, o casal recebeu uma visita admoestando e criando tantos problemas, que houve a desistência do passeio.

     A velha cultura estava acabada, ouvia-se e contavam para qualquer pessoa a respeito dos planos de um casal. Antes da internet.

     Para quem pegou o bonde andando, como se dizia antigamente, é perceptível uma linha divisória, como se fosse uma estrada acabada e recomeçada, como as ruas que mudam de nome apóes algunas quadras.

     Cabe observar que não foi uma linha divisória política, mas cultural, e não dependeu de nenhum governante ou sistema governamental, pois houve uma mudança comportamental por geração não sucessora, mas subsequente, questão de uns cinco anos e nada mais era como antigamente.

     Filtro pela parte lúdica, que eram os algodões-doces e as pipocas.

     Foram perdidos pensamentos, questionamentos, posicionamentos, expressões comuns, privacidade, palavras não usuais expressando a não ofensa num jargão, enfim é muita cultura perdida.

     Tal cultura foi subjugada pela cultura subsequente, e aquela cultura terminou por se adaptar àquela nova cultura, mesmo porque não seria possível continuar com o meio ambiente cultural modificado..

     Dali em diante houve uma sucessão de desenvolvimento tecnológico e todos absorveram a nova cultura chamada de tecnológica.

     No entanto fiquei contente dessa infinita possibilidade de conexões com aquela cultura através de um pensamento sobre um museu exposto à luz do discernimento.

     Por esta impressão penso que uma cultura pode se modificar em prazo curto, ou seja, em até cinco anos, se a geração subsequente conseguir que a sua cultura seja seguida por uma maioria, pois se já aconteceu, pode acontecer novamente.

     Preciso dizer que o chamado Happy-Hour não substitui um cachorro-quente num final de tarde, coisa que aproveitei ainda neste ano.

     Vamos aproveitar a tecnologia e uní-la aos nossos conhecimentos enquanto cultura, é o que podemos ter, e vamos aproveitar a informática para aprimorar a cultura e traçar alguns pensamentos, que não precisam necessariamente ser expressos, mesmo sendo livres do mal.

     Um pouco de otimismo não faz mal.

     Grata pela leitura.

     

      

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