A Picada da Aranha / Reflexão
Há um mês e meio fui picada por uma aranha.
Hoje resolvi tirar uma foto, e dar risada, mesmo que digam que ataquei a aranha com os meus punhos por sobre a mesa da lanchonete ao ar livre.
O vermelhidão foi tomando conta e o inchaço aumentando.
_Se for somente coceira, antialérgico, senão se prepare para ir ao hospital tomar soro anti-aracnídeo.
Graças a Deus o antialérgico resolveu a questão, e era uma aranha não muito peçonhenta.
Um mês e meio depois, a cicatriz ainda está comigo.
E eu achando que poderia ser alergia alimentar.
_Alimento pica?
Não, não pica, mas às vezes pode dar alergia.
Fiz tantas reflexões, tantas, que pensei que jamais faria alguma reflexão novamente.
Até agora não sei se foi o mal estar ou a preguiça, aquela vontade de não fazer nada além de apreciar o momento.
Sei que penso que não se pode ter pressa para refletir, e nem escolher hora e lugar, pois reflexão não é a oração, é um pensamento não dirigido sobre qualquer tema disponível.
Lembro de um certo pânico de que fosse uma aranha venenosa.
_Corre, corre na farmácia! Se precisar de atendimento as moças chamam uma ambulância para a senhora.
Agradeci, mas como estava apenas com coceira, inchaço e preguiça ou mal-estar, e sem febre, agradeci e fuei devagar a divagar.
Não é engraçado e nem aconselhável que se tenha reflexões a partir de picadas de aranhas.
Não, não tinha nada de errado com o veneno da aranha, pois fiz testes de verificação por precaução.
Sei que não voltei na lanchonete onde experimentei kami-kami, e nem foi por aqui que estive.
Depois voltei à rotina, com as minhas reflexões na cicatriz.
Sei que aprendi que quando a gente muda, muda tudo em volta da gente.
A pressa é um desperdício de pensamento, e que a obstinação acaba sem motivo quando o cansaço é impositivo por fator alheio à vontade da gente.
Grata pela leitura sobre um momento pessoal.
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